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R-Type Dimensions

Nave espacial vs holocausto de balas!

R-Type Dimensions chegou ao Xbox Live Arcade para facilitar a vida dos jogadores que se perderam no inferno de balas dos salões arcade e que até hoje ainda não se refizeram de todo o orgulho perdido. Desafiavam a máquina a acabavam quase sempre debaixo do rolo compressor. Como uma moeda, Dimensions tem um lado B nas várias demarcações, uma saída de emergência, e de entre opções aos pares, entrega o velhinho R-type na forma clássica assim como a sequela, mas o teste definitivo é saber se com um único crédito conseguirão bater o boss final e, antes dele, passarem incólumes pelo enxame de balas e inimigos e naves que levam qualquer objecto em sentido contrário na enxurrada.

O conservadorismo dos originais R-type e R-type II permanece intocável. Dois clássicos dos salões dos anos oitenta onde uma nave solitária (Arrowhead) desbrava caminho e fica, por cada área percorrida, cada vez mais minúscula, do tamanho de um pixel. As áreas de fuga estreitam-se, micro espaços de magra vitalidade, o ambiente é opressivo e sem “power ups” no firmamento, Deus vos valha. Quase espúria, a dificuldade vem à tona depois de vencerem o boss no fim da primeira área de exploração. Essa etapa representa o único momento de sossego que o jogo propicia e serve de amostra para garantir a vitalidade da nave à custa dos power ups que tendem a garantir maior equilíbrio.

Completada dentro do modo clássico, como se estivessem a guarnecer uma máquina de salão e obtêm o vosso primeiro achievement. Mas fiquem cientes; é a primeira e última conquista que obtêm por terem concluído a área dentro do modo clássico. Jogar com a opção clássico só mesmo para os jogadores mais hardcore, que em pouco tempo passarão a uns poucos resistentes donos de uma capacidade de reflexos sobre-humana. Têm três vidas e sempre que são abatidos regressam a um ponto de gravação automático e ... lá se foram os power ups, a camada atmosférica de protecções, armamento defensivo e repelente meticulosamente distribuído pelas áreas de jogo. Basicamente é o mesmo que andarem descalços num percurso de vidro estilhaçado. Sofre-se a bom rigor.

O primeiro boss de R-Type e possivelmente o menos complexo de todos.

Para minorar o desaire das baixas consecutivas sem a opressão de regressarem ao ponto prévio, o modo infinito como que torna a nave invulnerável e abre caminho para as 14 áreas infectadas pelo exército Bydo. Não deixa de se sentir o intuito fraudulento e corrupto da alternativa, à margem do autoritarismo clássico, até porque no final a colheita dos mais expeditos faz-se em torno do menor número de vidas dispensadas.

O que se perde através do esquema de aprendizagem baseado na tentativa e erro, reflexos, precisão e memória pode ser suficiente para desmotivar futuras entradas em cena, pelo que o resultado final fica num meio termo. Alguns sentirão o interesse pelos scores máximos, outros sentir-se-ão propensos para atacar cada área dentro dos limites acompanhados pelo medidor da exaustão. Além disso são habilitados a executar um refresh no estilo gráfico e como se fossem donos de uma máquina do tempo, activam uma conversão imediata e em tempo útil de jogo dos gráficos originais em duas dimensões para um aspecto moderno e tridimensional. Postas assim as possibilidades até parece que não só compraram um jogo como ofereceram mais três.

A transição é suave, bem conseguida e revela em determinados mapas pormenores de evolução interessantes, mas o esquema do jogo não é alterado em função do novo aspecto visual. Por mim e diante de uma escolha meramente pessoal identifico-me mais depressa com o ambiente clássico e vetusto dos oito bits, que a reconstrução para as três dimensões como forma de adaptação aos tempos modernos.

Transitar das duas para as três dimensões em plena progressão faz-se com suavidade e garante alguns efeitos surpresa.

A vertente multijogador em cooperação permite gozar o modo clássico e infinito. Juntos, no mesmo espaço ou em rede, os jogadores trilham pelas áreas infestadas na busca da pontuação máxima enquanto se mantêm atentos à progressão do colega podendo dar ajuda, através de algumas recuperações, quando a nave for abatida.

A grande virtude de R-Type Dimensions é que tem tanto de clássico e austero como de permissivo e compatível para jogadores mais casuais, dispostos a recuperar o saudosismo dos salões arcade à custa de um “shmup” rápido e facilmente recompensador se assim quiserem. Os puristas até vão encontrar um modo de exibição das partidas que deixa seguir a acção como se estivessem defronte da cabina. Incompreensivelmente a perspectiva move-se na medida da manobra efectuada com a nave, o que dificulta e de que maneira a percepção da área. Teria sido mais acertado deixar a perspectiva fixa sobre o monitor. De outro modo é impraticável.

Nem todos os jogadores reunirão paciência e capacidade para atacar todas as áreas de jogo como a primeira etapa, facilmente completada à custa de um só crédito, pelo que se alguns podem sentir-se motivados para aceitar o grande desafio de um dos títulos mais difíceis do género, ainda que sejam parcas as inovações, outros acabarão por abandonar a tarefa logo que sintam o peso das grandes chuvas de balas e tropas inimigas. Se não esmorecem com a prática exaustiva de jogos como Ikaruga ou Geometry Wars, então R-Type é o próximo ponto de paragem.

7 / 10

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In this article

R-Type Dimensions

PS3, Xbox 360, PC, Nintendo Switch

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Sobre o Autor
Vítor Alexandre avatar

Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.
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