Lego Star Wars: The Skywalker Saga - Regresso imperial
O maior e mais detalhado Lego Star Wars.
Após vários anos em desenvolvimento não sem passar por alguma turbulência, marcada por alegadas pressões sobre os programadores da Traveller's Tales, o novo jogo Skywalker Saga, da franquia Lego Star Wars, vai finalmente chegar ao mercado no próximo dia 5 de Abril. Trata-se do maior jogo da série alguma vez produzido, um Lego Star Wars de dimensão imperial, que verá finalmente a luz do dia após 5 anos de intensa produção. Foi preciso esperar por 21 de Janeiro de 2022, quando a produtora anunciou, finalmente, que o jogo seria editado no começo de Abril. Os fãs podem estar tranquilizados, até porque nós já passamos mais de uma hora a jogar Skywalker Saga, e o que temos a anunciar são impressões optimistas quanto ao sucesso de mais um Lego Star Wars, na linha do que os fãs estão habituados. A partir do dia 5 de Abril o jogo estará disponível para as consolas Xbox, PlayStation, Switch e PC.
Trata-se de uma série que conheço bem, já que a acompanho desde o jogo inaugural, de 2005, Lego Star Wars: The Video Game. Nestas quase duas décadas, a TT Games ampliou o seu leque de séries associadas ao logo oficial da Lego. Batman e Indiana Jones são algumas incursões notáveis, não sem deixar de acompanhar a evolução de Star Wars no cinema, que nos chega agora nesta versão alargada, com nada mais nada menos que as três trilogias da saga Star Wars. São nove filmes adaptados ao formato Lego Star Wars, com mexidas na jogabilidade, exploração de mundos, cruzamento de narrativas e segmentos orientados com maior liberdade de escolha, entre múltiplos mundos, personagens e coleccionáveis. A isto acresce uma tremenda banda sonora e o humor característico que a TT Games nos proporciona.
Tendo em conta a dimensão do jogo, assente em três trilogias, com nove filmes e 45 níveis ao todo, haverá particular interesse sobre as adaptações de The Last Jedi e The Rise of Skywalker, pela primeira vez vertidos em formato Lego Star Wars. Todos os filmes estão presentes e isso possibilitará um conhecimento imediato da saga Star Wars na sua extensão também pelos novos jogadores, uma audiência que a TT Games pretende ter em conta numa primeira linha. Com muitas vozes originais e audio extraído das bandas sonoras dos filmes e sonoridades originais, a franquia Lego acomoda o universo Star Wars na sua cabal extensão, numa luta colossal pelo lado da força. Quase vinte anos após o primeiro Lego Star Wars, a série não se reinventa, nem sai dos moldes a que produções mais próximas nos habituaram. É um jogo que os fãs imediatamente reconhecerão, mas após escavarem a superfície vão encontrar no interior desta colecção aprazíveis mudanças e desenvolvimentos.
Fidelidade na adaptação aos filmes
No acesso a esta preview de Lego Star Wars: The Skywalker Saga, num evento online criado pela WB foi-nos possível acompanhar inicialmente um vídeo de "gameplay" ao longo de quase uma hora e depois experimentar o jogo, especialmente no episódio IV, também ao longo de uma hora. Como referi atrás, é uma experiência que vem dar continuidade aos jogos anteriores da série Lego Star Wars, sendo que desta vez há significativas alterações a registar, algumas das quais aproveitamos desde já para elencar.
Com uma dimensão tão grande, proporcionada por nove filmes e 45 níveis integrados numa longa narrativa, é concedida margem de escolha na selecção dos episódios. A liberdade concedida em termos de escolha é relevante porque permite a qualquer jogador passar de um filme para o outro. De resto, assim que seleccionamos um episódio, imediatamente entram em cena as personagens. Embora com uma representação muito fiel do ambiente dos filmes, das cenas, personagens e mundos, o humor acaba por ser uma nota dominante, um esforço que a TT Games materializa em cenas hilariantes, nesse tal cruzamento da imagem risível das figuras Lego com muitas vezes o tom mais sinistro e escuro das personagens.
De salientar, assim que entramos em profundidade no episódio IV, A New Hope, o incremento na produção visual. O efeito da temática Lego ainda é dominante, no conjunto, tanto nas aeronaves e equipamentos espaciais, de grandes dimensões, no entanto com um grau de detalhe assinalável. As peças existem em maior número. Os mundos estão mais produzidos, há mais produção nos exteriores, mais objectos em movimento, seja através das criaturas ou por intermédio das construções. Nos interiores existem mais detalhes, mais coisas com as quais podemos interagir, mais peças para amealhar e consumir em coleccionáveis. É uma extensão e desenvolvimento realmente assinaláveis.
