Skip to main content
Se clicares num link e fizeres uma compra, poderemos receber uma pequena comissão. Lê a nossa política editorial.

MotoGP 23 - Picados a velocidades loucas

Emoções à flor da pele.

Sem grandes alterações na edição, o destaque vai para a reformulação do modo carreira, a instabilidade meteorológica nas corridas e a condução ajustada às exigências do jogador.

Mais um ano e aí está a Milestone com a recente edição do mundial de MotoGP, oferecendo a actualização do respectivo mundial, com todos os pilotos e marcas que integram o mundial, bem como as categorias de formação Moto 2 e Moto 3. A isto acrescem os circuitos, devidamente engalanados. Tendo em conta a forma como decorreu a prova inaugural do actual campeonato, no Algarve, com algumas críticas da organização, se querem jogar com a pista portuguesa, bem como com Miguel Oliveira é bom que o façam agora. Pode muito bem acontecer que para o ano Portugal fique sem prova no mundial, o que será duro para os fãs de motociclismo e para os espanhóis que ajudam a compor as bancadas e a fazer a festa.

No que respeita ao jogo propriamente dito, como é habitual nos jogos de lançamento anual, não há grandes alterações dentro do que a experiência proporciona. No essencial é o mesmo jogo, não há nada de substancialmente novo, mas o que acontece é que há uma data de ajustes que de ano para ano são executados. Essas mexidas não são centrais à condução, que mais ou menos exigente, tende a favorecer a velocidade e as sacudidelas da mota. Se livre de assistências a condução pode ser uma dor de cabeça, então a linha de trajectória e uma activação de ajudas, até mesmo de travagem, facilitam a missão e fazem de MotoGP 23 um título mais arcade. Quem prefira apostar num estilo de condução mais agressivo e livre, os segmentos de aprendizagem da academia MotoGP podem dar uma ajuda. Mas é sempre tão alta e difícil a fasquia quando acontece a largada no meio do pelotão, que sobreviver às primeiras curvas é um duro teste.

À chuva a condução é ainda mais exigente.

MotoGP 23 brinda a uma condução realista, num registo árduo que nem sempre se revela a melhor solução. A progressão é lenta até ao domínio seguro da mota, mas os erros, como a dificuldade em manter a mota sob o apex, tanto a reduzir como a acelerar, podem tornar a evolução frustrante. Trancar as assistências e um estilo mais arcade pode ser a solução mas também aí se sente que a autonomia na condução é reduzida drasticamente. A alternativa está no meio termo e no tempo dedicado a cair e tornar a levantar.

A permanência do modo carreira como central à evolução dentro das categorias de formação até à categoria rainha é ditada por uma série de ajustes, desde logo por uma estreita rivalidade e objectivos a cumprir naquilo que os criadores designam como pontos de viragem. Permanecer mais um ano no Moto 2 ou Moto 3 antes de subir de categoria ou arriscar e salto e ser colhido pela surpresa? Há todo um conjunto de consequências possíveis mediante essa escolha, a qual não deixa de passar por solicitações diversas como as rivalidades, num fenómeno de transposição das redes sociais, até com o colega de equipa, ainda que passos cautelosos e seguros revelem prudência.

A interferência das condições meteorológicas, com chuva e passagens do molhado para o seco e vice-versa, no decurso das corridas dita um papel relevante, sobretudo no quadro da estratégia. A possibilidade de aguaceiros fortes é apenas uma previsão. O factor risco dita uma cartada central, quando anteriormente o habitual consistia em correr no molhado ou no seco, em condições previamente anunciadas.

Visualmente, a Milestone fez um bom trabalho, ainda que não tenha eliminado alguns “loadings”. De qualquer modo a representação dos pilotos é agradável e os seus movimentos em cima da mota e em resposta ao contacto dos pneus com o asfalto é consistente. Longe de ser assinalável uma grande melhoria face à edição pretéria mas parece haver mais algum brilho e cor, especialmente se controlamos um piloto da Ducati, talvez pela cor vermelha em contraste com o escuro do asfalto e o azul do céu. Talvez só mesmo os fãs mais acérrimos pretendam renovar e desfrutar da nova entrada no MotoGP. Ainda que com algumas melhorias e mexidas aprazíveis, tanto na condução, como no modo carreira e nas condições climatéricas dinâmicas, não há nada de substancialmente novo a justificar a entrada imediata nas pistas. Pena a ausência do desenvolvimento do modo "nine season 2009", que revitalizou o duelo mítico entre Rossi e Lorenzo.

Prós: Contras:
  • Rivalidade maior no modo carreira
  • Instabilidade meteorológica durante as corridas
  • Regulação do realismo na condução
  • Boa cadência em termos visuais
  • Não repercute grandes mudanças
  • Sem assistências a condução pode ser frustrante
  • Perda do nine season 2009

Read this next