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SBK Generations - Análise

Não dá para fazer turismo com uma Superbike.

Já o modo carreira revela-se mais extenso e mais uma vez adaptado às quatro temporadas. O jogador deve começar por criar um piloto, usando um editor que muito embora não tenha a profundidade de outros do género, abarca opções para edição em número suficiente. Para uma nova temporada o arranque acontece em 2009. Há que estabelecer contactos com uma equipa e assinar um contrato válido para uma temporada. De início são estabelecidos certos objetivos como ficar num dos três primeiros lugares do campeonato e ganhar aos rivais destacados para cada prova. O compromisso com a equipa e com os resultados é ditado desde o primeiro instante.

Pontos de experiência são fundamentais para cativar o interesse de outras equipas. Estes pontos são obtidos através de diversas categorias como realização de manobras acrobáticas, bons resultados nos circuitos caseiros, vitórias e comportamento em pista dentro dos limites da ética. Estes pontos são distribuídos e contabilizados no fim de cada prova.

A passagem pelas diversas fases da competição ao longo do fim de semana não é obrigatória. Pode-se muito bem passar a qualificação, as duas sessões de treinos, a qualificação e o Warm Up e avançar logo para a corrida (sabendo que se arranca no fim da grelha se essa for a decisão). No entanto é, para os principiantes e para aqueles que quiserem investir na dificuldade mais elevada (acedendo à simulação) aconselha-se uma passagem pelos treinos.

Cada circuito é único na sua estrutura. Alguns possuem curvas lentas, outros estendem-se por rectas rápidas e curvas fechadas como Donington e há sempre o irrepreensível Autódromo do Algarve que é, no seu conjunto, largo e dotado de um misto de secções rápidas e lentas. Torna-se assim fundamental recorrer ao engenheiro para encontrar a melhor afinação que tanto pode passar por uma mota afinada para qualificação como para corrida. Esta ligação com o engenheiro não substitui a afinação de cada parâmetro da mota. Suspensão, borracha dos pneus, quadro, travões; há muitos para mexer. No entanto o engenheiro afina a mota consoante as preferências e indicações que são dadas a partir de um quadro no qual constam vários "feedbacks". Para uma afinação será gasto algum tempo a realizar os procedimentos, sendo importante verificar o tempo que sobra para treinar ou qualificar.

"Há uma sensação de repetição que tende a apoderar-se depois de completa uma temporada."

Para lá dos objetivos estabelecidos para cada prova, como rivais e resultados, por vezes é preciso realizar alguns testes, cumprindo requisitos específicos. Realizando com sucesso esses desafios passa a ser possível equipar a mota com novas peças como travões, suspensão e quadro. Na verdade há uma evolução significativa da mota ao longo do campeonato. O comportamento em curva é mais regular e a estabilidade em pista gera economia de tempo, colocando o piloto mais perto dos lugares da frente e das vitórias. Contudo, há uma sensação de repetição que tende a apoderar-se depois de completa uma temporada. O jogador acaba por lutar constantemente pelos mesmos objetivos e a variedade de desafios não é tão grande como parece ao longo da primeira temporada, uma vez que se esgota o fator da surpresa. Pouco é feito para alterar esse "status" nas campanhas seguintes, ainda que haja muito para percorrer ao longo de quatro temporadas.

Manobrar estes aparelhos de duas rodas pode ser uma tarefa simples ou mais exigente consoante a dificuldade escolhida. Contar com assistências significa que o computador faz quase tudo; garante equilíbrio na travagem, estabilidade à saída das curvas e sempre com tração, minimiza as quedas e, como tal, permite chegar sem problemas à frente. Já dentro do modo simulação as coisas ficam, naturalmente, mais complicadas. Dar toques nos adversários e receber algumas pancadas na mota acaba por ser inevitável dada a presença de tantos pilotos num espaço tão pequeno (normalmente nas curvas mais apertadas após a largada). No entanto e após se conseguir uma posição destacada alguns pilotos mais destemidos atiram para chão quem ganhou o lugar, obrigando a um penoso restart devido a uma não adequada resposta da IA. Para corrigir estas situações já era tempo de a produtora incluir uma regressão no tempo de 2 a 5 segundos para evitar incómodos deste género.

Para acompanhar os pilotos mais rápidos o "timming" da entrada em curva e saída é fundamental, assim como a travagem e aceleração. De um modo geral o risco de queda em curva é maior quando a passagem se dá em pisos molhados. Mas seria mais realista se o comportamento em curva fosse mais suave e menos automático. Fica por vezes a impressão de comportamentos da mota demasiado programados. De resto é agradável dosear a aceleração à saída, ponto o pneu traseiro a derrapar um pouco, ainda que seja prejudicial se o olho estiver apontado para o cronómetro. Espectacularidade não significa eficiência. A satisfação proporcionada pelo maior realismo é moderada pelas situações de maior frustração. No final o resultado quanto à jogabilidade é que oferece um patamar de satisfação para os fãs.

Em termos visuais SBK Generations não oferece um grande avanço para o que já se viu em edições passadas. Há toda uma reprodução cabal e realista dos circuitos. A chuva vem sempre acrescentar um efeito espelhado no asfalto, e as diferentes nebulosidades e condições solares que diferem entre secções de treinos acrescentam algum realismo agradável. Contudo, nada que se compare com a fasquia em termos gráficos com os jogos do género automóvel do momento. A definição das boxes e pista é quase mínima e a animação do motociclista peca por escassa. Felizmente a sensação de velocidade é boa.

Por fim o modo multiplayer permite que 16 pilotos possam competir em simultâneo, a partir de uma variedade aceitável de opções como corridas em fins-de-semana e diferentes campeonatos. O resultado em termos de eficiência nas ligações é aceitável, ainda que não seja fácil reunir participações suficientes para encher uma sala.

SBK Generations é assim uma alternativa a Moto GP com valor para os fãs da modalidade. Para esta edição a Blackbean acrescentou mais desafios e uma vertente de progressão individual assente em quatro temporadas, funcionando como uma espécie de convocatória para quem falhou as últimas edições. É pena que a produtora ainda não tenha levado este simulador aos limites em termos visuais, já que o compromisso quanto à simulação e desafios revela-se bem positivo.

6 / 10

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