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O que esperar de The Elder Scrolls Online

Fuga de informação revela muito sobre o jogo.

Desde muito cedo que se começou a explorar a ideia de uma adaptação da série The Elder Scrolls para um ambiente MMO, ou mais concretamente, um MMORPG. Na minha opinião, a série The Elder Scrolls tem imenso a ganhar com a adição de elementos de persistência, já uma adaptação para uma estrutura clássica de um MMORPG, totalmente persistente, "gear oriented" e de progressão completamente vertical, tenho algumas reservas.

Isto não significa que não possa ser um MMORPG fantástico, simplesmente tenho reservas em relação às expectativas do público típico da série The Elder Scrolls, que poderá não encontrar exatamente o que estava à espera. Felizmente o diretor criativo da Zenimax Paul Sage apresou-se a acalmar as minhas preocupações, afirmando que o objetivo global do design de The Elder Scrolls Online terá em conta os dois públicos.

"Precisa ser confortável para pessoas que vêm de um MMO com os mesmos mecanismos e controlos, mas também tem que apelar aos jogadores de Skyrim. O mais importante de tudo é criar uma experiência que seja única e divertida".

A Zenimax propõe-se claramente a atingir as expectativas dos fãs da série, obedecendo a alguns dos constrangimentos característicos de um MMO, talvez até com soluções inovadoras que ultrapassem as fronteiras do género. A jornada até a nível máximo prevê-se que demore cerca de 120 horas, com o ritmo da subida de nível mais em linha com o que os jogadores de The Elder Scrolls estão habituados, e o end game mais próximo de um MMORPG clássico.

Assim, Vários aspetos estruturais dos MMO como as classes, a experiência e a progressão serão muito similares a jogos como o World of Warcraft, mas a jornada de subida de nível será mais coincidente com a experiencia em Skyrim com os jogadores a terem toda a liberdade para se aventurar pelo mundo, para procurar riquezas, combater a injustiça ou apenas admirar a paisagem.

O jogo utilizará também vários eventos dinâmicos no lugar das quests tradicionais, muito provavelmente na linha do que encontramos em Guild Wars 2, apenas um palpite. Algo chamado "hubless design", onde em vez de apanharmos uma quests numa zona pré-determinada onde por exemplo nos é pedido para ir ajudar um pescador, pode ser que se encontrarmos um pescador durante a aventura, ele nos recompense se o ajudarmos. É um design que incentiva o jogador a explorar livremente, com a garantia que será recompensado pelas ações que escolhe tomar.

"Passado mil anos antes dos eventos em Skyrim, muito antes da ascensão da dinastia Septim na terceira era. Durante esta altura, Tamriel não tinha um governante definido."

Para aqueles que estavam preocupados, The Elder Scrolls Online vai incluir grande parte do continente de Tamriel, no entanto, muitas das áreas serão inacessíveis no lançamento, guardadas para conteúdo futuro. Passado mil anos antes dos eventos em Skyrim, muito antes da ascensão da dinastia Septim na terceira era. Durante esta altura, Tamriel não tinha um governante definido. A temática da narrativa global será centrada na tentativa de Molag Bal conquistar as terras de Tamriel, no entanto, na prática vamos passar mais tempo preocupados em conquistar terreno às duas fações opostas. A decisão da Zenimax em incluir três fações abre possibilidades imensas, e que desenvolveremos mais à frente.

Existem algumas diferenças em termos de liberdade de navegação, a série The Elder Scrolls é caracterizada por um mundo completamente sandbox, enquanto os MMORPG tipicamente constrangem os jogadores em áreas adequadas ao seu nível atual. Em The Elder Scrolls Online o mundo será livre para explorar, mas como sempre, existem zonas dedicadas para um intervalo específico de nível. Isso significa que poderão explorar as zonas de nível máximo logo de início, mas os monstros da área provar-se-ão impossíveis de defrontar.

Como qualquer MMO, o jogo irá incluir conteúdo "instanced", nomeadamente no "end game" com modo normal e heroic tanto para grupos pequenos como para raids organizadas e que vão requerer trabalho cooperativo entre os jogadores. No entanto, o que me chamou mais à atenção foram as denominadas "public dungeons". Este tipo de masmorras e cavernas não serão segregadas do mundo global como tipicamente acontece com as dungeons nos MMORPG's, e vão permitir que qualquer jogador entre e explore a caverna com outros jogadores organicamente, uma forma de incentivar os jogadores a jogarem juntos de forma natural.

