Metroid Prime Remastered - Rubik Scan
Um dos melhores momentos da Nintendo.
Lançado originalmente em 2002 para a Nintendo Gamecube, Metroid Prime é uma autêntica relíquia da Nintendo. Desenvolvido pela Retro Studios dos Estados Unidos numa colaboração com os criativos japoneses da famosa companhia de Super Mario, incluindo a lenda Shigeru Miyamoto, Metroid Prime foi uma colaboração inédita e resultaria num jogo memorável. A qualidade que Miyamoto reconheceu no estúdio resultou num jogo marcante para uma geração e tornou-se num padrão de qualidade que 20 anos depois ainda é respeitado.
A chegada de Metroid Prime Remastered era há muito aguardada. ANintendo apresentou uma versão que vai além do que esperamos de um remaster, ao ponto de aproximar-se mais de um remake em termos visuais. A base que a Retro apresentou em 2002 está inalterada bem como o design do jogo; nem sequer de outra forma poderia ser, mas existem grandes melhorias na iluminação, arte, texturas, som e controlos que vão além do que tens num mero port HD. A Nintendo merece elogios por esta surpresa que apresentou.
Pensado como um jogo para audiências adultas numa consola de uma marca que, na altura, ainda era vista como fabricante de títulos para crianças, Metroid Prime é simplesmente genial. A estrutura dos níveis, que transporta para o formato 3D na primeira pessoa todos os aclamados conceitos Metroidvania que os fãs adoraram nos primeiros jogos 2D, o design arrojado e exigente, o fluir da exploração e mecânicas como Scan glorificam a experiência.
Em Metroid Prime Remastered, tens as melhorias nos visuais, controlos e som, mas a base, a essência desta experiência, é a mesma que a Retro criou em 2002. É delicioso de recordar o quão sublime é. Metroid Prime é uma espécie de cubo de Rubik que tens de resolver através da exploração, da leitura do mapa e da mecânica scan para alcançar novos locais. É um jogo exigente, relíquia de uma era na qual os jogos não te davam a mãozinha e indicavam com luzes néon para onde ir. É um jogo para uma geração que adorava um bom desafio, que exigia constante atenção e interpretação tanto das mecânicas como dos cenários para progredir.
É fácil jogar Metroid Prime Remastered e sentir que não é um jogo desta era. Não pelos gráficos ou controlos, mas pela metodologia. Através da tentativa e erro, exploração e leitura do mapa, terás de perceber onde estão os locais por onde podes ir e tentar aceder a um novo espaço no mapa para obter um Power Up ou nova Habilidade que te permite aceder a partes onde anteriormente não conseguiste chegar. O back-tracking é constante, a tua memória é testada quando te tentas lembrar por onde tens de ir para chegar aos elevadores que acedem a novas áreas e as boss fights desfrutam do mesmo cuidado e uso de mecânicas que vão muito mais além da agilidade de movimentos.
Metroid Prime Remastered é daqueles jogos que te faz sentir inteligente, quando consegues descobrir como progredir, por onde ir, derrotar um boss e está repleto de secções difíceis. Inicialmente, a exploração predomina e a escala é contida. O design incentiva a tentativa e erro, incentiva constante atenção aos cenários para encontrar pistas e descobrir segredos. Com cada progresso alcançado, a escala cresce, consegues chegar a mais locais e recordar onde agora já é possível ir torna-se num desafio à memória. Na segunda metade, as coisas ficam mais intensas e dificeis, com vários inimigos duros, lutas intensas e constante sensação de perigo. Aqui não existem checkpoints e os Save Points são raros. Apesar desta coesão no design de níveis e dificuldade, é um jogo com muita liberdade na abordagem aos Power Ups, podes aumentar manualmente o desafio e obter menos coisas para sentir maior dificuldade.
Ao criar um metroidvania 3D jogado na primeira pessoa, a Retro Studios entrou em território inexplorado e criou uma nova era de possibilidade, mas é a sua metodologia de exigência e design de progressão que o tornam numa referência inabalável. O design original da Retro Studios permanece glorioso e Metroid Prime Remastered é um sensacional recordar dessa página dourada no currículo da Nintendo. Passados 20 anos, ainda é um jogo memorável, uma obra de arte do entretenimento interativo. Apresentado numa versão que atualiza os controlos, melhora os gráficos e desempenho de formas impressionantes, ao ponto de se aproximar do conceito de remake, é um jogo que cruza gerações e ainda hoje merece ser jogado, estudado e acarinhado com força.
| Prós: | Contras: |
|
|