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Kirby's Return to Dream Land Deluxe - Regresso aonde Kirby já foi feliz

Parque temático.

Eurogamer.pt - Recomendado crachá
Regresso a uma aventura divertida, esfuziante e clássica de Kirby, com uma campanha complementar em moldes diferenciados e um parque temático repleto de mini-jogos.

Ainda com a mais recente aventura 3D da popular bolha rosa da Nintendo nas nossas mentes, no seguimento do lançamento de Kirby’s Forgotten Land, há menos de um ano, eis-nos perante uma espécie de regresso ao passado com a remasterização de Kirby’s Adventure Wii, como ficou denominado em territórios PAL. A Switch tem assistido à reedição de jogos lançados noutras plataformas, sejam Wii ou Wii U. Veja-se que sem um novo Mario Kart, ainda é a versão Mario Kart 8 Deluxe que quase dez anos depois da estreia na Wii U ainda está entre os jogos mais vendidos para a híbrida da Nintendo.

Kirby passa por um tratamento não muito diferenciado nessa recuperação, ainda que com a vantagem de uma nova aventura em 3D no horizonte. Curiosamente, tanto Forgotten Land como Kirby’s Adventure Wii (2011), são jogos que ainda não joguei, o que me coloca nessa posição de preencher algumas lacunas na evolução e sistematização da série. Em Return to Dream Land Deluxe temos esse formato de side-scroll horizontal 2.5D, numa aventura que ficou marcada por um regresso às origens da série, depois de exploradas nem sempre com o mesmo grau qualitativo os jogos Kirby’s Epic Yarn e Kirby Mass Attack.

O multiplayer cooperativo de 4 jogadores (na mesma consola) é sempre caótico

Este ano o Hal Laboratory deu-nos a mesma receita dos spin-offs, com Kirby’s Dream Buffet, a bolinha rosa refastelada sobre um conjunto delicioso de sobremesas e doces capazes de fazer água na boca. Muitas vezes estes títulos fora da linha principal da série adicionam algumas ideias interessantes, funcionando com qualquer temática da mesma maneira que Epic Yarn trouxe as linhas e fios de algodão, brincando com cenários fofos, quentes e adoráveis. Kirby vive e projecta-se nesses imaginários agradáveis, recheados de boas sensações, adquirindo poderes dos rivais de modo a enfrentar hordas de inimigos também eles ternurentos, ou pelo menos com uma configuração que os torna simpáticos e algo amigáveis.

Uma aventura de base sólida entre outras atracções

Talvez porque Kirby é capaz de flutuar e avançar pelo ar ao engolir doses massivas de ar, transformando-se numa espécie de balão, ao mesmo tempo que é uma personagem doce, fofa e imediatamente tentadora de controlar por pequenos e graúdos, os seus jogos nunca ofereceram picos de dificuldade. Seguramente, os primeiros jogos desenvolvidos em 8 e 16 bits são mais árduos, mas na aproximação à alta definição parece que a dificuldade em ultrapassar as plataformas se esbate, na tentativa de alargar a base de jogadores, chegando ao voto dos mais novos.

Return to Dream Land está de volta para uma aventura que pode ser jogada a “solo” ou até 4 jogadores, na mesma consola, em modo cooperativo. A construção dos níveis e a estrutura singular ou multiplayer, recorda-nos essa incursão em New Super Mario Bros e New Super Mario Bros U. Curiosamente, Kirby’s Adventure começou por ser desenvolvido ainda no tempo da GameCube, na qual deveria ter estreado. A produção, no entanto, não chegou a bom porto e acabou por transitar para a Wii, plataforma na qual foi lançado. A nossa análise a essa aventura por terras de Dream Land pode ser lida por aqui. Mais de 10 anos depois, o ecrã da Switch, no formato Oled, permite um aspecto ainda mais colorido e toda a arte e construção dos níveis, em 2.5D, mostra-se impecável, qualidades que voltam a merecer destaque nesta versão Deluxe que aprimora e adiciona mais conteúdos ao original.

Habilidade Mecha permite a Kirby controlar o espaço aéreo.

No fundo é uma versão que se materializa com uma aparente simplicidade, como uma decorrência lógica da entrada numa nova consola, uma versão melhorada, com mais habilidades entregues a Kirby, jogos competitivos e cooperativos e uma espécie de parque recreativo, a Magolândia, um colorido e profundo parque temático onde é possível experimentar uma série de mini-jogos exclusivos, em confrontos porventura inesperados, uns mais rápidos outros mais demorados, mas bem gizados ao ponto de funcionarem quase como uma alternativa à campanha. De início esta componente encontra-se fechada e só mediante a evolução dentro da aventura o acesso é concedido. Muitos adversários ficam depois disponíveis para confronto nessa praça da Magolândia que vai ficando cada vez mais preenchida. As máscaras como bónus funcionam como um atractivo da personalização, numa adição algo humorística.

