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Shantae - Virtual Console 3DS - análise

Poderoso rabo de cavalo.

Este colorido jogo de plataformas 2D da californiana WayForward Studios fez uma longa travessia de 11 anos até chegar ao continente europeu. Lançado exclusivamente em território americano, em 2002, pela mão da Capcom, justamente quando a Nintendo tinha acabado de estrear a sua nova portátil - o GameBoy Advance -, foi visto quase como um lançamento fora do tempo Mas mesmo depois destes anos todos e ao experimentarmos agora o jogo através da eShop, chegámos à conclusão que Shantae ainda justifica o pequeno investimento, particularmente pelos fãs dos jogos - retro - de plataformas.

A WayForward tem produzido jogos de comprovada qualidade, como Mighty Switch Force ou até mesmo o Duck Tales: Remastered, que está muito perto de ser (re)lançado. Apesar de ter já onze anos desde o lançamento, Shantae continua a ser especial, sobretudo pelo seu acentuado grau de desafio. Dotado de mais alguma complexidade para o que era o comum dos jogos 2D de plataformas do final dos anos noventa, a característica mais saliente é a natureza aberta do mundo. Isto leva a que o jogador tenha de percorrer várias áreas que se encontram interligadas, ao invés dos níveis fechados dentro de cada mundo.

Oh noes... piratas do mar.

A protagonista Shantae, é a guardiã de uma zona piscatória conhecida como Scuttle Town. Por lá vive com tranquilidade e sossego, até numa bela manhã sofrer um ataque causado por um grupo de piratas liderado pela terrível Risky Boots, que atacam a vila e roubam um precioso motor a vapor. Está dado o mote para uma aventura que levará esta peculiar bailarina metade génio de uma lâmpada mágica, a percorrer uma porção de territórios conhecidos como Sequin Land, numa espécie de conto oriundo das mil e uma noites. Afinal, há que pôr um fim à nefasta pirata e recuperar o precioso motor a vapor.

Shantai podia ser uma jovem vulgar como muitas outras, mas do seu design emerge uma característica peculiar; os seus longos cabelos compridos lilás escuro que lhe permitem atacar os inimigos em cada movimento de agitação da cabeça. Como verdadeiro golpe, este ataque é a forma mais básica que lhe permite enfrentar não só os inimigos mas também quebrar vasos e outras peças espalhadas no cenário que escondem moedas de troca para uma série de proveitosos items. Com tempo, a jovem protagonista aprenderá a dançar e, com isso, causar ainda mais dano nos inimigos. Para o fazer terá que entrar no modo dança, pressionando o botão select, ao mesmo tempo que terão de ser premidos os botões de movimento no tempo correcto. Com grandes influências dos jogos de ritmo, esta capacidade invulgar de génio da lâmpada permite-lhe transformar-se em diferentes animais, de modo a atingir áreas previamente inacessíveis, o que resulta numa engenharia de progressão bastante aliciante.

Todas as cidades oferecem espaços de diversão e banhos regeneradores de saúde.

Sequin Land é um vasto mapa aberto que vamos explorando em conformidade com os nossos poderes. Com influências como Metroid (combate, plataformas e exploração) e até The Legend of Zelda, as áreas que vamos visitando oferecem uma artwork e um design adequado a fortalecer o desafio, especialmente através da colocação de adversários que barram os percursos. A transição minimalista do dia para a noite pode já não causar aquela surpresa, mas se pensarmos que isto é realizável num jogo para o GameBoy Color não podemos deixar de registar agrado nesta opção.

Shantae é uma das gemas da coroa da WayForward. Um jogo já distante mas que nem por isso invalida o crédito desta produção engenhosa e criativa. Apelativo visualmente, com bons sprites para uma consola portátil 8-bit, pouco charme perdeu nesta passagem do tempo. Apesar da chegada tardia à Europa, mais vale tarde do que nunca e quando se trata de acção clássica de plataformas, especialmente a baixo preço, a oportunidade é única.

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