Num nível de A New Hope, acompanhamos a princesa Leia. A câmara está mais próxima, não tanto acima do ombro, porque ainda é uma personagem Lego, mas já não se afasta tanto ao ponto de parecer controlada à distância. Está assim mais perto da acção e fez sentido que o seja, já que o combate também recebeu algumas mudanças. Desde logo, através de um conjunto de golpes e bloqueios. O combate está mais cirúrgico, com combinações de ataque mas também de evasão. Com o sabre de luz, por exemplo, podemos bloquear, apontar e atirá-lo até na direcção do adversário. As batalhas um contra um reproduzem estas incidências. É-nos ilustrado este manancial de golpes através de uma luta em fases com Luke Skywalker. Não nos parece que seja mais difícil ou particularmente exigente controlar a personagem nestes moldes, mas acrescenta mais variedade e soluções ao combate e isso é vantajoso.
Liberdade de escolha na progressão dos níveis
Nos mais de 45 níveis que compõem a Skywalker Saga, destaque para a liberdade concedida ao jogador, em múltiplos momentos do nível, para sair do eixo narrativo e explorar o mundo, interagir com outras personagens e objectos e até aceder a combates e adquirir peças únicas para o seu sistema de evolução dentro da classe em que milita. Para além de poder mudar de personagem, experimentando outras que garantem acesso a zonas anteriormente inacessíveis, num passo que pode ser dado com um segundo jogador, através do modo cooperativo, há vários caminhos possíveis para chegar ao objectivo.
Os níveis possuem uma composição horizontal e vertical, cruzando caminhos e ligações, oferecendo em cada uma diferentes desafios, que podem ser cumpridos por mais do que uma personagem. Os combates com armas de fogo dependem muito de objectos e barreiras onde podemos encontrar uma defesa e estas barreiras nem sempre estão presentes. Como referi, a dificuldade não é um grande obstáculo. Se perderem a vida podem continuar a partir do mesmo ponto. O sistema de upgrades está bem implementado, ao ponto de permitir a melhoria de características como velocidade e força. As classes e as árvores de evolução também estão bem alargadas e se juntarmos isto às dezenas de personagens que podemos controlar, as possibilidades de escolha são quase infinitas.
O cruzamento de momento de acção, com exploração e puzzles está mais uma vez no auge. Diria que é nesta confluência de finalidades que encontramos grande parte do interesse em avançar pela campanha, para lá da liberdade típica de um "sandbox". Pelo que pudemos jogar, nos segmentos com peso narrativo, os puzzles e a acção proporcionam um alargamento da intensidade, com acção e pequenas subtilezas, enquanto que a descoberta dos mundos é maior quando entramos na fase "sandbox". Há todo o tipo de puzzles. Num momento temos que reparar uma nave espacial, manipulando muitas coisas, enquanto somos atacados por vagas de inimigos.
Ainda que limitados a explorar um nível de episode IV, pudemos ver alguns momentos de outros episódios, nomeadamente o Anakin Skywalker, em Episode III, num confronto com Count Dooku, uma batalha que ilustra bem o potencial de combate, com bastantes vagas de inimigos por perto a causarem dificuldade. A conjugação dos ataques com as evasões parece bem implementada, no entanto estas batalhas por fases criam um sentido especial de resistência e aproveitamento de oportunidade para esgotar a barra de energia do adversário. Destaque para as batalhas especiais do episódio VIII, com objectivos que passam por destruir as tie fighters imperiais, num acto de resistência. Também neste âmbito é dada variedade de exploração e partilha de quests opcionais.
A TT Games tem em Skywalker Saga o maior jogo da série Lego Star Wars. É um jogo grandioso, com 45 níveis a somar a áreas de grande densidade que levam o jogador a perder-se em missões secundárias e a reunir outros coleccionáveis, entre as dezenas de personagens. É o maior roster de personagens criado para um jogo da série Lego, entre as personagens principais e as suas variantes. Capaz de agradar tanto a fãs, veteranos da Lego, ou Star Wars, os novatos também terão pela frente uma experiência massiva. Perspectiva-se como o jogo definitivo da Lego Star Wars.
O Eurogamer Portugal foi convidado pela Upload Distribution, representante da Warner Bros. em Portugal, a participar num evento de apresentação de Lego Star Wars: The Skywalker Saga, composto por uma apresentação em vídeo e uma posterior sessão na qual experimentamos o jogo.