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Mega Man 6 - Virtual Console - Análise

Hard Man.

Criado pelo punho de keiji Inafune, Mega Man é uma das personagens melhor ligadas a uma geração de consolas, as 8-bit. É verdade que a série estende-se bem para lá dessa circunscrição, aliás fazê-lo equivaleria a deixar de fora muitos e bons jogos que ganharam forma noutras plataformas. Mas há uma imagem de marca, um traço distintivo e clássico bem patente nos Mega Man da NES. Tão flagrante que levou a equipa Iam 8bit e Keiji Inafune a criar, no final da década passada, a edição 9 e 10 dos clássicos justamente com o mesmo design e grafismo das versões lançadas para a NES.

Mega Man 6, editado em 1993 para a NES, é também o último jogo a sair na consola, numa altura em que a Capcom já apontava baterias para a SNES, para aquele que viria a ser o magnífico Mega Man X, que veio a receber uma versão remasterizada para a PSP e sobre o qual teremos oportunidade de nos debruçarmos um dia destes. No entanto, e devo dizê-lo, esta é uma das minhas séries favoritas, mesmo com tudo o que pode ter de mais irritante, como o incrível e tão presente processo de tentativa e erro até passar um nível. Mas e um pouco à semelhança de Dark Souls, a mais recente definição de dificuldade nos videojogos, requer tempo, paciência e perícia até ser concluído.

Grafismo tipicamente 8-bit.

A vantagem é que a nossa personagem vai ficando cada vez mais forte à medida que penetra em novos níveis e enfrenta novos bosses, pois assim que vence um rival, Mega Man recolhe a sua arma, podendo usá-la noutras secções. A limpeza em termos gráficos, pureza de cores, variedade de inimigos e sobretudo a sua colocação e "modus operandi", fazem deste jogo uma das melhores combinações de sempre entre plataformas e acção. Mega Man é também um dos "zénites" em termos de produções 2D, sobretudo em termos interactivos, com uma estrutura de movimentos aparentemente simples mas muito eficaz.

Na sua configuração original, na qual esta versão 6 não constitui desvio (execpto alguns percursos alternativos), não há uma trajectória linear na progressão pelas áreas onde se alojam os oito diferentes robôs reprogramados por Dr. X, a versão maquiavélica de Dr. Willy. O nome dos robôs identifica a natureza do espaço onde estão inseridos: Wind Man na fortaleza aérea, Blizzard Man no gelo, e assim sucessivamente. Cabe ao jogador descobrir o trajecto mais simples, ou aquele onde encontra menos resistência, ou pelo menos uma resistência susceptível de ser debelada através do seu equipamento mais básico, o canhão "Mega Buster".

Os níveis podem ser completados sem uma ordem, embora para vencer o jogo com mais facilidade seja melhor cumprir o trajecto que permita a Mega Man enfrentar determinados "bosses" com o melhor equipamento. Para além disso, existem ainda alguns golpes e movimentos, como o disparo de energia acumulada e o deslize. Mas a maior novidade, dentro deste sistema de evolução da personagem, prende-se com os "Rush Adaptors", através dos quais Mega Man e o seu cão robótico Rush, adquirem poderes especiais através de uma mudança operada no seu formato. Contudo, estes poderes são temporários e consistem na capacidade de sobrevoar por curtos períodos de tempo, o que é óptimo para alcançar plataformas distantes e locais inacessíveis com o simples salto. Já o Power Mega Man permite ao herói socar pesados e grandes blocos, e assim desobstruir caminho.

A curva de dificuldade é grande mas não é um jogo impossível de completar.

Em termos gráficos Mega Man 6 oferece aquela estética muito particular, com inimigos muito bem desenhados, presença de estruturas industriais mas também muitas referências à natureza, através dos seus elementos. A conjugação é boa e uma marca da série. A fluidez de jogo é impecável e muitas batalhas contra os "bosses" são verdadeiros desafios à perícia individual, embora repousem, demasiadas vezes, naquele velho processo de tentativa e erro. Contudo, depois de preenchido o quadro de poderes especiais, Mega Man torna-se num grande furacão, capaz de superar qualquer obstáculo. Mas só os mais persistentes chegarão aos créditos finais.

Pela primeira vez, Mega Man 6 chega ao continente europeu, disponível para a Virtual Console da Nintendo Wii U. É uma óptima oportunidade para experimentarem um clássico de sucesso de uma geração bastante distante mas que ainda há poucos anos foi novamente aclamada através do lançamento das versões 9 e 10, que reposicionaram a jogabilidade dos clássicos. Mega Man 6 é um bom exemplo de uma inesquecível produção 2D e um dos melhores jogos de acção e plataformas da sua classe.

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Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.

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