Nintendo acusa Palworld de copiar mecânica de captura icónica de Pokémon!
Todo o processo gira à volta das Pokébolas!
O recente processo da Nintendo contra o jogo Palworld, produzido pela Pocketpair, parece centrar-se numa questão de patente, mais especificamente num registo relacionado com a mecânica de captura de criaturas. Esta ação judicial destaca um ponto interessante sobre a natureza dos litígios de propriedade intelectual no sector dos videojogos, em que a linha entre inspiração e infração nem sempre é clara.
A patente que se acredita estar no centro do caso foi registada neste verão pela Nintendo e pela The Pokémon Company, centrando-se na mecânica de lançar Pokébolas, que tem sido uma caraterística central da franquia Pokémon. O pedido de patente descreve o ato de capturar criaturas através do lançamento de um item, como a Pokébola, que subsequentemente permite ao jogador “possuir” a criatura capturada. Um conceito semelhante é encontrado em Palworld, onde os jogadores utilizam a Pal Sphere para capturar criaturas conhecidas como Pals, resultando numa mecânica que, à superfície, parece replicar a forma como os jogos Pokémon funcionam.
Este tipo de patente, segundo o advogado japonês Kiyoshi Kurihara, pode ser extremamente difícil de evitar em jogos que seguem uma fórmula semelhante à de Pokémon, especialmente se as produtoras não forem cuidadosas. Kurihara também salientou que a patente deste ano é uma extensão de uma patente anterior, apresentada em dezembro de 2021, antes do lançamento de Palworld, o que pode reforçar o caso da Nintendo.
O ponto curioso neste processo é que as discussões sobre possíveis infrações em Palworld têm-se centrado, até agora, nas semelhanças no design das criaturas, algo mais diretamente associado a disputas de direitos de autor. No entanto, a Nintendo parece ter mudado a sua postura, colocando a tónica nas mecânicas de jogo patenteadas, que neste caso são mais difíceis de contornar.
Para a Pocketpair, a natureza da acusação ainda não foi oficialmente detalhada, embora a empresa tenha afirmado que pretende defender-se, alegando que a sua criatividade e a de outras produtoras indie está a ser atacada.
O caso abre uma discussão relevante sobre os limites da propriedade intelectual na produção de videojogos, especialmente quando a mecânica do jogo e as ideias básicas são partilhadas entre vários títulos. Embora a Nintendo tenha intentado esta ação no Japão, advogados como Lisa Phillips, especialista em patentes, sugerem que o impacto de uma decisão do tribunal japonês se limitaria ao território japonês. No entanto, a Nintendo detém uma vasta gama de direitos de propriedade intelectual nos Estados Unidos, o que poderia resultar em acções adicionais nesse país.
Enquanto a Pocketpair aguarda mais pormenores sobre as acusações, o resultado deste caso pode ter implicações não só para Palworld, que está prestes a expandir-se para a PlayStation, mas também para a forma como os futuros litígios sobre patentes serão tratados na indústria dos videojogos.