Um sistema que estará intimamente ligado com as instances e as quests é uma técnica de phasing, similar ao que conhecemos no World of Warcraft, onde os jogadores vêm diferentes elementos e ambientes dependendo do seu progresso em determinada corrente de quests. As quests terão múltiplas escolhas como tradicionalmente acontece, e os ambientes que vamos poder ver durante as quests terá em conta as nossas decisões durante a aventura.

Três fações lutam pelo domínio das terras.

The Elder Scrolls Online também pretende pôr em causa, ainda que moderadamente, a Trinity sagrada (tank, healer, dps), um dos pilares dos MMO's, parece que está na moda. Basicamente a intenção é permitir que as classes se especializem numa das tarefas se assim desejarem, mas não existe mecânica de Aggro e é esperado que qualquer personagem seja capaz de dar dano, curar-se e mitigar dano. Eu já disse o que pensava sobre isto na antevisão do Guild Wars 2, mantenho as reservas.

Por muito que os produtores tentem que a experiência não se afaste muito do que estamos habituados em Tamriel, não têm muita escolha quando chegam ao campo do sistema de combate, bem-vindos aos MMO's e ao mundo da latência. Inevitavelmente isto representa o fim do combate em tempo real característico da série, mas a Zenimax tem feito um esforço para manter alguns conceitos que marcaram o combate em The Elder Scrolls, nomeadamente um sistema de "Block" que será preponderante no combate e pode ser utilizado por qualquer uma das classes, utilizando a Stamina como recurso.

Existe a intenção de incluir um sistema especial para a inteligência artificial dos monstros, que simule o comportamento de um jogador real, o sonho de todos os produtores no negócio dos MMO's. Embora seja impossível simular verdadeiramente um ser humano, a ideia que os "mobs" comuns podem ser imprevisíveis é certamente agradável e refrescante.

Da informação que tivemos acesso, houve uma parte que me deixou particularmente curioso, algo no seguimento destas palavras - "podes-te juntar a qualquer guilda e construir um conjunto de "skills" mais alargado do que nunca". Ora a Zenimax confirmou a existência da Thieves Guild e a Dark Brotherhood, mas não deu quaisquer detalhes em relação ao funcionamento delas, ou se os jogadores poderão interagir entre eles no âmbito da própria organização e de que forma, se podem também eles criar uma das guilds típicas dos MMORPG's, nada.

Como já referi, vamos poder escolher entre três fações diferentes, representadas por um leão, uma águia e um dragão. A informação ainda não é final, mas tudo indica que o Ebonheart Pact será constituído pelos Nords, Dunmer e Argonians. O Daggerfall Covenant com os Bretons, Redguard e Orcs. E finalmente a Aldmeri Dominion que inclui os Altmer, Khajit e Bosmer. O que torna este triângulo interessante são as possibilidades que ficam para o "world PVP".

A simples ideia de uma estrutura que promova o PVP, num mundo aberto com três fações a disputar o controlo deixa-me em êxtase. Isto é talvez o ponto mais significativo na diferenciação de The Elder Scrolls Online em relação a outros MMORPG's no mercado, e é por onde ele poderá brilhar. Imaginem as alianças que podem surgir, as traições, as jogadas políticas com o apoio das guilds, tantas possibilidades. Vamos ser honestos, juntar um grupo para pilhar uma aldeia da fação oposta soa maravilhosamente aos nossos ouvidos.

Mas isto não é tudo, a zona central da província de Cyrodiil será dedicada ao end game PVP, e o objetivo será conquistar a cidade Imperial para coroar Imperador o jogador mais bem pontuado da batalha. Isto serve apenas como estatuto e não terá quaisquer vantagens de gameplay, não sei qual a periodicidade desta batalha, mas não podia imaginar melhor "resolution" para um confronto deste género em The Elder Scrolls.

The Elder Scrolls Online vai ter que lidar ainda com vários problemas, logo a começar pelo equilíbrio da população, ainda por cima num ambiente muito centrado no PVP é natural que os jogadores se inclinem para o lado dominante. Para terminar deixem-me dizer, não sei se o nome The Elder Scrolls Online é final, sabem que geralmente os MMO's são tratados pelo acrónimo. Deixo à vossa imaginação.

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The Elder Scrolls Online

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Aníbal Gonçalves

Redator

MMOs e RPG são com o Aníbal. Aliás existe um rumor na redação que a sua primeira casa é o World of Warcraft. Mas às vezes também o vemos a fazer uns exercícios. Não é mau de todo.

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