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Os videojogos e o Natal: Qual a tua melhor memória?

O reconfortante salvamento de um gato perdido em Yokosuka.

O Natal está mesmo quase a chegar. Está cada vez mais próximo aquele momento em que vão desembrulhar o tal jogo, ou consola, que tanto desejam para começar a criar novas memórias do Natal ao lado dos videojogos. Talvez nestes dias já não seja assim tão certo, mas em outras eras, os lançamentos de maior revelo aconteciam por esta altura, logo, era fácil atribuir ao Natal a encantadora magia de pegar no tão adorado novo jogo, pelo qual passámos meses e meses à espera. Passar as restantes férias da escola, ou do trabalho, a jogar o novo vício, a viajar para outros mundos, a viver outras vidas, era o nosso passatempo e algumas das melhores memórias nascem assim.

Pensando no assunto, recordo com especial carinho três momentos, como quem diz, três jogos: Shenmue em Dezembro de 2000 na Dreamcast, The Legend of Zelda: Twilight Princess em Dezembro de 2006 na GameCube e Prince of Persia em Dezembro de 2008 na PlayStation 3. Estes foram os três jogos cujo Natal em que os recebi, ou passei o tempo a jogar, me deixaram as melhores memórias. Entre estes três, será Shenmue o mais magistral e emblemático momento que relaciono com o Natal. A obra de Yu Suzuki é decididamente uma maravilha do entretenimento interactivo e a forma como consegue criar tamanha sensação de imersão é sem dúvida um atestado de qualidade.

Facilmente nos esquecemos que estamos num videojogo e começamos a acreditar que viajámos para Yokosuka em 1986, onde iremos respirar o ar de um Japão irresistível, apenas traídos pela noção que tal não seria possível a não ser desta forma. A dada altura, ali bem perto do marcante início em que Lan Di termina com a vida de Iwao Hazuki, acabamos por ser egoístas e abandonamos a busca de Ryu Hazuki por vingança pelo seu pai. Ao invés de seguirmos na história, vamos passear pela zona residencial, nas imediações da residência Hazuki, onde ficamos boquiabertos por ver uma SEGA Saturn branca, para salvar um pequeno gato abandonado ali tão perto, em Sakuragaoka.

Momentos tão banais ou simples mas tão reconfortantes e dotados de uma capacidade emocional sem paralelo. Penso que são pequenos momentos como estes, em que passeamos debaixo da neve por estreitas ruas Japonesas iluminados pela luz de uma máquina de bebidas ali tão perto, a pedir para comprarmos um café quente, que fazem de Shenmue um colosso de um jogo. Tarefas tão mundanas e diárias como caminhar pela rua, escutar o silêncio, olhar para cima e ver um avião a sobrevoar, beber um refrigerante, Shenmue tornou-se tão especial pois permitiu com, aparente, facilidade que o jogador fizesse o que faz no seu dia-a-dia mas num rico ambiente virtual, inserido numa cultura pela qual está apaixonado.

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Envolvidos pela magistral banda sonora, de contornos épicos, o jogador descia até à zona comercial, onde iria encontrar a encantadora Nozomi, passear pelos salões arcade, e desfrutar de um videojogo que quase poderia ser descrito como uma experiência interactiva social. 'Como seria se eu tivesse nascido no Japão?' Enquanto jogava Shenmue, sentia que estava a receber todas as respostas em todas as subcategorias dessa pergunta. Não me atrevo a acreditar que consigo explicar o que é Shenmue, por isso mesmo recupero as palavras do seu criador, Yu Suzuki, que de uma forma tão simples mas precisa resume a essência do apaixonante Shenmue: "Shenmue é tão popular porque se foca na nostalgia e no quotidiano, Shenmue cria uma janela para a cultura Japonesa e Chinesa...mostra-nos as diferenças culturais através do quotidiano e familiar."

Esse Natal de 2000 a jogar Shenmue, essa deliciosa jornada pela imersão irresistível que um videojogo poderia oferecer, de uma forma que um filme ou livro jamais poderia, revitalizando e validando esta minha paixão, deixou-me uma espécie de obsessão: encontrar um videojogo perfeito para o Natal. Frequentemente falhei, ocasionalmente consegui (como referido em cima) e demonstrou que este momento, tão especial, em que acreditamos ser mais humanos do que aquilo que a desumanidade do banal quotidiano nos forçosamente quer fazer crer, pode ser sentido nos videojogos.

Gosto de acreditar que, em alguns casos, os videojogos podem ser alimento para a alma, que nos podem ajudar a concretizar sonhos, pelo menos a versão mais barata deles, e assim sendo, gostaria de vos perguntar: Qual a vossa memória mais rica de um videojogo numa quadra Natalícia? Qual aquele jogo, ou jogos, que vos marcaram e enriqueceram devido a essa poderosa combinação com o espírito do Natal? Já agora, um Feliz Natal a todos.

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Bruno Galvão

Redator

O Bruno tem um gosto requintado. Para ele os videojogos são mais que um entretenimento e gosta de discutir sobre formas e arte. Para além disso consome tudo que seja Japonês, principalmente JRPG. Nós só agradecemos.
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