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O Senhor dos Anéis: Os Anéis do Poder arranca como um forte épico

Os dois primeiros episódios são magia e fantasia no ecrã.

Image credit: Amazon Prime Video

Desde a estreia da trilogia de O Senhor dos Anéis de Peter Jackson no início da década de 2000, o imaginário de milhões de fãs delicia-se com a possibilidade de um dia termos um similar épico na televisão (agora temos de incluir os serviços de streaming de vídeo). Isso foi finalmente alcançado pela Amazon Studios com a série O Senhor dos Anéis: Os Anéis do Poder, que promete tornar-se numa das maiores referências do serviço e da história dos serviços de streaming de vídeo.

A Prime Video Portugal permitiu-nos assistir antecipadamente aos dois primeiros episódios de O Senhor dos Anéis: Os Anéis do Poder e se já adoro o serviço devido a séries como Invencível e The Boys, agora posso acrescentar com todo o gosto esta produção magnífica que explora mais uma fatia do universo criado por J.R.R. Tolkien para TV/cinema. Foram duas horas que passaram a voar e deixaram imenso desejo por ver o resto.

A Amazon pagou mais de 250 milhões de dólares para ter a série e investiu mais de 715 milhões de dólares para produzir a primeira temporada. Isto diz-nos o quão desejados eram os direitos para este popular universo e a escala do investimento para adaptar a Terra Média para streaming, com uma qualidade que nenhuma outra série jamais conseguiu alcançar. Sim, em termos de produção O Senhor dos Anéis: Os Anéis do Poder é verdadeiramente sublime.

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Tal como os filmes, os 8 episódios da primeira temporada de Anéis do Poder foram filmados na Nova Zelândia e isto garante-te de imediato panorâmicas fascinantes, nas quais a fantasia é construída sobre uma realidade já de si deslumbrante. Com isto, os belos locais da Segunda Era da Terra Média ganham vida como jamais esperarias ver numa série. Se ainda te lembras do fascínio e encanto que sentiste ao ver pela primeira vez a magia nos cenários dos filmes, prepara-te para uma sensação similar.

Diria até que os primeiros 10 minutos de Anéis do Poder é do mais fantástico que já vi numa série de TV/streaming e o tempo de duração ficou marcado por uma constante sensação de maravilhamento. Desde os locais, personagens, diálogos, acontecimentos e o uso de diferentes perspetivas para transmitir a sensação de inevitabilidade perante um terrível mal que inevitavelmente unirá personagens que não parecem ter nada em comum, Os Anéis do Poder agarra com a sensação de fantasia e mistério.

A sensação que a produção transmite é mesmo muito similar à de ver os filmes pela primeira vez e o tom do trabalho de Peter Jackson parece ter sido uma inspiração. Personagens num mundo de fantasia, mas que enfrentam dilemas muito humanos, colocando um foco a nível micro em situações específicas de um local, mas que aos poucos constroem algo em direção a uma tensão macro. Esta abordagem resulta muito bem e dás por ti a saltar entre locais e personagens, sem te cansares de nenhum deles.

Ao apontar para eventos que decorrem centenas de anos antes dos filmes, a Amazon Studios consegue aproveitar uma era relativamente desconhecida da Terra Média, com muitos nomes conhecidos de mitos e lendas. É uma era marcada por uma relativa paz, mas frágil e os eventos dos primeiros episódios são o inevitável presságio para um mal iminente.

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Uma das personagens principais nestes dois episódios é Galadriel, que ganha vida através de Morfydd Clark, sendo o que considero um intrigante exemplo da forma como a caracterização de personagens olha para o trabalho de Tolkien. Existem interpretações sobre a Galadriel de Tolkien na Segunda Era que apontam para uma elfa que se destaca como forte lutadora, equiparável a uma amazona na sua força e determinação.

Enquanto muitos vão gritar "woke", outros vão sentir que a equipa responsável pela adaptação procurou seguir uma visão assente nas palavras de Tolkien, mesmo que exista espaço para interpretação. Acredito que receberam de mão beijada mais uma personagem fascinante e focaram-se numa era em que os seus esforços militares se destacaram.

Existem diversas personagens que merecem destaque neste arranque de Os Anéis do Poder, mas para não revelar demasiado, porque a sensação de maravilhamento advém imenso da capacidade de surpresa alcançada com cada cena, mas digo que Clark é um bom exemplo do forte elenco. Esta Galadriel ainda não encontrou a paz que precisa para assumir outros papeis perante o seu povo, a personagem que provavelmente melhor conheces dos filmes ou livros, é uma guerreira determinada e forte. Se Galadriel é um exemplo que representa o cuidado com a escrita e atenção às notas de Tolkien, então podemos sossegar que a série continuará a surpreender.

É difícil transmitir esta sensação de maravilhamento sem revelar cenas específicas ou detalhes dos cenários, mas Os Anéis do Poder arranca mesmo com o ímpeto e garra de algo que deseja tornar-se com mérito do melhor que já se fez na sua área específica. É uma mega produção que ao prestar atenção aos pequenos detalhes, permite criar empatia com as personagens e mesmo num contexto de fantasia, essa aposta conquista.

Existem cenas que são pura poesia visual, um grito de glória à fantasia adaptada dos livros para o ecrã. Ver algo desta qualidade num serviço de streaming é na mesma fascinante, mesmo que seja um sinal dos atuais tempos aos quais já devíamos estar habituados, não deixa de surpreender. Enquanto fã dos filmes que decidiu ler os livros após ficar fascinado com o trabalho de Peter Jackson, O Senhor dos Anéis: Os Anéis do Poder preencheu em pleno esse sonho de ver uma série da Terra Média.

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Sobre o Autor
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Bruno Galvão

Redator

O Bruno tem um gosto requintado. Para ele os videojogos são mais que um entretenimento e gosta de discutir sobre formas e arte. Para além disso consome tudo que seja Japonês, principalmente JRPG. Nós só agradecemos.
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