A apoio a Magolor

O avanço de Kirby pela Dream Land faz-se por territórios bastante diversificados. Depois do despenhamento da nave espacial de Magolor, as peças (rolamentos/esferas), asas e outras secções do aparelho espacial estão espalhadas por um vasto território. Cabe a Kirby e seus amigos encontrar todas as peças e permitir a Magolor regressar à sua viagem interestelar. Nesta campanha os níveis são suficientemente elásticos, por vezes gigantescos. Se as três primeiras grandes áreas são relativamente fáceis de completar, à medida que nos aproximamos do final do jogo a tarefa vai ficando mais desafiante, especialmente se queremos descobrir e vasculhar áreas secretas, onde se encontram as tão preciosas esferas. Algumas estão na posse dos adversários e só podem ser obtidas depois de um confronto. Estas batalhas nunca são muito árduas, já que as habilidades e poderes de Kirby, quase sempre disponíveis antes da batalha, tornam a tarefa mais fácil e o indicador de saúde de Kirby é suficientemente elástico para acumular alguns erros. A dificuldade está em descobrir todos os recantos proporcionados em cada nível.

A jogabilidade é a típica, com os movimentos de Kirby a consistirem no tradicional passo acelerado, salto e capacidade de flutuação e voo, ao mesmo tempo que aspira e absorve inimigos, podendo cuspir muitos desses objectos, nomeadamente na forma de estrelas que podem causar danos nos rivais ou então metamorfoseando-se numa personagem investida com os poderes e armas dos inimigos. Além disso, existem estrelas especiais do tipo Mecha e Sand, que conferem as habilidades de um robot com “jet pack” e um conjunto de ataques com areia. Estas habilidades estão bem desenhadas e produzem efeitos visuais de grande alcance. São mais de vinte e de tal modo diferenciadas que chegam mesmo a ser surpreendentes. O seu uso é de grande simplicidade, a tal ponto que é um regalo eliminar aqueles inimigos da área. Já as super habilidades possuem propriedades mais destrutivas e causam uma espécie de limpeza/destruição no cenário. A espada Ultra é capaz de destruir todas as plataformas, enquanto a chama monstro queima grandes porções de madeira.

O mais rápido a tocar no adversário, vence. Um dos jogos na Magolândia

Na prática, os poderes são muito variados, ao ponto dos longos níveis conjugarem mais do que um poder, embora quase sempre Kirby assuma uma espécie de ascendente sobre os rivais, ao ponto de dar a sensação de partir com uma vantagem. Embora os primeiros níveis sejam algo simples, a sensação de desafio não se perde. A física é boa, há muitas animações e mais parece que estamos dentro de uma animação bastante fluida e carregada de explosões, embates e várias acções em curso. O bestiário também é agradável, com algumas “boss fight” intermédias antes da grande batalha final. A diversidade de inimigos e as inusitadas situações em que muitas vezes os encontramos também concorrem para injectar uma certa frescura ao longo da campanha.

A solo ou em modo cooperativo

A aventura em Dream Land pode ser jogada e terminada a solo, mas a qualquer altura é possível acompanhar outros jogadores, até quatro, seleccionando personagens diferentes, nomeadamente o Rei Dedede e Meta Knight, entre outros. O resultado é uma experiência mais caótica mas segura na hipótese de mais coisas acontecerem ao mesmo tempo no ecrã. A fluidez da acção, com tantas personagens em cena, não cede, mesmo nas “boss fights”. É interessante verificar a interacção possível entre várias personagens, com golpes articulados, por exemplo, usando uma personagem às costas para ataques especiais ou cuspindo um deles como se fosse um projéctil arremessado a um inimigo.

Talvez a pensar nos jogadores menos habituados aos jogos de plataforma, como forma de incentivo, a ajuda dada por Magolor, ao evitar as quedas nos precipícios ou através de objectos de recuperação de saúde, são algumas soluções encontradas para evitar situações dramáticas, mas esta parece ser uma via indicada apenas para quem se encontre a jogar pela primeira vez. A campanha na qual controlamos Magolor, numa sub-aventura pela sua recuperação de poderes mágicos, produz um desafio complementar, sem recurso às habilidades cópia de Kirby e dependente da perícia do jogador em defrontar vários e novos inimigos com recurso a outras propriedades mágicas. É uma óptima extensão da campanha principal, uma sequência ainda significativa que se prolonga por 20 bons níveis.

Ainda não joguei Kirby’s Forgotten Land, a primeira aventura em 3D desta adorável personagem, assim como não joguei esta aventura no formato original para a Wii. Mas visando aqui um regresso às origens, esta versão Deluxe oferece mais conteúdo e uma definição mais contrastante e colorida das personagens e dos mundos apresentados. As habilidades cópia são mais uma vez o ponto alto desta aventura, ao surtirem muitos efeitos e possibilidades de golpes, conjugadas com uma imensa extensão em níveis e mini-jogos, muitos destes contemplados na Megolândia mas também na nave de Magolor. Se Forgotten Land nos ofereceu espaços e mundos abertos em 3D, aqui o regresso às origens devolve-nos ao brilho e profundidade do 2.5D dos níveis apresentados em múltiplos segmentos.

Prós: Contras:
  • Super habilidades
  • Mini jogos na Magolândia
  • Aventura complementar de Magolor
  • Melhor contrastes e mais cor
  • Fluidez de acção
  • Acessível a todo o tipo de jogadores
  • Até 4 jogadores em modo cooperativo
  • Coleccionáveis e máscaras de personalização
  • Grau de dificuldade é inicialmente baixo
  • Ajuda de Magolor desnecessária

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Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.
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