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Pro Cycling Manager 2014 - Análise

Conseguem vencer a Volta a França?

Com o entusiasmo da Volta a França, eis que não poderia deixar de ser lançado mais um título da franquia Pro Cycling Manager. Desde 2001 que a Cyanide tem brindado todos os apreciadores deste desporto com sequelas, umas com melhorias significativas e em outras temporadas apenas alguns ajustes na tentativa de refinar e aproximar a gestão de uma equipa de ciclismo à realidade.

Como é evidente, o jogador é transportado para o mundo da administração desportiva de uma equipa de ciclismo. Há que escolher a nossa formação, ou criar uma de raiz, tratar de toda a papelada relacionada com patrocínios, com contratos, planeamento da época que passa por estágios e em que corridas participar, e até o desenvolvimento de novas tecnologias. É um mundo recheado de desafios que leva ao limite as nossas capacidades. Toda esta tarefa de preparação culmina na entrada em ação, numa simulação rápida de cada corrida ou através do controlo de toda a etapa num cenário 3D, onde influenciamos todo o seu desenrolar.

O ambiente/menus onde gerimos todo o jogo é pouco intuitivo, com problemas de organização da informação, deixando o utilizador um pouco perdido. A quantidade elevada de dados é compreensível para o produto em questão, pois temos uma equipa com um elevado número de ciclistas, e há que saber das suas condições físicas, do estado de forma, programar a evolução de cada um para determinado objetivo da temporada, há muito para ser feito e analisado.

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A forma como é apresentada a informação é que constitui o verdadeiro problema, com um design não muito bem conseguido de todo o ambiente por onde navegamos, é muito pouco intuitivo. São necessárias muitas horas para que nos sintamos minimamente familiarizados com toda a avalanche de dados.

A temporada tem que ser bem planeada, escolher bem onde os ciclistas vão correr para desta forma cumprirmos com os objetivos propostos pelos nossos patrocinadores, que são a base de sustentação de toda a equipa, sem estes nada pode ser alcançado. Este título puxa mesmo pela nossa capacidade de desdobramento, principalmente quando temos a nossa equipa a competir em vários eventos ao mesmo tempo, onde por vezes se instala a confusão e toda a experiência de jogo é afetada.

Temos em mãos um produto com uma aceitável qualidade, mas afetado por erros primários, que por vezes dão a entender que ainda se encontra numa fase beta. Em determinadas alturas o jogo deixa de funcionar, seja durante o carregamento de uma etapa ou mesmo no ambiente de gestão. Graficamente também não é nada de extraordinário, com uma aparência muito pouco elaborada, texturas fracas, e toda a envolvência sem a vida e entusiasmo que existe nas etapas reais.

O ataque dos clones...

É complicado observar espetadores completamente estáticos, como se fossem estátuas, quando os ciclistas partem para um contrarrelógio importantíssimo. Outro exemplo da tão fraca recriação visual é a triste atmosfera que rodeia uma corrida em pista coberta, mais parece que estamos num Funeral. Há muito a trabalhar neste campo para próximos títulos desta série, não basta a gestão ser bem elaborada para que tudo seja deitado a perder por um ambiente 3D de gerações passadas. Existe também um problema relacionado com a fisionomia dos ciclistas, temos um autêntico ataque de clones, sim clones, estamos perante um pelotão composto por dezenas de irmãos gémeos.

A rever é também a sonoridade do jogo, onde temos um péssimo comentador durante as etapas e uma música de fundo demasiado irritante e repetitiva. Já é altura de melhorias, pois já la vais mais de uma década desde o nascimento desta aposta da Cyanide.

Mas passemos agora para a ação, para as etapas. Antes das mesmas, podemos delinear uma estratégia individual, definir as funções de cada um, escolher qual o equipamento a utilizar. A gestão em tempo real de tudo o que se passa na etapa é feita através de um menu recheado de opções, desde o comportamento que cada um deve tomar, se ataca, se gere o esforço automaticamente, ter a atenção e proteger determinado colega de equipa. Há muito para gerir, e preparem-se para pausar muitas vezes a etapa para conseguirem responder a todas as solicitações. De referir que temos a possibilidade de controlar muita coisa através de teclas de atalho, que são muito úteis.

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Vencer uma etapa pode parecer fácil, mas é muito mais difícil do que aparenta. Os adversários são implacáveis, e temos que estar sempre atentos ao que estes fazem, principalmente nos quilómetros finais onde o ritmo é diabólico e temos que preparar o sprint final através de instruções dadas aos nossos ciclistas. Observando bem o que a simulação de corrida em 3D oferece, as semelhanças com o que se desenrola na realidade são até interessantes, mas não chega a níveis estratosféricos, o que é uma pena.

De referir que temos muitos problemas ao nível do licenciamento, das equipas, ciclistas, e até patrocínios. Podem sempre carregar uma base de dados elaborada por muitos dos fãs desta franquia, que corrige essa lacuna e torna tudo muito mais verdadeiro.

Quem adora este desporto não pode deixar de experimentar Pro Cycling Manager 2014, que consegue atingir uma nota positiva muito devido há não existência de uma alternativa viável. Apesar de tudo, foi bom o sentimento nostálgico das longas tardes que eu e meu pai passávamos a ver as etapas do Tour de France, bons tempos.

6 / 10

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Adolfo Soares

Director

É o nosso homem do PC, por isso qualquer coisa é com ele. É também responsável pelo Eurogamer, bem como dá uma perna nas notícias.
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