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Siesta Fiesta - Análise

Sabe tão bem às três da tarde.

Este jogo da Mojo Bones é uma das mais recentes ofertas disponíveis na Nintendo eShop da 3DS, transportando a acessibilidade e imediatismo das gloriosas produções arcade de outras temporadas, bem como um design refrescante e perfeitamente alinhado com as temperaturas mais altas que se fazem sentir. Jogado antes ou depois de uma sesta não sabe o bem que lhe fazia, até parece um pleonasmo, não fosse esta uma experiência bastante rica e focada numa mecânica cativante.

Também existe um colchão insuflável e muitos power ups.

É sempre bom encontrar jogos imediatos e acessíveis, mas também desafiantes. São normalmente os melhores jogos. Pensamos em Tetris ou Pong e somos transportados para a imediata interacção e conceito, e sobre como a partir de algo aparentemente simples se edifica uma das melhores mecânicas de sempre. O original, o primeiro jogo a balizar o conceito, quase sempre leva a vantagem e Siesta Fiesta surge como uma sequência ou, se quisermos, como sequela moderna de jogos como Arkanoid ou Alleyway, com algumas alterações à jogabilidade, suficientes para tornar o jogo apelativo e único, embora a base do processo interactivo seja muito próxima.

Num primeiro contacto, o design de Siesta Fiesta lembra imensos jogos para os telemóveis da nova geração. Visuais muito coloridos, imensos pormenores como gotas que esbarram no ecrã, vários objectos em andamento e jogabilidade baseada no sistema de toque, mas também evoca produções de outros quadrantes. Pensamos em Rayman Origins, no design, e também em clássicos do ténis (Pong) e dos "flippers" Surpreendentemente, o jogo funciona muito bem na 3DS, o que faz chegar para lá a ideia de que nem todas as produções possíveis num telemóvel não encontram eco na portátil da Nintendo.

Siesta Fiesta transpira ritmos musicais contagiantes, através de guitarradas e vozes que parecem embalar Siesta no seu sono profundo, um habitante de Fiestaville que é também personagem principal. Como anda sempre a dormir, os seus amigos, abonados festivaleiros, decidiram atirá-lo a uma cama a boiar em águas paradisíacas. Transformado numa bola, o seu corpo faz ricochete no colchão e é devolvido ao espaço aéreo, onde há uma montanha russa de pontuação. Compete ao jogador deslocar a cama para o ponto onde a versão enrolada de Siesta vai cair, podendo assim continuar a ganhar mais pontos neste movimento em "scroll" horizontal.

As surpresas que existem naqueles mundos.

Essa é uma das características do jogo, como se a cama onde repousa Siesta deslizasse por diferentes cenários. Isso leva a que o jogador tenha que colher a melhor pontuação, podendo até conseguir multiplicadores se fizer com que a bola atravesse pequenos cursos aéreos, identificados através de uma seta, tendo que evitar caixas de explosivos, que subtraem a pontuação. Embora a princípio a mecânica dê alguns sinais de repetição, não tarda até injectar diferentes abordagens, sem contar com o combate contra um "boss" no fim de cada mundo, algo que exige perícia mas também sangue frio, até que a bola toque no ponto específico. É possível manobrar a cama usando o d-pad, mas para uma melhor precisão e resultado, a caneta stylus cumpre bom serviço no ecrã táctil. Uma pressão no botão A ou toque no ecrã táctil faz com que a bola seja atirada com mais força.

Os oito mundos disponíveis oferecem diferentes temáticas e cada um é composto por quase uma dezena de níveis, cuja dificuldade vai sendo maior à medida que caminhamos para a fase final, sendo nalgumas partes um jogo de nervos e de sobrevivência. Os níveis são pequenas maravilhas e oferecem quase sempre algo novo, seja em termos de objectos de interacção e outros elementos (como as caixas de propulsão), seja ao nível do design, com as gotas a atingir o ecrã a constituírem um dos pontos surpresa.

Siesta Fiesta não oferece modo de jogo online nem opção para dois jogadores. É uma experiência puramente alinhada no desafio individual e uma que nos põe a sorrir em dois tempos. Não há maneira de esquecer a primeira queda de Fiesta fora da cama, como corpo inerte, com os seus amigos, lampeiros, a entrar em cena como maqueiros, devolvendo o corpo da pobre alma ao colchão mágico. Com maior ou menor pontuação, cada nível encerra uma mini-festa, uma pequena "party" para a qual todos estão convidados. E enquanto houver Siesta, há fiesta.

8 / 10

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Sobre o Autor
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Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.

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