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Linger in Shadows

Num mundo onde até os cães voam.

Existem bons jogos idealizados e criados a partir de demos técnicas, Linger in shadows não é um deles. Ainda durante o ano transacto tive o prazer de jogar Super Rub’a’Dub, um jogo criado através de uma simples demo técnica apresentada durante a E3, com vista a demonstrar o potencial dos sensores de movimento do Sixaxis. Mais do que uma demonstração, o “jogo do pato do Phil” revelou-se uma experiência divertida e sem precedentes.

Linger in Shadows não é carne nem peixe. Não é cão, nem gato. Em primeiro lugar não lhe posso chamar jogo, porque não o é. Seria correcto chamar-lhe experiência interactiva, mas também não o é. Então o que é Linger in Shadows? Não sei.

Na verdade, este “jogo” (ou seja lá o que for) é apenas uma experiência frustrante, resultante de um vídeo de demonstração das capacidades da Playstation 3. Experiência essa que poderia ter sido perfeitamente oferecida em formato vídeo mas, ao invés disso, foi transformada numa sequência de cenas de vídeo com cerca de meia dúzia de paragens sem nexo pelo meio.

Sempre que existe uma destas paragens, cabe ao jogador descobrir na cena em questão algo que o leve até à cena seguinte. Não me perguntem como é que isto se faz, pois é de uma forma completamente abrupta e quase involuntária que todo este processo se desenvolve.

Geralmente, a única interactividade aqui existente dá-se através dos sensores de movimento do comando, visto que ao abaná-lo a câmara segue a sua trajectória. Outras vezes a interactividade dá-se através dos botões do comando, uma vez que ao carregar nos mesmos as personagens mexem-se (!). Parece estúpido estar a descrever um jogo dizendo que “ao carregar nos botões as personagens mexem-se”, mas isto só demonstra a falta de interesse deste “jogo”.

Críticas ao modelo de “jogo” à parte, a verdade é que nem mesmo o vídeo em si faz sentido. Dou por mim a pensar – “No que raio estavam eles a pensar?”. Como é que é possível um jogo fazer tão pouco (ou nenhum) sentido. Nem como demo técnica este Linger in Shadows vale a pena pois é quase impossível testar ou avaliar o comportamento de sombras, luzes ou partículas.

Aqui não existe nada para fazer, é algo sem pés nem cabeça e, ainda que se revele um “jogo” interessante no ponto de vista artístico, este é um factor que está longe de perdoar a falta de imaginação e criatividade que afecta toda a experiência.

Linger in Shadows não é um jogo nem uma experiência, é apenas um vídeo de 6 minutos que pode ser visto quase na sua totalidade em qualquer trailer que esteja espalhado pela Internet. Chego à conclusão que o único atractivo a este jogo são os 5 troféus de prata que nos são concedidos após a visualização do vídeo.

Parece-me, a mim, que os troféus começam a servir como pretexto para vender jogos de qualidade inferior. Resumindo, são 3 euros por 16 troféus garantidos, valerá a pena?

2 / 10

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Ricardo Madeira

Contributor

É redator e dá voz à Eurogamer Portugal. É um dos mais antigos membros da equipa, e ao mesmo tempo um dos mais novos. Confusos? É simples.
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