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PlayStation VR2 | Imersão de próxima geração

Quais são os prós e contras do capacete de VR da PS5?

Se os videojogos já são um meio de entretenimento de difícil iniciação devido à complexidade inerente dos controlos e das mecânicas oriundas dos variados géneros, o que dizer da realidade virtual? Pegar num capacete com um ecrã extremamente próximo dos olhos, colocá-lo na cabeça, enfiar nas mãos uns comandos não só com botões mas também controlos de movimentos, não é uma experiência leve e fácil de digerir.

Por isso mesmo, é importante simplificar o acesso e não tornar a experiência mais complicada do que já é. A segunda geração do PlayStation VR faz isso de duas formas. A primeira é que deixou de haver necessidade de colocares uma câmara em frente à televisão. O PlayStation VR2 tem quatro câmaras na parte frontal que medem o espaço à tua volta e que registam o movimento da tua cabeça. Em segundo lugar, o capacete só tem um fio, que é ligado diretamente à consola.

Quanto tempo demora a configurar o PSVR 2?

A configuração não demora mais do que 5 minutos. Ligas o capacete à consola, colocas os comandos nas mãos, e és guiado por uma série de passos. É feita uma leitura do espaço à tua volta, onde são detetadas barreiras (como paredes e móveis) e estabelecidas barreiras virtuais. Depois, há também um teste que prepara o capacete para seguir o teu olhar, uma das novidades do PlayStation VR2.

Se a leitura do espaço não estiver exata, podes sempre aumentar ou diminuir as fronteiras virtuais manualmente. Para além destas configurações que são feitas no menu da consola, convém não esquecer que cada jogo também tem as suas próprias configurações. O meu conselho é que procures sempre ajustar as definições conforme o teu gosto, para teres uma experiência confortável.

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Explica lá isso do capacete seguir o meu olhar

O PlayStation VR2 tem seguimento ocular, ou seja, sabe exatamente para onde estás olhar. Esta tecnologia funciona em conjunto com uma técnica chamada foveated rendering, que coloca a resolução máxima no foco dos teus olhos, e vai diminuindo gradualmente o nível detalhe na visão periférica. É um truque para manter a nitidez da imagem e, de facto, resulta. O PSVR 2 tem uma qualidade de imagem muito superior à do primeiro capacete.

O seguimento ocular também pode ser usado de outras formas. Em Horizon: Call of the Mountain navegas pelos menus com os olhos... nem precisas de rodar a cabeça. Estou curioso para ver de que formas engenhosas esta tecnologia será usada em novos jogos, até porque agora a maioria dos jogos existentes no catálogo são ports da geração anterior.

E como são os novos comandos do PSVR 2?

Na embalagem vêm incluídos dois comandos e um comando de carregamento (deviam ser dois cabos, porque assim só podes recarregar um comando de cada vez). Os comandos preservam todos os botões do DualSense, menos o D-Pad. Tens gatilhos, os botões frontais, L1 e R1, e um analógico em cada comando. A ergonomia está no ponto. Encaixam na mão como uma luva e também são leves. As tecnologias de gatilhos adaptativos e feedback háptico estão presentes. Para quem está habituado ao DualSense, a transição não custa.

Experimentei vários jogos como Horizon: Call of the Mountain, Moss, e Star Wars: Tales from the Galaxy's Edge. Os controlos por movimento são precisos na maioria das situações, mas quando começas a fazer movimentos rápidos e sucessivos (como sacar de uma flecha e apontar o arco em Horizon), pode haver trapalhada. Mas na maioria das situações, funcionam às mil maravilhas. Até subtis movimentos são registados; por exemplo, em Horizon, há partes do jogo em que podes pegar em pincéis e desenhar na parede com incrível precisão.

O PlayStation VR 2 tem 4K?

Essa é outra das novidades do novo capacete. Tem um ecrã OLED 4K (portanto, 2K para cada olho) com 110 graus de visão. É uma melhoria notável perante o primeiro PlayStation VR. Como disse anteriormente, a qualidade de imagem é superior e neste quesito a resolução maior também ajuda. Mas ainda não é a resolução perfeita para a realidade virtual. O primeiro capacete VR com 8K surgiu no ano passado, mas há que levar em conta que, mesmo que a Sony tivesse optado por um ecrã dessa resolução, a PS5 não seria capaz de processar os jogos a essa resolução (pelo menos, com boa qualidade). Os jogos VR são um grande esforço para o hardware.

Imagens de Horizon: Call of the Mountain, Star Wars: Tales from the Galaxy's Edge, e Moss: Book I & II

Conforto e o temido enjoo de movimento

O PSVR 2 é confortável. Pesa 560g, menos do que o anterior (que pesava 600g). A distribuição de peso está bem feita. O botão de ajuste está na parte de trás, basta pressionar e puxar para alargar a banda traseira para colocar o capacete na cabeça. À volta do botão traseiro existe uma roda, que depois do capacete estar colocado, deves rodar para apertar. Na parte da frente encontras, do lado direito, um botão para afastar ou aproximar as lentes, e do lado esquerdo um ajustador que controla o quão afastadas (ou próximas) estão as lentes.

O design é sublime. Houve um enorme salto do capacete anterior para este. É, de facto, uma nova geração de realidade virtual para a PlayStation. Talvez esse seja o motivo pelo qual os jogos do PlayStation VR 1 não são suportados pelo novo capacete. Quanto ao enjoo de movimento, o problema está mais do lado do software do que do hardware. Duvido que alguém tenha problemas em Moss, na qual a perspectiva do jogador é a de um espectador, sem movimentos bruscos e deslocação no cenário.

