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Onimusha da Netflix é um desperdício de 3 horas e meia

Tanto potencial perdido.

Image credit: Netflix

A Netflix, Hollywood no geral, continua altamente fascinada pela indústria dos videojogos e pelo potencial das suas propriedades. Ao longo dos últimos anos tivemos diversos exemplos de alto perfil, a maioria deles de qualidade questionável, mas pelo meio tivemos trabalhos interessantes, através dos quais temos vislumbres de um possível futuro com séries, filmes e animação de boa qualidade criadas a partir de videojogos.

Infelizmente, Onimusha não é um desses exemplos. Pelo contrário, a animação que a Netflix produziu em conjunto com a Capcom e a Sublimation (sim, a mesma de Dragon's Dogma) é o oposto do que se espera nestes projetos. A anime 3DCG de Onimusha mostra Miyamoto Musashi a pegar na Oni Gauntlet para derrotar os Genma e apesar do envolvimento de Takashi Miike significar algumas boas cenas de luta, pouco há para elogiar nesta produção. Talvez somente Toshihiro Mifune como a voz do protagonista.

É preciso ter em conta que Onimusha é apresentado pela Netflix como um "projeto inovador" devido à "sua fusão de animações de personagens CGI 3D de última geração com fundos lindamente desenhados à mão." A companhia assegurou que a "amálgama de técnicas de animação tradicionais e modernas promete trazer uma experiência nova e envolvente", mas falhou por completo nas duas partes. A qualidade da animação das personagens CGI 3D deixa imenso a desejar e os cenários desenhados à mão não ostentam brilho capaz de te apaixonar pelos acontecimentos.

Pensar em Onimusha é pensar num grandioso confronto, no qual o sobrenatural se mistura com a história japonesa na era dos samurais. A série anime tenta capturar um pouco disso ao focar-se em Musashi, lendário samurai, que parte numa missão para tentar eliminar um samurai que conquistou um inesperado poder após se revoltar contra o seu mestre. Isto exigirá o uso da Oni Gauntlet para que Musashi esteja à altura das ameaças sobrenaturais dos Genma e terás uma jornada pelo interior do Japão enquanto o grupo de samurais tenta capturar o seu antigo colega, com a ajuda da lenda japonesa.

Recriar em anime qualquer um dos 4 jogos principais certamente seria mais interessante do que estes eventos originais, especialmente porque permitiria mostrar realmente o que é Onimusha, algo importante para quem não conhece a série da Capcom. O grupo de samurais que acompanha Musashi não é particularmente importante e cai em clichês previsíveis, como a inicial incapacidade para compreender as ameaças naturais, algo que é desenvolvido de forma um pouco lenta ao longo dos primeiros três episódios.

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Mais do que sentir que o enredo tem pouco apelo e nada de realmente interessante é alcançado com os personagens e a propriedade aqui usada, é a qualidade da animação e cenários que verdadeiramente deixa a desejar. Um imenso potencial desperdiçado e um exemplo de como não usar uma propriedade na tentativa de expandir a sua audiência ao entrar em novos formatos. Se falta interesse nos eventos que se resumem a uma banal missão/armadilha a um grupo de samurais, que não precisava do nome Onimusha para existir, é a total falta de apelo visual que desilude.

As personagens animadas em 3DCG realmente contrastam com os cenários desenhados à mão e não é pelos melhores motivos. A falta de fluidez, alguns movimentos bizarros, fraca qualidade geral das personagens, e até alguma pixelização percetível em alguns rostos mais próximos da câmara, o trabalho deixa imenso, mas imenso a desejar. No entanto, a qualidade e design dos cenários consegue ser ainda mais chocante.

Mesmo sem os magníficos castelos e enormes campos de batalha que imaginarias quando é usado o nome Onimusha, o interior japonês em pleno outono deveria ser palco para cenas belas, de forte apelo visual, inspiradoras e capazes de te fazer sentir apaixonado por estes locais. No entanto, o estilo artístico escolhido é muito morno, sem apelo ou capacidade para impressionar, o que tira impacto à esmagadora maioria das cenas.

Passadas três horas e meia, a única coisa que fica é uma total desilusão pelo trabalho aqui apresentado. Com a exceção do uso de alguns termos, como Genma e a luva dos Oni, esta série anime até poderia nem sequer chamar-se Onimush. A qualidade da animação das personagens deixa a desejar, os cenários não apresentam nenhum do esplendor e epicidade que associarias a esta nome e é muito difícil sentir interesse por qualquer uma destas personagens que acompanhas.

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