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Para Miyamoto os jogos não têm nada a aprender com os filmes

Para ele a concorrência é aborrecida porque só pensam nos negócios, e acredita que os jogos oferecem coisas que o cinema e os livros não podem oferecer.

Por altura da estreia das curta-metragens de Pikmin, no Tokyo International Film Festival, Shigeru Miyamoto, o famoso criador de jogos da Nintendo, disse em entrevista com o Telegraph, que na verdade não se vê como um contador de histórias, mas sim como um criador num meio diferente, os videojogos, onde o jogador é o próprio realizador.

Miyamoto explicou que, "Nunca pensei nos jogos como um meio para contar histórias. Quando as pessoas se aproximavam de mim e diziam 'Porque é que não fazes um filme?', nunca me interessava".

No entanto o famoso criador assinalou que já estava na hora de se envolver um pouco na presença das suas franquias noutros meios de entretenimento, principalmente depois do fracasso do filme de Super Mario Brothers.

"A nossa subsidiária americana estava a dar as nossas licenças em todos os lados e tivemos de pará-los. Mas depois disso pensei: se isso acontecer novamente gostaria de estar mais envolvido," como tal envolveu-se com afinco na criação das curta-metragens de Pikmin.

Miyamoto contou também que para ele os videojogos são um meio completamente diferente do cinema e que o preocupa o facto de alguns produtores de jogos quererem criar experiências parecidas a filmes.

"Os jovens criadores querem ser reconhecidos. Querem contar histórias que toquem nos corações das pessoas. E, apesar de entender esse desejo, a tendência preocupa-me. Deve ser a experiência a chegar ao coração. Eu luto para que o jogador seja o realizador. O que eu faço é ajudá-los a sentir que quando jogam estão a criar algo que só eles poderão criar."

Quando questionado sobre se a indústria de jogos tinha alguma coisa a aprender com a indústria do cinema ele explicou que, "Quando jogas um jogo, num momento estás apenas a comandá-lo e depois de repente sentes que estás no seu mundo. E isso é algo que não podes experimentar nem no cinema nem na literatura. É uma experiência completamente única."

Em relação à concorrência, Miyamoto acredita que o que elas fazem está a ser feito mais pelo sentido de negócio do que pela criatividade.

"O que a concorrência faz tem sentido numa perspectiva de negócio. Mas é aborrecido. Os mesmos jogos são lançados em todos os sistemas. Na Nintendo queremos um ambiente onde os criadores podem colaborar e pensar em ideias novas de coisas que nunca foram feitas."

Por fim houve também tempo para se falar sobre a realidade virtual, com Miyamoto a dizer que a sua companhia não tem nada a anunciar sobre o assunto.

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Luís Alves

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É o nosso super-homem. Não existe nada que o Luís não saiba e o seu conhecimento da indústria é longo, permitindo-lhe estar sempre à frente de todos. É o homem que nunca dorme.

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