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Pro Evolution Soccer 2010

Jogabilidade, tácticas e mais sobre o novo PES.

Há sensivelmente dois meses tivemos o primeiro contacto com Pro Evolution Soccer (PES) 2010. Naquela altura foi-nos dado a conhecer uma versão para computador num estado prévio de programação e de âmbito limitado a dois incontestáveis clubes europeus; Barcelona e Liverpool. Ainda sem comentários e com um quadro de opções e modos de jogo escassos adivinhava-se que os meses seguintes seriam um “tour de force” por parte dos produtores entrincheirados num verdadeiro “bunker”, em Tóquio. Num esforço de programação cauteloso, à boa maneira nipónica, isso não significa vedar o estúdio a qualquer exposição, pelo que este ano e pela primeira vez os adeptos de todo o mundo puderam ver como funciona a equipa liderada por Shingo Takasuka, também conhecido por Sea Bass.

Entretanto fomos convidados a passar uma tarde com uma versão adiantada para o sistema PlayStation 3 e já muito perto da versão de retalho. Porém, de todos os modos de jogo a que acedemos só não pudemos experimentar a Liga dos Campeões, estando disponível o grosso da estrutura de jogo, sendo que ainda sobram alguns aspectos e pormenores que deverão ser acrescentados nomeadamente a rotação de 360 graus nalguns jogadores, entre outros. No entanto o suco da experiência de jogo já está circunscrito e ainda que o contacto com esta versão se tenha resumido a umas parcas horas de jogo, ficámos com grandes perspectivas para a versão final, num jogo que se demarca em profundidade da matriz anterior.

É um refazer constante, mas desta vez a equipa de produção começou por escutar as opiniões dos jogadores, perceber as principais motivações e encontrar soluções para os novos desafios, principalmente no que respeita à organização táctica e movimentação da equipa. PES 2010 pretende dissipar algumas manobras de jogo, que executadas com ardileza por alguns jogadores caminhavam para um desfecho previsível. Abordar a presente versão à custa de algumas manobras adquiridas não leva ao golo com a facilidade de outrora. O naipe de onze nomes a subir ao campo organiza-se melhor em função das novas directrizes e indicações dadas pelo jogador. E assim, não só as partidas podem ter aqueles condimentos de uma final de uma grande competição, geralmente com menos golos, mas também porque os adversários se estudam melhor, são cautelosos e por cada mexida de disposição táctica pode suceder uma readaptação às investidas, gerando mais equilíbrio entre os sectores de jogo, seja dentro de um estilo mais conservador ou desamarrado de protecção defensiva.

Agarra-me essa bola!

Mas este pacote de novidades não esgota a projecção do PES 2010 face aos títulos passados. Desde as primeiras imagens, transmitidas a partir do campo de jogo, sobressai uma definição superior dos adeptos e sobretudo uma grande profusão de cores, conferindo um aspecto mais festivo. Os adeptos alinham-se pelos degraus das bancadas, culminando numa moldura viva e bonita de ver e todo o movimento rotativo e lento da objectiva colhe a imponência. No túnel de acesso ao relvado perfilam-se os artistas e também aí se distingue o cuidado na criação dos modelos virtuais. Os efeitos de luz e sombra são a principal nota de destaque, incrementando o grau de realismo, mas é nos rostos e na compleição física do atleta que fica um outro tanto merecedor de destaque.

As faces têm mais detalhe e expressão, com mais rasgos e definição, longe, por isso, de algum efeito plastificado das pretéritas versões. O corpo do atleta também está melhorado, com animações mais suaves, realistas e para lá de uma presença robótica. Por outro lado os equipamentos moldam-se ao corpo em função de uma corrida, desequilíbrio ou queda.

Outra novidade em PES 2010 diz-nos particular respeito e providencia uma sensação mais afectiva, ligando-nos ao desenrolar do jogo a partir da narração, agora em português e protagonizada por Pedro Sousa, conhecido pelos relatos da SporTV e Rádio Renascença. Uma das notas caracterizadoras é a sensação de imediatismo e correspondência, algo que o próprio executou com mestria, utilizando imensas expressões, afastando assim um sentido de repetição e comum que se apoderou ao longo dos anos em função de outras línguas. A par de Pedro Sousa está o ex-jogador de futebol João Vieira Pinto, menos interventivo, mas com a antena aberta para comentários dos lances, de desfecho de partes e jogo, alguns em tom humorístico, emprestando ainda um cunho pessoal.