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Mario and Sonic at the Sochi 2014 Olympic Winter Games - Análise

Apetite por medalhas.

Muito perto do primeiro ano de existência da Nintendo Wii U, finalmente os jogos começam a chegar a bom ritmo. Talvez seja uma sazonalidade, a que acresce a necessidade por parte da Nintendo de entregar uma boa oferta aos utilizadores do sistema e uma forma de convencer os indecisos, sobretudo aqueles a quem a próxima geração ainda lhes parece um salto pela "metade". A Nintendo Wii U vai ter nos próximos meses um teste muito importante para os próximos tempos. Será aí que iremos perceber realmente se o sistema tem condições para penetrar no mercado, competindo em igualdade com as outras plataformas ou se as dificuldades dos primeiros meses irão permanecer. Todavia, é perceptível que a máquina da Nintendo começa a rolar. Os jogos são lançados a grande ritmo, há um novo Super Mario a caminho, no Japão a consola parece querer fugir à liga dos últimos, e os sempre convidativos party games para sessões de jogo em família nas tardes frias de inverno começam a chegar a bom ritmo.

Bem a tempo do frio da época que se vai instalando pelo continente, proporcionando as condições para a prática de actividades desportivas no gelo, temos o regresso de Sonic, depois de um bem conseguido e exclusivo Wii U Sonic Lost World. Mas desta vez o famoso ouriço azul não está sozinho. Com ele vem também Mario e a sua turma de residentes do Mushroom Kingdom, juntando forças com o exército de personagens dos jogos Sonic, para renovada edição dos jogos olímpicos de Inverno de 2014 em Sochi, na Rússia. Ao todo há uma vintena de personagens com diferentes configurações, o que é sempre um argumento positivo para quem nutre entusiasmo por estes dois lados que durante tantos anos se opuseram e agora se defrontam e até conciliam esforços nos mesmos espaços.

Boas capacidades no ski.

De resto, a parceria entre Mario e Sonic, seja nos jogos olímpicos de verão, seja nos de inverno, já vai na quarta edição e ainda conta com a aprovação do comité olímpico internacional, o que é importante para salvaguardar a reprodução das provas praticáveis, assim como dos espaços que serão revisitados. Porém, sabe-se que os jogos Mario e Sonic nas olimpíadas sempre se caracterizaram pela sua vertente acessível, através da qual as provas olímpicas são transformadas em mini jogos, que tanto podem ser desfrutados individualmente (uma boa parte deles), como colectivamente. A Sega Japan, como produtora, não perdeu de vista o alcance proporcionado pelos comandos revolucionários das consolas da Nintendo, aproveitando por isso para oferecer uma produto capaz de rivalizar com os party games criados pela Nintendo.

Depois da passagem pelos jogos olímpicos em Londres, estas são as segundas olimpíadas depois de Vancouver 2010, lançado em finais de 2009 para a Nintendo Wii. Em boa parte, estas olimpíadas em Sochi reaproveitam grande parte dos jogos que deram conteúdo à última edição. O elemento mais forte deste género tem sido precisamente a quantidade de mini jogos e a forma como estes, com mais ou menos realismo, criam uma experiência realmente convincente. É verdade que alguns deles se repetem, pois não há modalidades novas que o comité olímpico tenha acrescentado, pelo que acabam por ser os "dream events", programados especialmente pela produtora que formam as principais novidades. E embora os mini jogos de modalidades dos olímpicos de Inverno sejam os mesmos, há algumas novidades e acrescentos em certas regras, precisamente devido ao facto de o GamePad ser o elemento em destaque.

O lançamento é a parte mais complicada no curling, mas não dispensa um bom treino.

No entanto, isso não significa que estamos perante um jogo próximo de um Nintendo Land em termos de comandos e acessórios. Diria que o mais importante ainda é o bom Wii remote, na sua vertente plus obrigatória. Depois, o que há são várias configurações: GamePad e Wii remote, Wii remote e nunchuk, algo que vos obriga a pegar e pousar constantemente em comandos. Se tiverem a pulseira será sempre um alvoroço entre entradas e saídas do pulso. Mas devido à boa adaptação dos comandos aos jogos disponíveis, entre as oito actividades desportivas dos jogos olímpicos, que incluem o ski, snowboard, curling, entre outras, e os eventos de sonho, rapidamente descobrem que o jogo ganha através desta adaptação dos comandos a certas modalidades.

