One Piece: Pirate Warriors - Análise
A jornada épica de Luffy e companhia.
O jogo da série One Piece lançado no Japão como Kaizoku Mosou vê agora a luz do dia na Europa, em exclusivo para a Playstation 3. Pirate Warriors, de seu nome, é o primeiro da série a aterrar na consola da Sony e chega pelas mãos da Omega Force, a produtora conhecida pelos jogos da série Dinasty Warriors. Por essa razão, não é de estranhar a enorme semelhança entre ambos - Pirate Warriors segue uma estrutura antiquada, com uma jogabilidade repetitiva e por vezes chata. Mas o que perde em inovação, ganha em segurança. E uma pintura ao estilo One Piece por cima de uma fórmula que arrisca tão pouco como a de Dinasty Warriors pode ser mesmo aquilo que os fãs procuram.
E digo isto porque não há melhor forma de descrever a jogabilidade de Pirate Warriors do que compará-lo com jogos da série Dinasty Warriors ou até o relativamente recente Sengoku Basara Samurai Heroes. E isso é mau? Não propriamente, desde que saibam para aquilo que vão. Não é propriamente um estilo de jogo desafiante ou que capriche pela originalidade. Significa que vão esmagar botões durante horas em busca de objetivos óbvios, colocados em pequenos mapas que oferecem uma falsa sensação de liberdade. Tudo isso se aplica aqui, mas pintado ao bom estilo de One Piece.
O Main Log, que é a campanha principal, tem curiosamente início no fim da aventura, numa altura em que Luffy e companhia se voltam a reunir 2 anos depois da batalha de Marineford, o evento que dá fim ao enredo de Pirate Warriors. Mas ultrapassada esta introdução inicial, que serve também de tutorial às mecânicas de jogo, o grosso da campanha decorre enquanto Monkey D. Luffy e a sua equipa, já reunidos, recordam vivências conjuntas.
É o motivo perfeito para introduzir toda a história do grupo. Naturalmente, isto significa que vão percorrer os vários trechos da série, desde o momento em que Luffy conhece Zoro e Nami até à batalha final de Marineford. Pelo meio podem assistir às diversas aventuras da equipa em algumas das cenas que marcam o anime.
A novidade é constante e o enredo progride a um ritmo alucinante, bombardeando o jogador com desenvolvimentos a cada instante. Se o estilo de jogo se caracteriza por uma apatia que não lhe permite distinguir-se, então o enredo preenche esse vazio.
A progressão na aventura varia entre níveis nos quais existe uma componente de aventura e outros exclusivamente dedicados ao combate, nos quais devem defender as diversas zonas de um cenário. Pirate Warriors é, acima de tudo, um jogo de combate que recorre a um gozo cego pela repetição. Os confrontos entusiasmam pelas dezenas de inimigos colocados no ecrã, enquanto as técnicas de luta são meros regozijos pela evocação do mundo One Piece.
As mecânicas mais básicas aprendem-se rapidamente e a evolução gradual da personagens é pouco profunda. Algumas novidades no sistema de combate mantém a jogabilidade fresca. Enquanto jogo de combate, tem no festim visual um dos seus maiores aliados. Não é o jogo mais efetivo, pois entre ataques e bloqueios, por vezes parece pouco natural, mas compensa com a sua apresentação aquilo que falha na execução.
As personagens estão altamente bem recriadas, com vozes originais em japonês, diálogos interessantes e ataques únicos a condizer. Aquilo que penaliza Pirate Warriors é-lhe inerente: é a repetividade de um sistema de jogo arcaico. A campanha tem um tamanho razoável, com cerca de 8 horas, mas tende a torna-se cansativa. Não pelos diálogos e animações, mas sim pela jogabilidade básica e por vezes desmotivante. A área de conforto de Pirate Warriors é o combate desenfreado e quando foge a essa regra tende a espalhar-se. As secções de plataformas são irritantes e desmotivantes por serem completamente artificiais. Recorrem a saltos pré-fabricados e a um estilo de progressão aborrecido.