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Kingdom Hearts 2.5 HD ReMix - Análise

O regresso dos zippers e cabelos espetados em HD.

Quando falamos em Disney, lembro-me o quão feliz ficava só de poder ver os filmes na versão portuguesa e cantar juntamente com as personagens. A típica menina. Sabia as falas de cor e inventava sempre uma forma de me caracterizar como uma das aventureiras pela casa fora. Os anos passaram e mesmo crescendo, nunca deixei de adorar a animação e a forma como as histórias eram contadas, exibidas tanto em 2D como em 3D.

Uns anos mais tarde, já estava eu a atravessar a minha adolescência, e portanto outros mundos por descobrir, encontro por mero acaso na Toys R Us, um jogo (na altura da SquareSoft e da Disney) que misturava personagens cheios de cores, zippers e cabelos espetados, juntamente com personalidades caricatas cheias de vivacidade. Foi a primeira vez que descobri o que era um RPG. Uns tempos depois percebi também que seria o tipo de jogo com o qual me identificaria: um pouco de cell shading, uma história bastante emotiva que nos prende, batalhas em combate real, uma interface simples e apelativa, e uma bruta banda sonora. Poderia indicar muitas outras qualidades sobre o efeito que os RPG's têm sobre mim, no entanto não é sobre isso que venho aqui venho escrever.

Como muitos amantes de RPG's sabem, a Square Enix - para compensar a excessiva espera por novas informações sobre o próximo KH - quis aliciar-nos com um segundo remake em HD.

Uma das principais razões pela qual todos os fãs estavam à espera deste KH 2.5 era, para além dos gráficos em HD que já tínhamos visto no 1.5 HD ReMix, mais das novas cutscenes que na altura só tinham saído no Japão. Lembro-me quando o Final Mix estava finalmente a correr o mundo, com novas informações acerca da misteriosa Organização XIII, que tanto nos questionamos sobre suas intenções, dado que pela Europa ainda nada nos chegava a não ser as cutscenes em japonês.

Mais novidades são a nova coloração que veio adicionar mais vivacidade ao HD do jogo - esta terá sido logo das primeiras coisas que me saltou à vista mal comecei o KH2, pensando que a roupa do Roxas tinha sido repensada a nível de cores; podem ainda ter o prazer de derrotar todos os membros da Organização neste jogo (ou seja todos aqueles que já vinham desde o Chain of Memories, que para quem não pôde experimentar, já estão disponíveis para lutar, espalhados pelos vários mundos do jogo). Para melhorar ainda mais o entusiasmo, não posso deixar de referir a banda sonora - um dos elementos que mais me marcou neste jogo - e que agora está completamente reorquestrada e deu um poder sobre os mais variados mundos e situações vivenciadas no Kingdom Hearts. Algo inédito.

Ainda no mesmo âmbito, para além da nova lista de bosses, de novas keyblades (todas elas do Final Mix), da banda sonora reorquestrada, da nova coloração, cutscenes novas, o suporte para os troféus na PS3, e resolução em HD, vão poder explorar salas secretas que outrora não existiam, e há uma nova transformação do Sora - a Limit Form - onde este ganha novas habilidades com o fato completamente redesenhado do primeiro jogo. Por fim há ainda um mini jogo adicionado onde podemos coleccionar as coroas do KH espalhadas pelo mundo para completar os puzzles que equivalem a imagens da saga da Square e da Disney. Há ainda no fim do jogo, um boss secreto - Lingering Will - onde Sora terá de usar toda a sua força e habilidades para derrotar a armadura de um dos elementos do jogo do Birth By Sleep.

Passando para o Birth By Sleep, os fantásticos gráficos HD vistos agora na PS3 foram o que me chamaram mais a atenção. Houve uma melhoria no controlo da câmara à semelhança de Kingdom Hearts Final Mix HD - onde se pode controlar a câmera no analógico direito. Para mim há uma diferença a nível de jogabilidade comparativamente aos outros - este foi de todos o que mais gostei, dado que achei mais complexo: juntando um novo Command Style para o trio do jogo que se obtém depois de completar o Sticker Album, mais novas cutscenes, keyblades adicionais, algumas músicas reorquestradas também, novas missões contra os Unversed (que por sua vez também tiveram uma adição de cores), uma pequena alteração das batalhas na Mirage Arena que de Multiplayer passou para Single-player, também um boss opcional e ainda a oportunidade de jogar o Secret Episode que tem 1h hora a mais do que o jogo original. E claro, para quem não pôde acompanhar a história - uma vez que saiu originalmente para a PSP - pode agora ficar a par dos acontecimentos passados relativamente a toda a saga do jogo.

Por fim, temos as cutscenes de 3 horas em HD do RE: Coded - o único aspeto positivo que se destaca são os eventos adicionais que ocorrem e que não foram vistos no jogo original - ou seja para além das cutscenes habituais, este também trouxe mais cutscenes dos mundos da Disney e narrações feitas pelo Mickey, battle scenes e mais reports das personagens. Incluíram ainda uma cutscene que está relacionada com o jogo de PC que saiu ainda apenas no Japão - Kingdom Hearts X; e um secret ending, também ligado aos eventos posteriores do último jogo que saiu para a 3DS - Kingdom Hearts 3D: Dream Drop Distance.

"Estes remasters são sem dúvida a melhor e a mais fiel cópia dos originais"

Falando no geral, esta colectânea que saiu tem mais prós do que contras, se bem que podiam ter modificado algumas pequenas coisas que fariam a diferença. Terem colocado o nível de dificuldade "Critical Mode" nos jogos torna-os mais aliciantes, dado que os comandos de reacção no KH2 fizeram-no muito fácil de jogar. Algo que não me agradou é que depois de gravar o progresso, e sempre que ia lutar contra um boss ou fazer grinding nos mundos e perdia, nunca fazia um respawn perto dessa área. Mesmo para começar novamente a lutar contra o boss, somos obrigados a reviver o momento novamente.

No BBS os loadings são enormes comparativamente ao jogo original, o que pode fazer com que se perca um pouco o entusiasmo conforme avançamos no jogo, influenciando muito as transformações ou os ataques mais poderosos nas batalhas devido aos loadings. Quanto ao Re:Coded, presente apenas num formato de cinemáticas, parece-me que este jogo não tem muita relevância para a história, mas a não ser que estejam mesmo interessados, há sempre a possibilidade de procurar a história na Internet ou jogar a versão da Nintendo DS.

Para os jogadores que nunca tocaram neste universo e que queiram conhecê-lo antes do lançamento de KHIII, estes remasters são sem dúvida a melhor e a mais fiel cópia dos originais que alguma vez pude jogar. Confesso que é o meu "guilty pleasure" e divirto-me imenso sempre que pego nesta saga, mesmo sendo toda a sua história sendo confusa, o que pode gerar alguma controvérsia nos jogadores. Penso que foi assim mesmo o que os produtores idealizaram, despoletando uma divergência de opiniões entre os fãs, dado que o último jogo desta saga está para sair e ainda há muito suspense no ar quanto ao que se avizinha.

8 / 10

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Sobre o Autor

Ana Branquinho

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