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Mobile Gaming - Nimble Quest

De Snake a Infinity Blade 3.

Enquanto vou tentando reunir "coragem" para empregar os €5.99 em Infinity Blade 3, vou pensando em como chegamos a este supra-sumo atual nos jogos mobile. Atualmente este exclusivo iOS, toda a série o é na verdade, é o estandarte da nova tecnologia do iPhone 5S mas qualquer um com um iPhone 4 ou mais recente, iPad 2 ou mais recente ou iPod Touch 5 o podem jogar portanto seria fácil aceder ao mais recente expoente máximo na tecnologia mobile no sector dos videojogos. Mas pensar em IB3 fez-me pensar nas origens dos jogos mobile e como um Nokia 3330 carregado com Snake II em 2002 começou tudo.

Nenhum outro jogo carrega tal vigor neste sector dos videojogos. Era uma coisa tão simples quanto controlar uma linha num esquema de controlos diretos e simples. Tão fácil quanto pressionar nas direções para impedir que a cobra tocasse nas extremidades do cenário ou em qualquer outro objeto. Atualmente nada é assim tão simples, pelo menos não à primeira vista pois vivemos numa era em que "os olhos também comem" e precisamos de algo vistoso como cartão de introdução. No entanto os jogos mobile são um mundo à parte, um mundo no qual as limitações tecnológicas são mais toleráveis e aceitáveis e consequentemente as respetivas experiências são de aspeto ou profundidade menor, pelo menos comparadas com plataformas dedicadas.

Agora imaginem o meu espanto a descobrir que em 2013 posso ter uma experiência tão aliciante e divertida quanto uma lançada em 2002 que não só é inspirada na mesma como consegue com que se sinta atual e válida. Foi isso que aconteceu quando o pequeno estúdio independente Nimblebit, composto por quatro pessoas, retirou os €0.89 ao seu mais recente jogo (lançado em finais de Março de 2013) colocando-o à venda de forma gratuita para celebrar a chegada do iOS 7.

Verdade seja dita que o jogo recebeu apreço e aclamação na altura do lançamento, até foi elegido como Editor's Choice na App Store nessa semana, mas mesmo assim passou-me ao lado. Existem versões para Android e para Mac e até uma campanha para o levar para o Steam portanto o Nimblebit não se poupou a esforços, e nem sequer se deitou a dormir ao som do sucesso do seu aclamado Tiny Tower (elegido pela Apple como o Jogo iOS do Ano em 2011).

Ver no Youtube

Nimble Quest é então um estranho caso de imediato fascínio que nos apanha e nos agarra sem querer largar. Apesar de também estar envolto naquela chatice das compras in-app, NQ não se faz rogado e mostra desde o primeiro instante como é simples mas que nos vai desafiar. O melhor de tudo é que mostra ao jogador que a sua habilidade será o ponto principal para mediar a experiência. Convém referir que a rápida atualização que corrigiu os problemas nos controlos surgidos com o iOS7 foi muito bem-vinda.

Ora vamos lá então tentar explicar o que é Nimble Quest. Imaginem Snake dos antigos Nokia (e outros tantos telemóveis ao longo dos anos) mas com um visual que faz lembrar os primeiros Final Fantasy, assim aquele estilo retro SNES/Megadrive que tantas cartas está a dar nos jogos indie, e no qual não controlamos uma cobra mas sim um grupo de guerreiros que tem que se desviar dos obstáculos e derrotar inimigos ao mesmo tempo. Tudo muito fácil e demasiado simples até, o que nos deixa a perguntar 'como pode funcionar'?

E porque não haveria de funcionar? Não é propriamente o aspeto retro e os seus adoráveis/irreverentes personagens que vamos desbloqueando consoante progredimos que nos agarram, é mesmo aquela tão conhecida e familar gameplay e toque direcional para controlar. Aqui temos controlos táteis portanto basta deslizar o dedo na direção desejada e o crescente grupo de personagens vai caminhando pelos cenários. Caso consigam, o grupo de guerreiros que caminha em fila indiana consegue mesmo a dada altura parecer uma cobra.

Ao passar pelos inimigos os personagens atacam automaticamente e desde ataques mágicos ou tiros de longo alcance, passando por espadas, existe toda uma variedade de ataques que estão ligados às diferentes profissões nas quais os personagens se inserem. O que é certo é que resulta e mesmo com a possibilidade de comprar melhorias com dinheiro real, progredir lentamente no jogo é agradável.

Claro que se nota a intenção de facilitar o desafio com compras in-game mas o gosto está no desafio da experiência retro e em como se sente tão interessante nos dias de hoje. Apanhar os cristais verdes ou azuis permitem comprar melhorias ou habilidades especiais (como maior ataque temporário, por exemplo) e sentimos que existem até alguns elementos de RPG (a dada altura até pensei que isto é o mais perto que poderá haver de Snake com Action RPG!) que são reforçados pelas tabelas de pontuação e o desejo de melhorar.

Ao derrotarmos inimigos o personagem que estamos a usar irá preenchendo uma barra que ditará quando sobe de nível e melhora os seus atributos. É uma forma bastante oportuna de incutir dedicação a um personagem do qual mais gostamos e também de sentir que os nossos esforços vão dar em algo. Por outro lado, a constante possibilidade de comprar formas de progredir mais rápido dá a sensação que o jogo está feito para que o jogador tente ceder à tentação de comprar o seu caminho para as melhores pontuações. É algo que se tornou padrão nos jogos mobile atualmente e que pode não incomodar quem não quer mas que afeta a ideia de um desafio limpo, afeta.

Não acredito que Nimble Quest tenha a profundidade para ser uma experiência ao nível de Tiny Tower e repetir a façanha de 2011 mas que é um jogo simplesmente espetacular é. Em 2013 voltar a 2002 e sentir que estamos perfeitamente enquadrados nos valores atuais é algo que só pode vir de quem sabe o que faz e que tem originalidade e irreverência nas veias para fugir à simples imitação que tanto afeta os jogos mobile.

Uns simples toques no ecrã repetidos até à exaustão pode ser o que vos espera e quando penso em formas de validar as atuais plataformas iOS e Android penso em como experiências com os tons de Infinity Blade 3 se fazem tão bem acompanhadas de outras como Nimble Quest, que só aqui poderiam nascer e que tem todo o sentido de ser.

Em jeito de nota final, para os que estão interessados nas obras do Nimblebit, eis o vídeo para o seu próximo jogo, Pocket Trains:

Ver no Youtube

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