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Sly Cooper: Thieves in Time - Antevisão

Gamar com Style.

Sly Cooper: Thieves in Time é o quarto jogo da série Sly Cooper e irá chegar exclusivamente à PS3 (bem como para a PlayStation Vita) no começo do próximo ano. A insistência dos fãs - e até dos produtores -, desejosos por verem em ação um dos larápios mais mediáticos da indústria dos videojogos, foi decisiva para levar por diante a produção de um novo jogo. Desta vez a cargo da Sanzaru Games, que já desenvolveu Secret Agent Clank para a PSP, poderia pensar-se que existiria algum risco na cedência da franquia por parte da Sucker Punch Productions (Infamous e criadores de Sly Cooper) a uma produtora com menos experiência da série. Acontece que a Sanzaru Games quer mostrar-nos como isso é irrelevante, e que o mais importante passa por desenvolver um jogo capaz de cumprir e até superar as expectativas dos fãs.

Revelado durante a E3 de 2011, o jogo, e mais recentemente, outros detalhes, Thieves in Time vai apresentar “cross play” e "cross buy" entre a PS3 e a Vita. Isso será uma realidade quando os fãs puderem comprar o jogo e testemunharem por eles mesmos a ligação entre as duas plataformas. Será um dos maiores atrativos do jogo, no entanto, é a estrutura do jogo que está a ganhar mais expectativa à medida que caminhamos a passos largos para a data de lançamento. Para já, temos aqui uma versão muito próxima daquela que será a edição final. Com base nela podemos acompanhar e testemunhar uma evolução bastante segura do anterior episódio.

Com efeito, é importante sublinhar como a Sanzaru Games conseguiu captar muito bem o design e contexto interativo dos jogos anteriores. Após uma primeira fase que nos leva até uma adaptação ao ambiente de jogo e voltar a assumir os comandos de Sly e restantes camaradas, entramos numa renovada campanha, construída em tons de animação e desenhos animados, num estilo bastante próprio e cartonesco. À partida temos até alguma dificuldade em perceber que houve mudança de mãos dentro da produção, uma vez que o jogo continua a apresentar uma jogabilidade que nos é altamente familiar, embora num novo contexto narrativo. Terá existido mais alguma intenção por parte da produtora, nesta fase, em manter-se fiel ao original, arriscando com cautela as mudanças e a sua visão para a série.

"O mais importante passa por desenvolver um jogo capaz de cumprir e até superar as expectativas dos fãs."

Sobre o arco narrativo, Thieves in Time acompanha o final de Sly 3. O nosso intrépido meliante vive desafogado, numa vida de requinte em Paris, acompanhado da sua antiga perseguidora, revelando-lhe que o seu passado está em amnésia e que já não tem mais interesse em furtar objetos alheios. Até ao dia em que o seu camarada, o génio Bentley, após levar a cabo uma inovadora experiência científica, descobre que estão a desaparecer os textos de um misterioso livro secular. Isso leva-o a chamar os comparsas Sly e Murray para que todos entrem na máquina do tempo que criou, de modo a desvendarem o mistério por detrás desse livro.

O humor é uma nota constante. Os diálogos, ainda que ligeiros e bem dispostos, conseguem pôr um sorriso e gerar gargalhadas. Há um tom cómico permanente nas personagens, todas com estilos e personalidades muito vincadas. Murray é uma espécie de Obélix que sem grande custo consegue despachar todos os adversários, socando neles sem grande parcimónia. Sly, os fãs reconhecê-lo-ão facilmente, é a figura principal e o executor das missões. Esguio e ladino, infiltra-se para lá das linhas inimigas com grande facilidade, é capaz de chegar aos bolsos de guardas e seguranças, tirando-lhes dinheiro, chaves e outros objetos úteis que tenham nos bolsos. Por último mas não menos importante, Bentley é o cérebro por detrás da equipa, o criador das engenhocas e de aparelhos como a máquina do tempo. Apesar de estar relegado a uma cadeira de rodas, consegue surpreender em acção, atirando granadas para abrir barreiras no caminho, enquanto que se serve da cadeira para golpear os adversários com força.

Em suma, esta aventura de Thives of Time fica marcada pelo trabalho de equipa. Há uma constante ligação entre os membros da equipa, não só porque estão em permanente contacto durante as missões, sempre com Bentley a monitorizar os acontecimentos, mas também porque há um esquema de rotação entre as três personagens para a realização de tarefas. A Safe House funciona como um espaço de espera e de intervalo entre as missões. Nela o jogador tem à sua disposição as personagens, escolhendo a adequada para a tarefa seguinte, mas dispõe ainda de outras opções de controlo como uma galeria de tesouros, uma espécie de guarda-fatos. Dependendo das missões, vão ter por vezes mais algumas personagens a partilhar a Safe House.

Os vários ambientes e cenários que Sly e companhia irão percorrer, são outros elementos marcantes do jogo. O aspeto mais relevante sobre eles, tem que ver com a sua grande dimensão, bem maior do que as áreas dos jogos anteriores. A estrutura aberta, composta por pontos altos e baixos, com múltiplos pontos possíveis de acesso tem reflexo na circulação enquanto espaço de plataformas, mas também ao nível de pequenos "sandbox". A variedade de objetivos a cumprir no interior de cada espaço, implica que o jogador tenha de considerar as possibilidades e caminhos para concretizar a tarefa.

Um bom ladrão sabe como se mascarar.

Fotografar guardas e outros pontos estratégicos de uma prisão de alta segurança, no Japão feudal, é a primeira tarefa. Segue-se depois a reunião das componentes necessárias de uma armadura, para que Sly possa passar pelos guardas sem ativar o alarme. Por fim, entrar nas catacumbas da prisão e resgatar o prisioneiro. É tudo o que se pede numa dessas viagens ao passado. A sensação de física e controlo da personagem depende do elemento de equipa escolhido. Sly é o único que sobe facilmente aos telhados, graças ao salto e ao acessório que lhe permite segurar-se aos beirais e escalar fortalezas. Se tiverem com alguma dificuldade em encontrar o objetivo podem sempre pressionar o botão analógico esquerdo para visualizarem um compasso sob a personagem que aponta para a direção do objetivo, havendo ainda uma coluna luminosa sobre o alvo. O mapa orienta a personagem, marca o alvo e indica todos os inimigos espalhados pela área.

O jogador poderá recolher tesouros, moedas e especialmente garrafas, havendo um número específico por área. Quanto maior for a disponibilidade financeira mais peças e objetos poderão ser adquiridos através da loja de Bentley. Instalada na Safe House, podemos comprar uma série de melhoramentos com faculdade de uso geral ou individual.

O grafismo é um dos pontos fortes do jogo, destacado sobretudo pelo design cartonesco e de cores vibrantes. Os jogos de luz e constantes contrastes põem em evidência o motor gráfico. A fluidez e animação são constantes, o que faz desta uma experiência muito limpa, segura e bastante detalhada. Sly Cooper: Thieves in Time prossegue no bom caminho e reúne muitos condimentos que irão agradar aos fãs. Pese embora a mudança da editora, não notámos grandes diferenças em termos de execução. Sly Cooper continua a ser uma série particularmente especial e bem conseguida. Veremos se preserva todo esse estatuto ao longo da versão final.

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Sly Cooper: Thieves in Time

PS3, PlayStation Vita

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Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.
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