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Splinter Cell Trilogy

Sam Fisher ao cubo.

Splinter Cell Pandora Tomorrow

A diferença mais notável nesta segunda inserção são, desde logo, as sequências cinemáticas que introduzem e intercalam as missões. A qualidade gráfica é de facto assinalável, com animações mais completas, ao invés de uma utilização pobre do motor de jogo original como no caso do primeiro. De resto, parece praticamente o mesmo jogo.

Os fatores que apontei serem visualmente pouco atraentes ou mal conseguidos no primeiro, mantém-se no segundo. Não é que destoem por completo o resto do quadro, o problema é que há pormenores que, vistos em alta definição, tornam-se feios e pouco estéticos. Há jogos da geração passada que talvez sejam melhor jogados em consolas da geração passada.

Não é que estes dois primeiros títulos Splinter Cell sejam más conversões, até porque a parte gráfica é apenas uma pequena parcela daquilo que terão para disfrutar. O problema é que certas mecânicas em alta definição parecem muito rígidas, tornando o jogo, por vezes, visualmente agressivo - uma sensação de ter mais definição do que aquilo que deveria.

A narrativa à la Tom Clancy segue o estilo do primeiro jogo, a começar com assuntos mal resolvidos do passado. O jogo começa promissor, com Fisher a libertar-se de umas algemas num simulador, mas a verdadeira ameaça está nos ataques terroristas em Timor Leste. Para não variar, o artista do costume segue viagem para o local e o que se segue são uma série de missões bem ao estilo do primeiro jogo. Não existem grandes diferenças face ao primeiro jogo, já que os problemas visíveis são em grande parte os mesmos. As animações, em jogo, continuam pouco fluídas e os mesmos problemas mantém-se. Embora seja visualmente polido, isso não tende a fazer de si um melhor jogo. A receita é a mesma do primeiro.

Splinter Cell: Chaos Theory

Aqui está o jogo da trilogia que realmente se destaca. São notáveis as melhorias de um motor de jogo que foi claramente revisto face às duas primeiras inserções. Problemas como os que referi nos dois anteriores, tais como a aplicação da visão noturna foram aqui revistos: está mais suave e com melhor aspeto. Além disso tende a portar-se melhor no que toca ao framerate, com menos quebras e uma animação bastante fluída.

Mesmo as animações em jogo estão melhoradas, como é o caso das falas, que antes pareciam robóticas e agora se assemelham mais aos padrões atuais. É claro que isso é normal, até porque mal seria desta versão se não fosse melhor que as anteriores - a discrepância das suas datas de lançamento verifica isso mesmo. Mas aquilo que me agradou mesmo é que já não parece um jogo tão deslocado na transição para a alta definição. Parece antes algo que lhe é natural.

Na verdade, já é um jogo que, visualmente, não deve muito a certos jogos do início da nova geração e, nesse sentido, a transição para HD é algo de que realmente tira partido.

Existe uma certa sensação de liberdade a cada nível. Em cada missão existem uma série de objetivos a cumprir que poderão ou não ser seguidos. Se não os seguirem as missões não serão completas na totalidade, mas poderão ainda assim ser concluídas. Fica depois em aberto a possibilidade de voltar atrás e rever certos objetivos como forma de atingir os 100% de completação. Ao fazê-lo poderão alterar certas diretrizes do enredo que protagonizam.

Isso é um dos aspetos mais interessantes deste Chaos Theory, já que as escolhas e ações do jogador levam a diferentes finalidades. Caso queiram assistir a todas as conclusões possíveis para as diversas missões será necessário jogar duas vezes. E isto acaba por ser interessante até na medida em que lhe adiciona uma certa vertente de exploração. Em tudo é um jogo mais completo que os anteriores, fornecendo mais opções e melhorando outras.

Como um jogo da franquia Splinter Cell que é, existirá sempre uma vertente de espionagem, mas a cada missão terão a opção de jogar com equipamento Stealth, Assault ou ainda o recomendado pelo jogo. Os próprios cenários tendem até mesmo a oferecer mais opções de progredir, o que se traduz em diferentes formas de aplicar a vertente de espionagem.

Enquanto os dois primeiros parecem parados no tempo, este tende a ganhar uns anos de vida extra com a transição. Além disso, o próprio jogo base já oferecia atualizações bem mais necessárias do que aquilo que o segundo jogo veio trazer à série. Se este já na altura foi um passo em frente, agora são dois passos. A alta definição realmente trouxe algo de novo.

O pacote acaba por ganhar valor devido à inclusão de uma trilogia clássica, da geração passada, que ganha agora uma nova visibilidade. Ainda que os dois primeiros não saiam a ganhar com transição, diria que vale a pena serem jogados não só por aquilo que são, mas principalmente por aquilo que foram: jogos de culto, intemporais e agora disponíveis de forma bem acessível para aqueles que deixaram passar a experiência. A alta definição é apenas um bónus, do qual o terceiro capítulo conseguiu tirar particular benefício.

7 / 10

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Sobre o Autor
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Ricardo Madeira

Contributor

É redator e dá voz à Eurogamer Portugal. É um dos mais antigos membros da equipa, e ao mesmo tempo um dos mais novos. Confusos? É simples.

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