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Ok Nintendo, Metroid Dread é um óptimo pedido de desculpas

19 anos depois, um novo Metroid 2D!

Há mais de quatro anos a Nintendo fez os fãs de Metroid delirar ao anunciar que Metroid Prime 4 estava em desenvolvimento para a Nintendo Switch. Foi um ano alucinante em que se a consola fosse uma locomotiva, a Nintendo estava loucamente a atirar carvão para a caldeira (o que fazia sentido, a companhia não queria que a situação da Wii U se repetisse). O anúncio não foi mais do que um trailer com um logótipo, mas foi importante para mostrar que a Nintendo não se esqueceu desta série que perdura desde os tempos da NES. Agora, já no quinto ano da Nintendo Switch, esse trailer com o logótipo continua a ser tudo o que temos. Ainda que não tenha revelado novidades na Nintendo Direct da E3 2021, dizendo apenas que a equipa continua a trabalhar arduamente em Metroid Prime 4, a Nintendo não chegou à apresentação de mãos a abanar. Metroid Dread foi anunciado e tornou-se imediatamente num dos pontos altos da apresentação.

Apenas os fãs de longa data de Metroid sabem o quão entusiasmante é a existência deste novo capítulo. Foi preciso esperar 19 anos para termos finalmente um novo Metroid 2D (Samus Returns da 3DS foi um remake). Para avivar a memória, a última vez que a Nintendo lançou um novo Metroid neste formato foi na Gameboy Advance com Metroid Fusion. Mas há mais razões para estar electrizado com Metroid Dread. Uma dessas razões, segundo Yoshio Sakamoto, director do novo jogo e de múltiplos jogos da saga, é que a ideia para este novo título surgiu há 15 anos. O conceito era colocar Samus a enfrentar um adversáro tenebroso, mas eventualmente foi colocado de parte devido a limitações tecnológicas do hardware. Graças ao hardware da Nintendo Switch e também à ajuda da MercurySteam (que produziu em Samus Returns), o conceito foi repescado e ganhou forma.

"Foi preciso esperar 19 anos para termos finalmente um novo Metroid 2D"

A outra razão para estar entusiasmado é a conclusão da história de Samus e a sua ligação com os Metroids (as criaturas que dão poderes à protagonista). Sabendo que o Metroid mais recente a prolongar a história é de 2010 (Other M) e não havendo novidades de Metroid Prime 4, este novo capítulo é um excelente pedido de desculpas aos fãs da saga que, francamente, não têm recebido o melhor tratamento (isto comparativamente a outras sagas da Nintendo como Super Mario, The Legend of Zelda e Super Smash Bros.).

Os E.M.M.I. são o adversário de Samus em Metroid Dread

Os Extraplanetary Multiform Mobile Identifier (ou abreviando E.M.M.I.) são o grande adversário de Samus neste novo capítulo. Os E.M.M.I. são robôs extremamente resistentes da Federação Galáctica, tão resistentes que Samus não tem outra alternativa a não ser fugir quando os encontra. Todas as armas são completamente inúteis contra estes robôs. Yoshio Sakamoto disse durante uma entrevista na qual participamos (como parte de um evento de preview de Metroid Dread) que os E.M.M.I. não podem ser destruídos por meios convencionais, ficando em aberto que possivelmente vamos descobrir, mais adiante no jogo, uma forma de lidar com estes temíveis robôs que não seja fugir. Até lá, Samus tem que ser cuidadosa.

Nas áreas patrulhadas pelos E.M.M.I há que manter o silêncio (sim, existe uma componente de stealth e terás uma habilidade de invisibilidade chamada Phantom Cloak). Todos os passos de Samus emitem ondas sonoras visíveis no ecrã do jogo e que são detectadas pelos robôs. Assim que Samus é detectada, é uma corrida entre gato e rato. Deslizando, Samus consegue enfiar-se em locais aos quais o E.M.M.I não consegue chegar e há que usar isso para não ser capturada. O perigo constante destes robôs dão a Metroid Dread uma atmosfera parecida com um jogo de terror, como se existisse uma identidade sempre à espera no virar da esquina. O director do jogo disse mesmo que haverá muitas cenas de perseguição para causar tensão. Quando Samus é capturada, o que activa uma sequência cinemática, existe uma forma de escapar contra-atacando no momento certo, mas foi dito que é muito difícil de fazer isso com sucesso devido à imprevisibilidade da animação

"O perigo constante destes robôs dão a Metroid Dread uma atmosfera parecida com um jogo de terror"

Ver no Youtube

Jogabilidade muito rápida e ágil

Para um jogo que envolve muitas fugas, há que ter uma jogabilidade rápida. Não tivemos a oportunidade de jogar, mas do que podemos ver, Metroid Dread é possivelmente o jogo mais rápido e fluído em formato 2D (e corre a 60 FPS). Samus consegue deslizar, rebolar, dar golpes e apontar livremente com transições incrivelmente rápidas enquanto está a correr. Os E.M.M.I. não são tão rápidos como Samus, mas têm a vantagem de conseguir trepar paredes e caminhar pelo tecto. Graças a esta habilidade, os robôs conseguem encurralar Samus múltiplas vezes, forçando-a a voltar para trás e a encontrar outra forma de escapar. Devido a este novo elemento de perseguição, o mundo do jogo também será mais aberto, segundo o director. Além disso, as transições entre áreas são rapidíssimas, sem qualquer tempo de espera.

Apesar da introdução dos E.M.M.I, Yoshio Sakamoto disse que o conceito essencial de Metroid não mudou. O jogo continua a encorajar a exploração e regresso a áreas anteriores quando desbloqueias novas habilidades. Por outras palavras, continua a ser Metroid como tu conheces. E para quem não conhece, o director convida os novos jogadores a inciarem-se na série com este novo capítulo. É verdade que este é um novo capítulo numa saga que já dura há muito tempo e que por isso tem uma certa "bagagem" associada, mas Sakamoto garante que os novatos vão conseguir rapidamente compreender o que está a acontecer em Metroid Dread, descrevendo a experiência como entusiasmante para veteranos e novos jogadores.

A improvável estreia de Metroid na Nintendo Switch

Todos pensamos que Metroid Prime 4 seria a estreia da série na Nintendo Switch, mas a Nintendo trocou-nos as voltas e apresentou Metroid Dread na E3 2021 como um título já bastante avançado no desenvolvimento. Aliás, já tem data de lançamento agendada para 8 de Outubro. Com Yoshio Sakamoto na direcção (o maior veterano que existe de Metroid) e com a MercurySteam a ajudar, Metroid Dread tem potencial para se converter numa das surpresas mais agradáveis na consola em 2021. O que vimos está fortíssimo. Este novo capítulo consegue simultenamente recuperar a fórmula 2D de Metroid e introduzir novos elementos - como os E.M.M.I, a atmosfera de terror e a necessidade de stealth - numa série de longa data. Por isso obrigado Nintendo, este é o melhor pedido de desculpas que nos podias dar.

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Metroid Dread

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Jorge Loureiro avatar

Jorge Loureiro

Editor

É o editor do Eurogamer Portugal e supervisiona todos os conteúdos publicados diariamente, mas faz um pouco de tudo, desde notícias, análises a vídeos para o nosso canal do Youtube. Gosta de experimentar todo o tipo de jogos, mas prefere acção, mundos abertos e jogos online com longa longevidade.
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