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Luke Cage S2 - O Herói de Harlem

Indestrutível por fora, mas e por dentro?

As séries Marvel produzidas pela Netflix nem sempre acertaram e é até fácil encontrar uma favorita e outra que não gostamos nada, provavelmente estará relacionado com o teu gosto criado nos comics. A grande maioria delas foram séries focadas em histórias de origem, narrativas que precisavam tirar das sombras personagens menos conhecidas do público geral e mostrar o que as faz levantar da cama quando acordam. Algumas conseguiram cativar do início ao fim, outras tropeçaram a meio e uma ou outra nem sequer chegou a levantar-se. No entanto, todas elas serviram esse propósito de estabelecer o mundo de cada um destes super-heróis sem poderes galácticos.

Depois de DareDevil e Jessica Jones, Luke Cage é o próximo herói da Marvel a receber uma segunda temporada na Netflix e a premissa é a mesma: construir sobre o que foi feito nessa primeira temporada focada numa história de origem. Se viste a primeira temporada de Luke Cage, já conheces a sua personalidade, já conheces o local onde ele habita e os valores que o levam a defender Harlem. Se também viste a série Marvel - Os Defensores, sabes em que ponto se encontra Luke - acabou de ajudar a cidade a libertar-se de uma poderosa organização criminal, conquistou a atenção dos media e público, mas também se tornou no herói de Harlem.

A segunda temporada começa com Luke Cage como essa figura protectora de Harlem, uma comunidade de Nova Iorque que sente o peso da injustiça e acredita que estava mais do que na hora de ser protegida. Conhecido como uma figura indestrutível e omnipresente à vista dos seus fãs, Cage enfrentará uma perigosa jornada nesta segunda temporada. Ele deseja usa o seu poder para dissuadir os criminosos a operar em Harlem e sente que precisa de estar sempre presente quando ouve o tocar da sirene, sem saber o quão ingénuo esse pensamento é e as dificuldades que encontrará em gerir os dois lados da sua vida.

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"Por fora nada o pode afectar, mas a segunda temporada lida com os conflitos no interior e o pesado legado que todos carregam".

A súbita popularidade, o estatuto de estrela perante o povo que protege e a sensação de ser um herói dá um gosto especial a Cage, que pretende acima de tudo valorizar os seus poderes. No entanto, existem criminosos que chegaram a Harlem e que não vão gostar nada de ver um herói a intrometer-se nos seus planos. No entanto, a Season 2 de Luke Cage sobe a parada com a combinação de novos actores e outros que regressam da Season 1, que te vão seguramente agarrar ao ecrã.

Além de Luke Cage, existe um outro nome muito conhecido em Harlem e cujo legado está enraizado naquele local - o nome Stokes. A Season 2 mostra como Mariah Dillard tenta preparar o futuro da sua família, tentando afastar-se do nome Stokes. Com a ajuda de Hernan 'Shades' Alvarez, tenta legitimizar o dinheiro obtido na venda ilegal de armas e afirmar-se como um dos pilares de Harlem. No entanto, essa ambição coloca-a numa rota de colisão com John 'Bushmaster' McIver, um novo criminoso com um plano misterioso que poderá ir além da simples expansão de território e negócios ilegais.

De forma inevitável, Cage ficará envolvido no meio deste negócio entre criminosos que ameaça toda Harlem e o seu desejo de se afirmar como o Herói de Harlem poderá causa problemas com outras pessoas na sua vida, como Claire Temple ou Misty Knight. Estas seis personagens são o pilar da Season 2 de Luke Cage e as responsáveis por criar uma temporada muito mais apelativa do que a primeira. Não mais é preciso perder tempo a explicar as personagens e o que se passa no mundo, já conheces os locais, como tudo funciona e até como estas personagens pensam.

Cover image for YouTube videoMarvel's Luke Cage: Season 2 | Clip: Luke Cage Carries the Weight of Harlem [HD] | Netflix

"Luke quer proteger Harlem, mas rapidamente descobrirá que salvar tudo e todos é um erro ingénuo".

Bushmaster é a grande novidade, a incógnita, e um bom vilão que terá uma maior profundidade do que poderás inicialmente pensar. Não é um vilão uni-dimensional movido somente pela ganância, existe algo em John McIver que o torna muito mais apelativo do que seria de esperar. Aliás, a grande maioria das situações ou cenas na Season 2 de Luke Cage é gerida com uma inesperada profundidade que lhes conferem mais impacto. Existem consequências, existem ligações que unem as personagens e a equipa de produção assegurou uma grande consistência ao longo da série. Foi essa solidez no argumento e como é mantida desde o primeiro ao último episódio que me acabou por prender.

Isso e uma forte sensação de estilo, especialmente pela música. Existem diversos realizadores ao longo dos diferentes episódios, o que inevitavelmente tornará uns melhores do que os outros, mas a Season 2 de Luke Cage consegue relembrar séries de outrora, séries que se preocupavam com uma união entre os seus diversos elementos. Desde os ângulos de câmara, o timing da música, a música em si e as cenas que embala, é perceptível que a Marvel se sentiu muito mais à vontade em explorar o mundo deste super-herói de cor e fiel à sua comunidade.

Se Mike Colter, como quem diz Luke Cage, Simone Missick como Misty Knight e Rosario Dawson como Claire Temple voltam a demonstrar o seu talento, Luke Cage Season 2 mostra Alfre Woodard a levar a sua Mariah Dillar a novos patamares e Mustafa Shakir a surpreender com o seu John 'Bushmaster' McIver. Estes dois últimos nomes são altamente importantes para a série e talvez arrisque dizer que são os seus dois pilares. Woodard em particular consegue uma prestação fantástica e que merece respeito. Se a sua personagem consegue conquistar o seu espaço numa série que tenta apresentar personagens com diversas camadas, é graças à sua representação. Já Shakir consegue destacar-se pela forma como torna o seu personagem convincente.

Luke Cage Season 2 conseguiu algo que nunca esteve ao alcance da primeira temporada, figurar como uma das melhores séries da Marvel e da Netflix. Pela força do seu estilo, da produção, da música, do toque especial dado a alguns momentos que combinam diferentes formas de expressar sentimentos ou emoções, a Season 2 consegue uma firmeza que me deixou rendido.

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Bruno Galvão

Redator

O Bruno tem um gosto requintado. Para ele os videojogos são mais que um entretenimento e gosta de discutir sobre formas e arte. Para além disso consome tudo que seja Japonês, principalmente JRPG. Nós só agradecemos.

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