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Rise of Incarnates - Antevisão

Num mundo devastado, a guerra não é opção.

São tempos de transformação para os "fighting games", diluídos algures entre os MOBA, os Brawlers e os jogos de luta tradicionais. A Bandai Namco tem um longo historial no género, e parece decidida a explorar os modelos modernos de financiamento, nomeadamente o chamado "free-to-play", assente no financiamento por microtransacções.

Este Rise of Incarnates trata-se de uma nova propriedade intelectual, com muito caminho para andar ainda, mas que estava já jogável no evento anual Level Up, organizado pela Bandai Namco, e para o qual a companhia nos convidou. Será de entrada gratuita, e apesar do seu modelo de monetização não estar ainda definido, este irá aproveitar a maior base de jogadores existente, e habituada a este modelo, o PC.

Esta será uma má notícia para os amantes de jogos de luta nas consolas, mas a verdade é que já está definido, Rise of Incarnates será um exclusivo Steam, na linha do modelo de Dota 2 imagino, mas com um gameplay bastante diferente do título da Valve.

Do primeiro trailer já mostrado saltam logo duas coisas à vista, o estilo e os ambientes. O estilo parece apontar para o público jovem, aqui entenda-se, adolescentes e jovens adultos, e parece virado para o mercado ocidental.

Já os ambientes são facilmente reconhecíeis por se inspirarem em localizações reais, de um mundo levado para a devastação. Assim de repente, identificamos o Arco do Triunfo de Paris, o Big Ben em Londres, e ainda o que resta da estátua da liberdade em Nova Iorque, isto dos cenários presentes no trailer.

A equipa de produção conta com bastante experiência em jogos de luta, com pessoas que trabalharam em licenças como Tekken, Gundam: Extreme Vs ou Soul Calibur. Pode ser visto como uma mistura de shooter estilo Shootmania e um jogo de luta como Power Stone, dentro de ambientes 3D onde os confrontos se podem desenrolar no chão ou nos céus.

Os Incarnates são as personagens jogáveis, os lutadores do jogo. O seu poder bebe inspiração de vários deuses e demónios retirados de várias mitologias, sendo que actualmente existem quatro personagens jogáveis. Ainda não sabemos quantas estarão disponíveis no dia de lançamento, nem qual a periodicidade de adição de novos lutadores.

Os que estão presentes são Mephistopheles, Ares, Lilith e Gream Reaper. Os dois primeiros são personagens de mid-range, possuidores de um disparo médio e de espadas poderosas. Lilith é desenhada para ser mais eficaz à distância, com rajadas rápidas e certeiras, é uma das personagens mais simples de controlar, e mesmo no curto alcance, é capaz de um beijo mortal depois de um combo.

"O jogo tem imensas semelhanças com um brawler, mas é especificamente desenhado para combates de 2 contra 2."

Já o Gream Reaper é eficaz no corpo-a-corpo, por possuir um lança-chamas, e uma transformação que arrasta uma nuvem do que parecem ser caveiras que atacam tudo à sua volta. É também o mais interessante esteticamente, uma espécie de mistura entre doutor Frankenstein e Robotnik.

No geral, o jogo tem imensas semelhanças com um brawler, mas é especificamente desenhado para combates de 2 contra 2. A explicação para isto foi simples, não quiseram colocar todos contra todos para evitar o natural caos e o acaso que sai desses confrontos, e ao mesmo tempo, não queriam ter equipas de mais de dois elementos, para poder tornar central a mecânica de trocar de alvo a toda a hora.

A possibilidade de trocar de alvo com o rápido pressionar de um gatilho permite-nos forçar momentos de 2v1, que têm muita importância no desenrolar da batalha. Este facto é reforçado pelo facto de existir bloqueio do alvo atual, ou seja, apesar dos nossos golpes poderem atingir os dois adversários se estes estiverem juntos, o enquadramento da personagem está bloqueado ao alvo atual. Assim, se estes se encontrarem em direcções diametralmente opostas, teremos sempre as costas viradas para um deles, aquele que não é o nosso alvo.

Isto pode parecer estranho, mas durante a batalha é francamente divertido, porque desafia ao mesmo tempo a nossa habilidade de temporizar os movimentos, e nossa capacidade de perceber como se está a safar o colega de equipa. Por exemplo, se me apercebo que um inimigo se aproxima pelas costas a grande velocidade e o outro avança para mim numa posição frontal, posso mudar de alvo, bloquear, mudar de alvo, aplicar um combo ou disparar uma rajada, e mudar de alvo mais uma vez.

Isto é difícil de temporizar, mas dois bloqueios deverão ser mais do que suficientes até que chegue o companheiro para retomar o combate com um dos adversários. O próprio jogo promove esta rapidez. Quando atingimos um adversário de forma fatal, temos sempre cerca de 3-4 segundos em que não lhe podemos acertar e devemos mudar rapidamente para o outro. No entanto, como o seu regresso é muito rápido, sabemos que vamos ter problemas nas costas muito rapidamente.

Existe um valor numérico no canto do ecrã correspondente à nossa vida, mas o que determina a vitória final é a barra de vida da equipa. Cada vez que um dos membros da equipa morre desaparece uma barra, sendo que a equipa perde quando estas acabam. Deste modo, a prestação do nosso colega é tão importante como a nossa própria, e por isso é que o jogo passa muito por conseguir provocar ao máximo as tais situações de 2v1, para que logo depois de eliminarmos um, possamos aproveitar para eliminar o outro.

É impossível ter uma ideia concreta da importância do elemento estratégia que pretendem tornar central no jogo através das sinergias entre as equipas. É normal que duas personagens de longo alcance não formem uma boa combinação, mas como apenas existem quatro Incarnates de momento, os combates que realizamos durante o evento foram apenas um suceder de pancada caótica.

Apesar de ser uma propriedade intelectual nova e de ter acabado de ser anunciado, Rise of Incarnates já se encontra bastante evoluído na sua jogabilidade. Deverá funcionar como os MOBA modernos, onde novos lutadores vão sendo adicionados, para serem comprados por pontos ou pela carteira do costume. A fase alpha começa já entre maio e junho, e existirão brevemente uns webcomics gratuitos e que serão distribuídos todos os meses, de modo a enquadrar melhor os Incarnates, porque estão ali, porque combatem, e porque precisam de vocês.

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Aníbal Gonçalves

Redator

MMOs e RPG são com o Aníbal. Aliás existe um rumor na redação que a sua primeira casa é o World of Warcraft. Mas às vezes também o vemos a fazer uns exercícios. Não é mau de todo.

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