Uma delas, representativa desta boa adaptação, é a descida através do trenó. Nesta prova os jogadores servem-se do GamePad e utilizam-no como volante, acedendo aos gatilhos de modo a imprimir velocidade no arranque e algum "dash" nas curvas mais longas, enquanto procuram seguir a trajectória ideal. No ski, por exemplo, seguram o Wii remote e o nunchuck como se estivessem em posição de descida, usando-os como varas de modo a ganharem algum apoio em curva. É pena que a balança não tenha entrado como opção para o snowboard. Pelo menos como acessório opcional, permitiria mais algum realismo.

No canto inferior direito encontram sempre um indicador com a posição do vosso Wii remote, o que é uma mais valia nos mini jogos que requerem o acessório, já que isso vos permite perceber se estão a descrever o movimento dentro dos termos solicitados. O single match é a porta de entrada para os mini jogos, através da qual competem por medalhas e por pontuações máximas ou tempos recorde. No final, podem sempre optar por publicar ou não o vosso resultado nas tabelas de classificação mundial.

É possível tirar partido das acelerações finais.

Todos os jogos são antecedidos de um extenso (por vezes cansativo mas sempre imprescindível) programa de aprendizagem que envolve os diversos segmentos do jogo. Devido à sua estruturação em diversos segmentos, desde a partida, passando pelo miolo e experiência de jogo, até aos momentos finais, tudo isso é dissecado e facultado ao jogador como forma de treino antecipado. Mesmo que tenham jogado a versão anterior do mesmo jogo, valerá a pena gastarem tempo a treinar, pois não só encontram algumas variações como vos ajuda até a conseguirem melhores resultados.

A passagem para a alta definição e para uma consola mais potente melhorou claramente os visuais do jogo e a sensação de velocidade, principalmente nos jogos como o ski ou snowboard que envolvem descidas muito rápidas. A frame rate é boa e os efeitos visuais mostram-se mais realistas, apesar de não ser este um elemento determinante na experiência. O compromisso com os antigos jogos arcade da Sega é mais evidente nestes domínios e isso não podemos deixar de sentir quando estamos a fazer movimentos aéreos após um grande salto ou a tirar proveito das bandeiras instaladas nas montanhas quando descemos a toda a velocidade de modo a obter velocidade extra.

Entre as novidades encontra-se a patinagem artística, que veio acrescentar alguma diversidade de movimentos mas nem sempre com a melhor opção em termos de realização (embora os temas musicais escolhidos sejam memoráveis). O curling, apesar das suas regras específicas, até promove algum interesse. É claro que a afinação das estratégias através do GamePad desorienta mesmo os mais novos, mas no essencial e com alguma disposição é uma experiência profunda e interessante ao fim de um bom bocado de dedicação.

O dia das bruxas ainda não passou de moda.

Do lado dos Dream Events, alguns jogos merecem destaque e valem a pena. O objectivo passou por dar asas à imaginação e se nem todas as provas divergem totalmente das provas olímpicas, as variações são suficientemente apelativas para um desafio diferenciado. Os cenários oscilam entre temas da série Mario ou Sonic e as provas vão desde o ski até transportar uma bola gigante de neve para o buraco.

O single match perfila-se como o modo imediato no primeiro acesso ao jogo, mas para a hipótese de existirem mais jogadores em torno do televisor, a Sega Japan desenvolveu alguns modos a pensar justamente na experiência multiplayer numa vertente competitiva. Desde logo o Medley Mania, tal como o nome sugere, permite que o jogador elabore a sua lista de competições ou escolha uma das ramificações predefinidas. No modo acção e respostas, os jogos encontram-se adaptados ao esquema de perguntas, levando os jogadores a responderem e escolherem a resposta certa logrando determinado objectivo. É uma variação interessante. Já o modo lendas concentra parelhas de equipas em determinados pontos de competição, levando os jogadores a defrontar uma espécie de rivais fantasma das personagens seleccionadas. Por fim, o modo Worldwide Vs. alarga a competição à rede, no entanto estão limitados ao número de provas a realizar.

Na quarta edição de Mario and Sonic, a Sega Japan optou por dar continuidade às experiências recentes, mais precisamente aos jogos de Vancouver em 2010, quando a Sega lançou as primeiras olimpíadas de inverno. As comparações entre os dois jogos ainda são grandes, mas também é verdade que esta versão para a Wii U é melhor em termos visuais e mostra-se mais trabalhada em termos de interface, especialmente nalguns jogos. Um pouco mais elaborados e desenvolvidos por comparação com os jogos Wii Party, este Mario em Sonic deixa uma boa impressão, oferecendo interessantes argumentos para quem pretende uma experiência para vários jogadores.

7 / 10

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Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.
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