Rescaldo conferência Sony Gamescom 2014
Não houve "bomba", mas não faltaram jogos criativos.
Depois da conferência da Sony desta Gamescom resolvi ler alguns dos comentários dos utilizadores e confesso que fiquei surpreendendo pelo sentimento geral de desilusão instalado, isto porque não houve nenhuma "bomba", pelo menos algo semelhante ou de igual peso ao próximo Tomb Raider, que será um exclusivo para a Xbox One. No entanto, não me parece que a conferência da Sony tenha sido má, houve muitos jogos apresentados e alguns deles bastante curiosos.
O problema final foi depois resolvido pela constatação que P.T. é na verdade o novo Silent Hill, aqui chamado de Silent Hills, e está ao cargo do Kojima Productions, bem como de Guillermo del Toro, estando a ser usado o FOX Engine. Para finalizar este novo anúncio, temos o ator Norman Reedus, conhecido pela série The Walking Dead, como personagem principal. O que mais queremos? Sim, não foi apresentado na conferência, mas foi um golpe de originalidade por parte da Sony e Kojima. Agora só fala saber se é exclusivo PlayStation, mas tudo leva a crer que sim.
A conferência começou com a Sony a cimentar a sua atual posição de mercado, anunciando que já foram vendidas 10 milhões de consolas PlayStation 4 aos consumidores, um resultado impressionante para uma consola que ainda nem um ano fez e cujos maiores trunfos estão por sair. Se há coisa que podemos concluir é que 2015 será um ano espetacular para qualquer jogador e que haverá jogos para todos os gostos.
Na Gamescom parece que a Sony quis transmitir esta mensagem, a de que a PlayStation é casa para todos os tipos de jogos. Se na E3 vimos grandes monstros como Uncharted 4, aqui em Colónia vimos jogos igualmente fantásticos mas de produções mais pequenas e com mais criatividade, basta olhar para o novo jogo de Michel Ancel, chamado apenas Wild, ou para Rime, para perceber que a indústria dos videojogos é muito mais do que os chamados títulos AAA.
A comunidade ganhou força e agora decide quais são os jogos que querem ver nas suas consolas. A prova é DayZ. Aquilo que começou como um Mod para Arma 2 teve destaque na conferência da Sony com a confirmação da versão para a PlayStation 4. Há alguns anos isto seria impensável, mas aconteceu. O poder da comunidade transformou um Mod num colosso que nem a Sony pode ficar indiferente perante o seu sucesso.
Fora os jogos já mencionados, houve outras surpresas que marcaram pelo conceito e curiosidade que deixaram. Falo de Hellblade, o novo jogo da Ninja Theory que será exclusivo para a PlayStation 4, e The Tomorrow Children, que ninguém percebeu bem do que se trata mas que criou interesse pelo trailer enigmático e pouco esclarecedor.
A seguir à exclusividade de jogos, vem a exclusividade de conteúdos. Na conferência a Sony anunciou que este benefício poderá ser encontrado nas versões PlayStation 4 de Shadow of Mordor e Far Cry 4. Neste último caso, serão dadas dez chaves aos jogadores para oferecerem aos amigos, que possibilita jogar durante duas horas sem ter que comprar o jogo, melhor do que qualquer demo.
Com a próxima atualização da PlayStation 4, funcionalidade semelhante à de Far Cry 4 será possível em todos os jogos, deixando que jogar à vez com um amigo, sem este ter que comprar o jogo, ou convidando-o para o modo cooperativo. Esta nova funcionalidade chama-se SharePlay, e sim, parece bom demais para ser verdade.
Finalmente há data na Europa para o PlayStation Now, que ficará disponível algures em 2015, e isto acompanhou a notícia da PlayStation TV, uma versão caseira da Vita que corre os jogos da portátil e da PSOne, custando apenas 99 euros e vindo com três jogos instalados (não foram ditos quais). A data para a chegada da PlayStation TV é novembro.
Para terminar, as duas maiores novidades da noite. A primeira foi Until Dawn, que a Sony já tinha vindo a publicar teasers por vários dias. Este será um novo título de terror e está a cargo da SuperMassive Games e promete satisfazer os desejos de quem está sempre à procura de um bom susto. A segunda maior novidade foi Tearaway para a PlayStation 4, numa versão re-imaginada para o Dualshock 4, ou seja, não é propriamente um novo jogo.
Isto lembra que, mais uma vez, a PlayStation Vita teve pouco ou nenhum destaque na conferência , servindo cada vez mais para uma plataforma de jogos indie e dos títulos japoneses que vão chegando à Europa.
Para concluir a conferência, só faltava a tal "bomba", mas a conferência esteve longe de ser uma desilusão. Mais uma vez a Sony apresentou vários jogos novos criativos e sem medo de arriscar que vêm acrescentar mais variedade ao catálogo da PlayStation 4. Certamente que vários outros jogos estão em produção neste momento, mas o seu anúncio foi deixado para outra altura, provavelmente para os VGX ou a próxima a E3. Com 10 milhões de consolas espalhadas pelo mundo, o futuro da PlayStation 4 é risonho.