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Resident Evil 6 - Antevisão

O rei do terror está de volta.

Sempre fui um grande fã de Resident Evil, e durante a estadia na E3 tive finalmente a possibilidade de pôr as mãos em cima do sexto título da série, assim como de assistir a uma apresentação onde estavam três dos produtores responsáveis pelo jogo.

Vivemos mesmo em tempos estranhos nesta indústria, assim de cabeça, perto de 50% dos jogos mostrados durante a feira eram shooters, ou algum tipo de variante de shooter. Claro que isto intrinsecamente não é um problema, e representa em grande medida aquilo que o público pede/quer, no entanto, significa também a falta de apetência para o risco actualmente neste media, e a sua consequente estagnação enquanto forma comunicadora.

É verdade que o género de Resident Evil sempre foi alvo de discussão e controvérsia, assim como são as suas mecânicas e o peso que cada uma tem na formação do produto global. Deixem-me dizer que Resident Evil nunca foi exatamente um survival horror, mas já teve muito mais de survival horror do que tem hoje.

Basta analisarmos a evolução dos jogos anteriores da série, para perceber categoricamente que a ação tem vindo a ser privilegiada em detrimento do horror, assim como a tensão tem vindo a diminuir, em nome de um palavrão que hoje é critério obrigatório dos "triple A", a acessibilidade.

Com Shinji Mikami longe da série e Jun Takeuchi também afastado, Resident Evil 6 foi produzido por um conjunto de mentes novas, que prometem trazer frescura à série, se é que ela precisava. Como primeira impressão, posso dizer que me pareceu ter muito mais de shooter do que de terror, muita ação e pouco suspense foi o que retirei desta primeira experiência com o jogo.

A demonstração a que tivemos acesso não revelava detalhes sobre a narrativa, nem tão pouco sobre onde os acontecimentos nos levavam ou porque nos devíamos importar. Era mais um "showcase" de ação, que mostrou algumas novas funcionalidades do combate e da progressão do modo single-player.

Começando pela primeira, será agora possível disparar em movimento, num sistema mais manual e dinâmico que me pareceu uma boa implementação. Podemos também rebolar para os lados para evitar ataques inimigos, e ainda disparar enquanto deitados no chão. A troca de armas pode também ser feita em tempo real, sem aceder ao clássico inventário estilo mala, tão conhecido dos jogos anteriores da série.

Um sistema de ataques manuais como pontapés e outros golpes foi também implementado, bem sei que os dois títulos anteriores já permitiam fazer isto em alguns contextos ("context sensitive actions"), mas será agora mais livre para que possamos conservar munições. Confesso que vou sentir saudades de ter que esfaquear os zombies no chão depois de um tiro na perna para poupar recursos, é daqueles pormenores que nunca se esquece.

Existirão 3 protagonistas que podemos escolher para jogar logo de início, cada um deles com uma companheira específica. Leon Kennedy, Chris Redfield, e finalmente um novo "herói" de nome Jake Muller, filho de… (wait for it), Albert Wesker. As motivações destes protagonistas serão diferentes, e por isso a história com cada um deles terá também um desenvolvimento diferente.

Sabemos que os três têm em comum a vontade em descobrir a origem do denominado "C-virus", um vírus capaz de reanimar os mortos, e desenvolver mutações nos seus corpos tornando-os imprevisíveis e muito perigosos. Estas criaturas mutantes em Resident Evil 6 serão conhecidas como os J'avo.

Apesar do caminho e motivações dos protagonistas e respetivas companheiras serem diferentes, as três linhas narrativas serão interligadas num sistema denominado de "cross over story", possibilitando que em determinados pontos da história Leon encontre Jake ou Chris, e vice-versa. O que isto tem de interessante é que podemos saltar para um jogo de um amigo online, e ajudá-lo a eliminar um boss mais problemático.

Resident Evil 6 permitirá jogar cooperativamente com um amigo em ecrã dividido ou online. Caso nenhum destes casos se verifique, serão sempre obrigados a aturar a inteligência artificial do jogo. Pelo menos prometeram-nos que os companheiros não serão tão irritantes como nos jogos anteriores (Ashley No!), e não teremos que lhes dar munições. Será também possível dar-lhes comandos para executarem variadas ações ofensivas, um modo muito mais pró-ativo do que os anteriores "stay" e "let's go".

Visualmente, o jogo está com bom aspeto, mas não me surpreendeu. As personagens estão bem animadas é certo, mas os poucos cenários que vi pareceram-me na linha que outros jogos do género, nada mais, sem grande detalhe nem profundidade. Fico à espera de ver mais do jogo para evitar juízos de valor injustos e precipitados.

Uma das maiores dúvidas suscitadas por um dos trailers já revelados, diz respeito à cena onde Leon e Chris se confrontam apontando uma arma um para o outro. Ora porque raio duas das personagens mais adoradas da série, claramente os "bons da fita" se haviam de desentender? Seria um tremendo spoiler perguntar aos produtores, mas esta curta cena permite-nos ter já uma ideia sobre as diferenças que se desenrolarão em cada uma das campanhas, espero é que existam finais diferentes, quem sabe até modificados pelas nossas ações durante a aventura. Resident Evil chegará às lojas no próximo dia 2 de Outubro.

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