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Kid Icarus: Uprising - Análise

Permissão para voar aprovada.

Não é mentira nenhuma que a Nintendo 3DS não teve um bom começo, e o catálogo de jogos inicial não ajudou propriamente a erguer a nova portátil da Nintendo. Mas pouco a pouco, jogos mais apelativos foram sendo lançados, e com a mascote mais popular da Nintendo a aparecer em força na portátil com Super Mario 3D Land e Mario Kart 7, a 3DS explodiu nas vendas.

No entanto, pensar que as consolas da Nintendo resumem-se ao carismático canalizador é um erro. Embora faça maravilhas, a companhia japonesa tem no seu armazém uma grande variedade de jogos que pode ir buscar se bem lhe entender. Kid Icarus é um dos jogos que esteve desaparecido durante muito tempo e que regressou na E3 de 2010 durante a apresentação da 3DS e que deixou o público encantado.

Kid Icarus: Uprising é um dos títulos mais aguardados para a 3DS, não só porque é o regresso de Pit e Medusa, mas porque tem um aspeto fantástico e é a primeira vez para a série no campo tridimensional. O processo de transição do 2D para o 3D pode ser complicado e resultar num desastre. Kid Icarus: Uprising, felizmente, conseguiu efetuar com sucesso a transição, mal-grado a jogabilidade que é o ponto negro do jogo.

A jogabilidade não é forma alguma intragável, mas sem dúvida que não é o ideal. Como a 3DS não tem um segundo botão deslizante, foi necessário atribuir a função de controlo de câmara ao ecrã tátil e stylus. O resultado é terem que segurar a consola só com o mão e controlar a câmara com a outra. Inevitavelmente vão acabar por ficar com o braço esquerdo cansado mais rápido do que devia.

Os primeiros 15 minutos do regresso de Pit e Palutena.

O suporte para a 3DS que vem incluído na caixa de Kid Icarus é algo necessário, não pensem que é algo tipo de bónus. Dado que como estão a segurar a consola só com o mão, há uma grande instabilidade e a consola treme, e se estiverem com o 3D ligado torna-se desconfortável. O suporte serve precisamente para jogarem com o efeito 3D ligado sem problemas, mas também é inconfortável porque vão acabar com uma dor de costas. E há ainda a questão de portabilidade, o suporte serve unicamente para jogarem em casa ou outros locais com uma mesa.

Depois de algumas horas, acabamos por ficar habituados aos controlados, apesar de estranheza inicial. Mas há sempre um desconforto que permanece e esta-se constantemente a mudar de posição enquanto se joga numa tentativa de procurar o conforto. O que me deixa perplexo é a existência do Circle Pad Pro ter sido ignorada. Kid Icarus poderia usar o acessório lançado para a 3DS com Resident Evil Revelations para oferecer uma melhor jogabilidade. Em vez disso, o Circle Pad Pro serve apenas para controlarem pit e dispararem com a mão direita em vez da esquerda.

Agora que já posemos de lado a pior parte, podemos falar finalmente das muitas coisas fantásticas de Kid Icarus Uprising. Visualmente é um dos jogos mais belos da 3DS com uma apresentação bem cuidada e cenários/ambientes mágicos capazes de fazer inveja aos melhores jogos de fantasia em qualquer portátil. O maravilhoso trabalho que a Project Sora fez em transformar um clássico 2D aos padrões atuais merece ser reconhecido. Graças a esse trabalho, Kid Icarus regressa com toda a sua magia e um design de personagens capaz de conquistar tanto os mais novos como os mais graúdos.

O efeito 3D torna tudo mais vivo e faz toda a diferença nas secções de voo, em que a profundidade se torna relevante para percecionarmos a que distancia se encontram os inimigos e sentirmo-nos no papel de Pit enquanto este voa por desfiladeiros apertados ou pelo meio das nuvens que escondem a paisagem vertiginosa cá em baixo.

Kid Icarus: Uprising é um renascer de um grande clássico, mas as características retro continuam bem visíveis na sua divisão em vários níveis, e tendo cada um deles uma pontuação no final. Com as suas personagens de cara simpática, exceto claro os mauzões, Kid Icarus é enganador, este é um jogo para quem procura desafios. A moeda de troca são corações (ganhos durante os níveis ao eliminar inimigos), que depois servem para apostar em dificuldades mais elevadas. Quanto maior for a dificuldade maior será o número de corações que terão de apostar. Se perderem, parte dos corações apostados vão à vida.