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Samurai Warriors Chronicles 3 - Análise

Japão feudal.

Destaque para a boa adaptação à New 3DS, mas acrescenta poucas novidades e o modo história não revela a melhor apresentação.

Na New Nintendo 3DS a compatibilidade com o c-stick (uma espécie de segundo analógico) oferece uma melhor gestão da perspectiva de jogo para um jogo tão complexo como é um Samurai Warriors. Em cenários tridimensionais e partindo de uma perspectiva na terceira pessoa, é uma disposição quase vital para o sucesso da experiência.

Samurai Warriors 3 cabe na na evolução recente da portátil da Nintendo e embora seja um título um pouco exigente por força das combinações de ataques, não fica muito distante das experiências domésticas. Quem chegue aqui pela primeira vez, sem ter uma base histórica da série, conhecendo Hyrule Warriors pelo menos (uma produção conjunta da Koei com a Nintendo para a Wii U que fundiu elementos de The Legend of Zelda e Samurai Warriors), ficará a saber que Samurai Warriors é na sua estrutura mecânica e design muito parecido. Este terceiro capítulo da ramificação Chronicles, que saiu no Japão no final do ano passado e chegou à Europa no final de Junho, tem Samurai Warriors 4 como a sua base.

Já a narrativa, está assente na era Sengoku. Reporta-se ao antigo Japão feudal, dominado pelos samurai, como é óbvio, com uma apresentação algo similar a Samurai Warriors 3, mas com uma novidade, apresentada logo ao começo e sob a forma de um editor de personagem. Isto leva à criação do nosso herói, que irá lutar ao lado de lendas como Nobunaga, entre outros, numa série de eventos que começam através de cut-scenes. No final, existem algumas possibilidades de escolha, mas o resultado não parece derivar progressivamente a não ser do lado da batalha que perfilhámos, entre os clãs.

"Samurai Warriors 3 cabe na na evolução recente da portátil da Nintendo"

Aravés do ecrã táctil podemos destacar uma personagem até um local onde são necessários reforços.

Os segmentos cinematográficos estão bem reproduzidos, com interesse para os modelos das personagens, embora permaneçam demasiado estáticas e serenas, salvo o tom de voz, que ao melhor jeito samurai, chega a criar alguns picos de tensão. Contudo, esperávamos um pouco mais ao nível das opções e mudanças imprimidas na cadência narrativa por força das escolhas. As batalhas oferecem sempre coordenadas histórias e cenários amplos, que podemos percorrer não com uma mas com quatro personagens em diferentes zonas. No ecrã táctil existe um mapa da área e tocando num dos pontos podemos convocar para lá uma personagem, de forma automática, ou seleccionando uma e avançando manualmente até ao ponto solicitado. Ao fim de algum tempo vamos desbloquear novas personagens e encontrar mais parceiros. É talvez o ponto mais interessante no avanço narrativo porque muitos textos e diálogos são praticamente ultrapassáveis (usando o botão para passar à frente).

O combate é mais interessante e a fase inicial do jogo é toda acompanhada por explicações sobre o básico do jogo, como objectivos, poderes das personagens, ataques especiais, combinações, tarefas para várias personagens, etc. Conjugadas com permanente acção, funcionam como uma boa recepção. Depois, habituamo-nos depressa ao cumprimento dos objectivos e características ofensivas das personagens, para lá do nosso herói. Como sempre, estas personagens envergam indumentárias exuberantes, coloridas e um equipamento militar deveras intrigante.

Não é menos impressionante conhecer os seus ataques, através de diferentes combinações e utilização de ataques mais explosivos. Importa salientar o bom funcionamento deste modelo interactivo na portátil. O controlo da personagem através do analógico esquerdo é muito seguro e os ataques são muito fluidos e de rápida resposta à pressão exercida nos botões. Claro que há sempre a necessidade de adaptação para realizar os ataques especiais (usando o R), mas de um modo geral a resposta é bastante positiva.

O editor de personagens.

O mesmo sucede no ecrã táctil, através de transições rápidas entre personagens (as 3 que auxiliam o nosso herói), sendo por isso desnecessário andar numa corrida desenfreada até ao ponto onde é requerida intervenção, tantas vezes inglória, fruto da reacção severa dos inimigos. No entanto e em missões mais complexas, os nossos companheiros de combate não se encontram tão desenvolvidos como seria desejável, oferecendo pouca resistência, pelo que o apoio do nosso herói é fundamental. Promover mais equilíbrio e admitir um uso mais regular das outras personagens em objectivos intermédios é um dos pontos que os produtores devem considerar para o próximo jogo.

Em termos de combinações e ataques, existe variedade: ataques de diferentes intensidades e golpes mais estratégicos, bem como uma barra que permite, após reunidas certas condições na articulação com os aliados, lançar um golpe devastador. Em partes mais intensas do combate, a tarefa torna-se num processo algo rotineiro, de pressão constante nos mesmos botões, a não ser quando defrontamos um boss. Aí sim, é conveniente perceber o esquema de golpes do adversário, pensar na melhor estratégia para o derrotar e aplicar golpes específicos. Mas estas são situações excepcionais. Quase sempre recorremos ao mesmo padrão ofensivo.

"Em termos de combinações e ataques, existe variedade: ataques de diferentes intensidades e golpes mais estratégicos"

O jogo oferece modos de jogo alternativos como a opção "challenge", numa espécie de luta contra o relógio com novos objectivos para cumprir e sem as cinematográficas para interromper a intensidade dos combates. Em termos gráficos, não é uma produção exponencial ou particularmente superior a outros jogos da 3DS, mas melhor do que isso é o desempenho muito aceitável das batalhas, sempre com muitos inimigos em movimento (uma das marcas da série) e nem os golpes especiais dos heróis afrouxam visivelmente a cadência de fotogramas. Além disso a banda sonora adequa-se à temática do jogo. Vão encontrar mais algumas opções, como ligação online para recolher pontos que podem depois ser substituídos por equipamento e até convocar personagens para tomar um chá, incrementando a relação de amizade.

Com um quadro narrativo que fica um pouco aquém do esperado, o ponto mais positivo de Samurai Warriors Chronicles 3 é precisamente o combate e a boa adaptação à portátil da Nintendo. Infelizmente, não é um jogo forte em novidades, apesar da menção digna para a opção que nos deixa mudar de personagem no mesmo cenário. Mesmo essa opção podia estar melhor e garantir mais algum equilíbrio no confronto com as tropas inimigas. Os fãs mais acérrimos poderão dar uma oportunidade, mas pese embora a boa adaptação à portátil, não é um jogo capaz de surpreender e levar o jogador que desconheça Samurai Warriors a apostar nesta edição.

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Samurai Warriors Chronicles 3

PlayStation Vita, Nintendo 3DS

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Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.

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