Se clicares num link e fizeres uma compra, poderemos receber uma pequena comissão. Lê a nossa política editorial.

Monster Hunter Generations - Análise

Novos monstros à vista.

Eurogamer.pt - Recomendado crachá
Feito sobre uma base tradicional, proporciona uma nova componente ofensiva e continua a singrar como experiência essencialmente multiplayer.

Por esta altura a comemorar 12 anos de existência, a série da Capcom que arrancou em 2004, no Japão, na PlayStation 2, é por esta altura uma das mais importantes parceiras da Nintendo 3DS, a portátil da Nintendo que continua a cumprir o seu trajecto enquanto plataforma dedicada portátil dominante. Não é por acaso que um ano e alguns meses depois de Monster Hunter 4 Ultimate, tenhamos em cena um novo jogo. MH Generations é indicado para os fãs. Um título pleno de recursos, áreas, monstros e novidades de combate que conquistarão o fã de sempre, mas também apresenta uma configuração mais adequada a suscitar o interesse dos novatos, muitos deles desejosos por conhecerem a série, só que muitas vezes afastados por força de um sistema algo complexo de assimilar e que só com dedicação se leva de vencida.

O anterior título da série pode ter sido a porta de entrada para muita gente. MH4U assentou plenamente nas propriedades da 3DS, tirando proveito do c-stick de forma a possibilitar uma gestão mais segura e cómoda da câmara e que proporcionou uma sedimentação das mecânicas. Esta série não encaixa nos moldes típicos da aventura, não é um role play na acepção tradicional da história, é um jogo de "grind" puro, no qual enfrentamos sucessivas vezes os mesmos monstros, em ambientes tão diversos e hostis, muitas vezes só para obter um produto com o qual podemos fabricar uma arma específica ou armadura que nos permite derrotar uma criatura especial e assim colocar um ponto final numa quest que teima em nos atormentar enquanto não estiver terminada. Muitas vezes o périplo nem passa por uma caça aos monstros, mas pela colheita dos ingredientes e materiais certos para se produzir o produto necessário para chegar mais além, tudo isto enquanto percorremos territórios tão díspares.

Multiplayer volta a ser destaque em MH.

Há uma motivação grande nesta progressão, a procura pelo melhor equipamento. Só assim asseguramos uma real noção de conquista e avanço, sem aquelas tabelas de pontos de experiência de personagem ou sistemas automáticos. Aqui a composição é altamente manual e depende das armas e armaduras à nossa disposição, com as quais podemos ferir monstros que de outra forma seriam inatingíveis e quebrar as suas defesas. Usando de forma quase inconsciente as múltiplas habilidades, agora que podemos escolher diferentes estilos de caça e adaptar vários ataques às armas. O processo é gradual mas mais rápido no abate dos monstros. Maiores as habilidades, maior é o "grind", podendo tornar-se num processo quase automático cada vez que investimos mais no jogo.

Claro que a campanha adquire uma dimensão crucial. Aliás, a introdução apresentada numa bonita sequência que nos mostra lagos e altas montanhas, inculca a ideia da dimensão dos territórios e áreas por explorar, ainda que muitas delas sejam uma importação do jogo anterior. No entanto e apesar das primeiras horas revelarem forte familiaridade, rapidamente desenvolvem para um sistema mais complexo e marcante, capaz de absorver mais de quarenta horas em campanha. A escala de Generations é imponente e parece residir nesta dimensão uma celebração entre novidade e mérito dos jogos anteriores, um título para novos jogadores e entusiastas da série. Isso fica patente depois de chegarmos a Bherna, uma aldeia no sopé de elevadas montanhas rochosas.

