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Overwatch, a próxima sensação multijogador da Blizzard

Já jogamos a versão PS4 e ficamos rendidos.

A Blizzard nunca esteve numa posição tão favorável como agora. Apesar da queda de subscrições em World of Warcraft (mas que ainda conta com cerca de 5.5 milhões de jogadores que pagam mensalmente para jogar), a Blizzard alargou nos seus últimos anos o seu catálogo de oferta, apostando em jogos de géneros diferentes. Com Heroes of the Storm entrou com sucesso para o género dos MOBAs e com Hearthstone praticamente conquistou o trono dos jogos de cartas.

Agora, com Overwatch, a Blizzard está a preparar-se para investir num novo género, os jogos de tiros na primeira pessoa. Este é um género extremamente competitivo, dominado actualmente por nomes como Call of Duty, Battlefield, Halo, Destiny e Titanfall. Será que Overwatch tem algo de novo para oferecer e, mais importante, terá argumentos fortes o suficiente para competir com os grandes títulos do género?

Para descobrir viajamos até Madrid a convite da Blizzard para testar pela primeira vez a versão da PlayStation 4. A Blizzard sempre foi conhecida por ser uma produtora focada no PC, todavia, Overwatch será lançado para três plataformas em simultâneo: PC, PlayStation 4 e Xbox One. Diablo 3 também teve versões para consolas, contudo, chegaram mais tarde, pelo que o lançamento de Overwatch em três plataformas é inédito. Também quero sublinhar que todas as personagens e mapas que possam surgir no futuro serão gratuitas, ou seja, depois de comprarem o jogo não terão que se preocupar em pagar por mais conteúdos.

Embora a beta já esteja a decorrer a alguns meses na versão PC, esta foi a primeira vez que joguei Overwatch. Confesso que estava inicialmente receoso devido à grande variedade de personagens. No total, existem 21 heróis para escolher de diferentes categorias e pensei que a curva de aprendizagem fosse elevada, mas o meu medo não tinha fundamento, tal como descobri após alguns minutos a jogar. É facílimo aprender a jogar com cada herói, um encorajamento para não se limitarem a apenas uma personagem. Isto é importante já que Overwatch é um jogo de equipa, e como tal, uma equipa deve ser equilibrada, ou seja, devem existir personagens de todas as classes.

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As classes dos heróis são quatro: Tanque, Ofensivo, Defensivo e Suporte. Os nomes de cada classe são bastante directos em relação à função de cada um, mas não devem interpretá-los à letra. Um herói defensivo ainda pode atacar e causar bastante dano. Uma das personagens que pude experimentar foi Junkrat, classificado como defensivo, mas ainda assim fartei-me de eliminar jogadores da equipa adversária. Não tive tempo de experimentar todas as 21 personagens, mas todas as que experimentei eram diferentes e requeriam tácticas específicas. Uma das mais simples é Tracer. As suas habilidades são fáceis de entender e a sua arma causa muito dano, pelo que é a personagem de entrada ideal.

Algo importante a referir é que a tradução dos controlos para o Dualshock 4 funciona muito bem. A Blizzard já tinha mostrado com Diablo 3 que conseguiu adaptar um jogo concebido para PC às consolas, mas de qualquer forma é sempre bom comprovar que tudo está a funcionar devidamente. Apesar disto, convém referir que Overwatch é distinto de outros jogos do género nos controlos. Normalmente, os jogos de tiros permitem-nos fazer mira para apontar melhor, no entanto, esta funcionalidade não existe em Overwatch. Também não existe uma opção de correr, o que significa que fugir é mais difícil e que vão demorar mais tempo a caminhar o mapa até ao local da acção, que dependendo do modo ficará centrada em locais específicos. Ao princípio estranhamos um pouco estas duas diferenças, mas depois ficamos habituados.

Overwatch é um jogo completamente virado para o multijogador, pelo que não esperem encontrar uma campanha. Para alguns este será motivo suficiente para não comprar, mas não vejo qualquer problema. Assim como existem jogos com apenas uma componente a solo, cada vem mais existem jogos focados no multijogador devido à expansão da Internet e do desejo de jogar com amigos. Se é isto que procuram, então Overwatch é uma excelente escolha. Durante o tempo que joguei em Madrid a diversão nunca faltou, e devo dizer que a equipa dos convidados portugueses deu uma coça aos espanhóis, que só conseguiram ganhar uma vez.

A diversão vem da jogabilidade extremamente satisfatória. A junção de tantos heróis e de habilidades diferentes nos mapas é fantástica e tornam as partidas muito dinâmicas. Um dos meus heróis favoritos é o Roadhog, que com a sua corrente é capaz de puxar os adversários para si, como se fosse o Scorpion de Mortal Kombat. Depois, é só destruí-los com a sua caçadeira com dois modos de disparo. Mas uma das heroínas mais úteis para jogar em equipa é a Symmetra, cuja habilidade suprema consiste em abrir portais. Como não podemos correr, e cada vez que morremos aparecemos na base, estes portais dão imenso jeito para regressar rapidamente ao local da acção e ajudar a nossa equipa.

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Em termos de modos de jogo, apenas experimentei dois. O primeiro consistia no controlo de determinadas áreas. Este modo está dividido em duas rondas: na primeira atacamos e na segunda defendemos, ou vice-versa. Se cumprirem o objectivo (o que acontece quando a percentagem chega a 100), ganham a ronda. O segundo modo já foi mais complicado. O objectivo era defender uma zona e depois escoltar uma espécie de tanque pelo mapa. Neste modo só ganham a ronda se o Tanque chegar ao destino. A dificuldade está em manter a equipa em sintonia e toda a junta. Como quando alguém morre o ponto de respawn é na base, demora algum tempo a voltar para junto do tanque.

"Overwatch tem tudo para se tornar no próximo grande nome dos jogos de tiros online"

Um dos aspectos mais impressionantes de Overwatch é que corre a 60 fotogramas por segundo nas consolas, o que é importante para um jogo tão frenético como este. Embora a versão final ainda esteja a mais de um mês de distância, a versão que experimentei já corria sem qualquer problema de fluidez. Em termos visuais, não é o jogo com maior impacto que jogamos na consola, mas o aspecto cartonesco assenta-lhe bem e está cheio de efeitos visuais devido às muitas armas futuristas dos heróis.

O jogo terá uma beta aberta no início de Maio no PC, PS4 e Xbox One para aqueles que reservarem, pelo que poderão experimentar por vocês próprios daqui a algumas semanas, mas este primeiro contacto deixou impressões muito positivas. Ainda é cedo para dizer se Overwatch vale 69.99 euros, mas não há dúvidas que a Blizzard criou algo com muito potencial. O conceito parece misturar a jogabilidade tradicional dos jogos de tiros com as habilidades dos MOBAs. O resultado é um híbrido que dá imenso gozo de se jogar. A sua simplicidade é um convite para todos os jogadores, mas ao mesmo tempo existe profundidade a encontrar, principalmente no uso e na combinação das habilidades dos heróis. Pelo que jogamos, Overwatch tem tudo para se tornar no próximo grande nome dos jogos de tiros online.

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