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Invencível é uma das melhores séries de super-heróis em qualquer serviço de streaming

Aposta da Amazon Prime Video é incrível.

Sim, eu sei que a primeira temporada de Invencível terminou no final de Abril, mas somente agora tive a oportunidade de subscrever ao Amazon Prime Video e a primeira incursão pelo seu catálogo foi com esta série de animação e não me arrependi. Pelo contrário, fiquei completamente rendido ao trabalho executado pela Skybound Entertainment nestes primeiros 8 episódios e estou ansiosíssimo pela segunda temporada. Talvez nem sequer tivesse o direito a ficar surpreendido com a qualidade de Invencível, basta olhar para os nomes associados à criação da banda desenhada que dá origem à série de animação e aos nomes dos atores que dão voz aos personagens. É muita pessoa com imenso talento. No entanto, a premissa e o tom apanharam-me completamente desprevenido.

Invencível começou em 2003 na Image Comics, criada pelo escritor Robert Kirkman e o ilustrador Cory Walker, apesar de Ryan Ottley ser o ilustrador mais facilmente associado à obra, uma vez que foi responsável pela arte de 127 dos 144 números totais de Invencível, ao longo de 18 anos. Confesso que passei completamente ao lado da banda desenhada, mas quando soube que Ottley estava envolvido (um nome que conheci e admiro pelo seu trabalho na recente série Amazing Spider-Man de Nick Spencer) não tinha como a deixar escapar. Foi precisamente por Invencível que decidi subscrever ao Amazon Prime Video e enquanto me preparo para explorar o resto do catálogo, não consigo deixar de sentir que comecei de forma estrondosa.

Invencível começa com um tom que facilmente nos remete para os desenhados animados de Sábado de manhã, um conceito tão anos 80 e 90 que entretanto se perdeu quase por completo devido aos serviços de streaming e à possibilidade de ver os conteúdos à hora que quiseres. Quem cresceu nos anos 90 sabe bem qual é a sensação de acordar cedo para começar a ver as Tartarugas Ninja, Os Ratos Motoqueiros de Marte e muitas outras. Seja na estética, vozes e atmosfera, Invencível captura na perfeição essa sensação e apesar disso durar do primeiro ao oitavo episódio, está longe de ser uma familiar e habitual série de animação. Muito pelo contrário, é uma série cuja estética poderá enganar inicialmente.

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É difícil falar de Invencível, especialmente tendo em conta o quão adorei a série e o quão ansioso estou para ver a segunda temporada (sim, no entretanto estou a rever os atuais episódios, vou começar a ler a BD e estou a escrever isto) sem falar de spoilers, mas uma vez que as surpresas são cruciais para o teu desfrutar da série, vou ter o máximo dos cuidados. Se o intuito deste artigo é encorajar-te a ver Invencível, não seria de forma alguma justo estar a estragar-te os grandes momentos que te vão deixar colado a esta eletrizante perspetiva sobre realidades onde seres incrivelmente poderosos vivem entre os comuns mortais.

Invencível bebe imenso do universo da DC Comics e de diversas formas parece que Kirkman (sim, o criador de The Walking Dead) decidiu divagar por sátiras que abordam alguns dos maiores personagens, conceitos e clichés do universo de Super-Homem, Batman, Wonder Woman e muitos outros. A sinopse de Invencível é bem simples, "Mark Grayson é um jovem de 17 anos e o seu pai, Nolan Grayson, é Omni-Man, um super-herói e o ser mais poderoso no planeta Terra. Prestes a completar 18 anos, Mark está ansioso pelo despertar dos seus poderes para aprender com o seu pai a lutar pela justiça." Tudo muito simples e aparentemente dócil, mas como referi, Invencível é surpreendente pela sua violência e brutalidade, em conjunto com as reviravoltas surpreendentes. As temáticas são muito similares, mas a execução irreverente e feroz.

Invencível dá-te a conhecer desde cedo alguns vilões e os grupos que os travam. Facilmente sentirás que Kirkman criou uma espécie de Super-Homem que está à espera de ver o seu filho ganhar poderes para o ensinar a defender o bem. No entretanto, grupos equivalentes à Liga da Justiça, Jovens Titãs e outros, sabem que são muito menos poderosos do que esse extraterrestre que se apaixonou pela Terra e a decidiu proteger, mas fazem o melhor que podem para contribuir e salvar o dia. Como seria de esperar, existe imensa sátira a personagens de outros universos e um toque de brincadeira com conceitos atribuídos aos dramas dos millennials.

No entanto, onde Invencível te vai surpreender é pelas narrativas que surgem e se cruzam de formas inesperadas. Além de assistir ao surgir dos poderes de Mark, que tenta gerir a vida normal no liceu com a possibilidade de entrar para uma espécie de disfuncionais "Jovens Titãs", também verás o "Super-Homem", quero dizer, Omni-Man a defender o mundo e como o governo dos Estados Unidos desfruta de tecnologia incrivelmente avança para ajudar os super-heróis, especialmente a "Liga da Justiça" deste universo. No entanto, quando um horrível e violento crime é cometido por uma figura misteriosa, a investigação que se desenrola será igualmente importante para Mark e todo o planeta.

Tentar descrever o enredo da primeira temporada de Invencível sem realmente o poder relatar é um pouco complicado e espero estar a conseguir entusiasmar-te, mas a verdade é que os segredos são mesmo muito importantes. Está longe de ser mais uma série de animação de Sábado de manhã, Invencível é muito mais do que isso, é extremamente violenta, tem imenso estilo, a arte é sensacional na tentativa de recriar o traço de Ottley e manter esse tom tão característico de outras eras, enquanto a banda sonora conta com músicas licenciadas de grande efeito.

Invencível está repleto de momentos que te vão deixar em choque, com a boca aberta e ansioso por obter respostas. É por isso que assisti em dois dias aos 8 episódios, cuja duração ronda entre os 42 e 49 minutos. Além disso, com nomes como Steven Yeun, Sandra Oh, J.K. Simmons, Zazie Beetz, Mark Hamill, Clancy Brown, Jon Hamm, Mahershala Ali e Ezra Miller, entre muitos outros, sabes desde logo que a Skybound recrutou talento de grande qualidade. É também importante ter em conta que o estúdio pertence ao próprio Kirkman e uma vez que o criador da obra foi responsável por adaptar alguns dos episódios e foi peça fundamental nos trabalhos, sabes que a fidelidade está mais do que garantida.

Resta ainda terminar com um elogio para a qualidade dos visuais e animações. Apesar de um ou outro momento mais básico, Invencível conta com arte de grande qualidade e animações sensacionais. As lutas violentas ganham muito mais impacto graças ao trabalho de animação e a arte permite assistir a momentos de belo efeito visual, especialmente nas cenas aéreas. Invencível é ainda uma série repleta de bom humor e alfinetadas sendo uma das poucas séries de super-heróis que recomendo facilmente.

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Sobre o Autor
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Bruno Galvão

Redator

O Bruno tem um gosto requintado. Para ele os videojogos são mais que um entretenimento e gosta de discutir sobre formas e arte. Para além disso consome tudo que seja Japonês, principalmente JRPG. Nós só agradecemos.
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