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Mas noutros jogos com mais movimento, pode acontecer. Aconteceu-me uma vez em Horizon: Call of the Mountain. Numa secção de escalada, com muito movimento, e a tentar desviar-me dos ataques de Watchers, de repente senti-me deslocado e um aperto no estômago. Tirei o capacete imediatamente e dirigi-me para o quarto-de-banho. Não vomitei, mas só voltei ao jogo no dia seguinte. A disparidade entre o que está a acontecer no ecrã e a sensação do nosso corpo continua a ser um problema, principalmente em jogos na primeira pessoa em que te tens de deslocar de um lado para o outro.

Dos jogos que experimentei, Horizon é o que melhor soluciona esse problema. Uma das opções de nos deslocarmos é mexer os braços para trás e para a frente, quase como se estivéssemos a correr, mas que ajuda a enganar o corpo e a dar aquela sensação de movimento, apesar de estarmos parados. No entanto, ainda há produtores que querem converter as experiências tradicionais de ecrã (isto é, fora da VR) em jogos da realidade virtual. Isso muito dificilmente resulta, salvo raras exceções

A realidade virtual pode ser exaustiva. Esta foto foi tirada depois de uma sessão com mais de 1 hora. O dispositivo deixa marcas na testa e estou com a pele rosada do calor. É normal suar um pouco.

O fio é um problema e quebra de imersão

A Sony simplificou o PlayStation VR2 ao colocar apenas um fio de ligação. Mas mesmo assim, continua a ser um incómodo. Em Horizon: Call of the Mountain, que te dá liberdade total de rotação, enrolei-me várias vezes. Ou então calcava o fio e sentia um esticão na cabeça. São quebras de imersão desagradáveis.

Também tenho de mencionar que precisas de um espaço largo para jogar confortavelmente, de preferência com 9 metros quadrados (3 x 3). Digo-o porque aqui no escritório joguei num espaço com cerca de 3 metros de comprimento e cerca de 2 metros de largura. O comprimento era suficiente, mas a largura não. Dei com a mão no computador, na parede e na estante.

Quando estamos fora das barreiras virtuais estabelecidas na configuração, aparece um círculo vermelho à volta do comando virtual, porém, se estás dentro dos limites e fazes um movimento brusco, isso não te impede de bateres com a mão nos obstáculos à tua volta porque não tens tempo de reação e é fácil perderes a noção de onde estás situado.

Os auriculares incluídos são um bom toque

Tenho aqui à minha volta vários auriculares que são melhores, pelo menos em termos sonoros, do que os auriculares incluídos no PlayStation VR2. Mas prefiro usar estes por duas razões: calor e conforto. Estamos no Inverno e ainda assim fiquei com a testa húmida depois de 1 hora a jogar PlayStation VR 2 (não aguento mais sem começar a sentir-me desconfortável), imagino em épocas quentes. O efeito seria ainda pior com um par de auriculares que cobrissem por inteiro a orelha.

Manter a cabeça fria (no sentido literal) é importante para uma boa disposição a jogar realidade virtual. Por isso os auriculares incluídos são perfeitos. Encaixam perfeitamente no capacete e são confortáveis. Se colocares o volume no máximo, existe um pouco de distorção. A solução é arranjar uma segunda fonte sonora. Podes jogar com auriculares e com o som do ecrã (ou de um sistema de som, caso o tenhas). Acho que esta é a combinação perfeita.

Comprar ou não comprar o PlayStation VR2?

O PlayStation VR2 é uma enorme evolução perante o primeiro capacete. Ainda não é perfeito, mas os esforços da Sony são notáveis e os resultados estão à vista. Se gostaste do primeiro PlayStation VR, vais adorar ainda mais a segunda versão. É melhor em tudo. Se também já tiveste algum contacto ou experiência com a realidade virtual e gostaste, avança sem medo. Para os restantes, ou seja, se nunca experimentaste a realidade virtual, aconselho que experimentem e depois tomem uma decisão.

A realidade virtual é muito mais exaustiva do que o formato tradicional dos videojogos. Tens controlos por movimentos associados (o que vai cansar mais o corpo) e toda a ação decorre colocada aos teus olhos. Mentalmente também exige um esforço maior. Até podes sentir um ligeiro efeito de dissociação depois de jogar (eu já senti). Nem toda a gente vai achar piada... até porque geralmente os videojogos são usados como uma forma para relaxar. Portanto, não é uma daquelas coisas que se pode recomendar universalmente.

Por outro lado, como dispositivo, o PlayStation VR2 é impressionante. O preço de 599,99 euros pode chocar, porque é superior ao da consola (PS5), mas é mais do que justificado tendo em conta tudo o que está incluído e as grandes melhorias perante a versão anterior.

Prós: Contras:
  • Mais imersivo do que o primeiro PSVR
  • Os comandos e o capacete são confortáveis
  • O ecrã 4K e eye-tracking são uma combinação valiosa
  • Configuração fácil e várias opções de personalização
  • Os auriculares e comandos estão incluídos
  • A experiência é fantástica, mas...
  • O cabo pode provocar quebras de imersão
  • Requer algum espaço para jogar à vontade
  • Pode ser exaustiva

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