A esse périplo recheado de quests que alternam entre revisitas e descobertas, acresce a nova base jogável, assente nos quatro estilos de caça, um factor preponderante no momento da escolha, ponto a que muitos jogadores poderão regressar na tentativa de descobrirem novos ataques e o fascínio das habilidades. Mas fará sentido toda a experiência de MH Generations apenas como campanha individual ou como alternativa à vertente multiplayer? Com esta se completa o grosso da caça e grande parte da motivação que encontramos para nos ligarmos ao mundo ou aos amigos com quem queremos partilhar as batalhas. A campanha deixa-nos jogar com dois ajudantes, os Felynes (podemos até jogar como Felyne), ao nosso lado durante as batalhas, mas dentro da vertente multiplayer o processo torna-se muito mais interessante, não só pela entreajuda necessária mas sobretudo pela composição mais realista. Embora o jogo esteja bem apetrechado para singrar enquanto experiência individual, é como jogo multiplayer que apresenta a sua melhor vocação e a mais genuína experiência de MH.

Alguns estilos são mais indicados para quebrar a defesa dos monstros.

As grandes novidades comparativamente a Monster Hunter 4 Ultimate são, desde logo, os novos monstros, assim como novos territórios, onde os encontramos pela primeira vez. Muitas áreas regressam e receberam apenas alguns retoques visuais que as deixam um pouco mais apelativas, mas nada de muito diferenciador. Aliás, o jogo recebeu um "update" gráfico perceptível, com redefinição ao nível das cores, especialmente nos vales, no fundo uma adaptação visual que embora sem ser retumbante cria um efeito mais agradável à primeira vista.

Mas a grande transformação opera-se por intermédio dos quatro estilos de caça. Não só porque afectam alguns princípios básicos a que estávamos acostumados, contribuíndo para um fortalecimento da personagem num determinado padrão que pode ir da componente mais ofensiva até à prevalência dos ataques aéreos, enquanto que ganhamos mais habilidades e poder de ataque com as armas. No caso do estilo aéreo é particularmente notório o ganho de ataques e todo um novo manancial de combinações e truques que passam para a nossa disposição. Qualquer estilo (do mais tradicional ao avançado) promove novas habilidades e truques que melhoram a nossa organização, ritmo e preferências de ataque.

Esta diversidade de sistemas abre a porta para uma abordagem mais incisiva sobre os monstros ou defensiva, esperando pelo momento oportuno para quebrar a defesa do monstro. As acções são muito diversificadas e com tempo aprendemos a tirar proveito das características prevalecentes em cada um dos estilos. Importa sublinhar que se não estão com propensão para arriscar demasiado e preferem um certo equilíbrio no terreno, então a "Guild Style" será a opção mais indicada. Já o "Aerial" e "Adept Style" revelam-se como as opções mais arriscadas mas recompensadoras do ponto de vista das opções facultadas, com uma série de contra-ataques e alguns truques que permitem evadir com sucesso as investidas dos monstros.

Cover image for YouTube videoMonster Hunter Generations - Trailer E3 2016 (Nintendo 3DS)

Para lá desta estrutura de combate altamente modificada e encorajadora para os novos jogadores e fãs da série, há todo um conteúdo altamente reconhecido. Muitos vão reconhecer as anteriores quatro vilas, mas também terão novos monstros, entre regressos e reencontros, o mesmo sucedendo com as armas, grande parte uma herança das anteriores caçadas em forma de sistema portátil.

Monster Hunter Generations é um sorvedouro de horas que deixará os fãs deliciados, numa multitude de "quests" que vai do mais tradicional e colheita de ingredientes até à caçada mais complexa, na qual temos que observar muito bem o comportamento do animal e descobrir o seu ponto fraco. Ainda é uma experiência altamente tradicional - e até seria bom que os produtores pudessem simplificar um pouco os menus - mas neste reencontro temos uma redefinição do combate altamente satisfatória e adequada a proporcionar mais truques e subtilezas no momento da batalha, especialmente quando entramos no multiplayer, a opção para a qual Monster Hunter parece realmente existir.

Sign in and unlock a world of features

Get access to commenting, newsletters, and more!

Descobre como realizamos as nossas análises, lendo a nossa política de análises.

In this article

Monster Hunter X

Nintendo 3DS

Related topics
Sobre o Autor
Vítor Alexandre avatar

Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.

Comentários