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Infinity Blade II - Análise

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Foi em Dezembro de 2010 que a Epic em conjunto com a Chair Entertainment nos deu a conhecer aquele que é atualmente considerado com o Halo dos jogos móveis, o Infinity Blade. Fugindo do tradicional esquema de jogos casuais e "simples" que de certa forma se tornaram a face dos jogos iOS, a Epic/Chair brindou-nos com uma experiência que começou inicialmente por reunir as atenções devido ao uso do Unreal Engine 3 nos sistemas da Apple. Tornou-se por mérito próprio num título de alto perfil que nos oferecia um esquema altamente simples e intuitivo, fácil de assimilar, mas com suficiente profundidade para cativar os jogadores a longo prazo. Neste RPG de ação on-rails a sua estrutura de infindável repetição foi um dos seus principais pontos de crítica, afinal a experiência durava cerca de 10/15 minutos em constante repetição. O incentivo era subir de nível, melhorar os atributos do personagem e recolher novos itens.

A estrutura repetitiva e a curta duração fez com que muitos o considerassem mais como uma demonstração técnica a demonstrar o poder dos sistemas iOS para sustentar o Unreal Engine 3. Quem se deixou cativar pela mais do que competente jogabilidade foi ao longo dos meses que seguiram o lançamento brindado com várias atualizações que reforçaram e aprimoraram Infinity Blade dando-lhe mais longevidade e diversidade. Atualmente Infinity Blade II, acabado de chegar, é já um produto que demonstra bem como o primeiro devia ter sido e como a comunidade pode ter ajudado a torná-lo melhor.

Depois de passar pelo mundo das novelas escritas, com Infinity Blade: Awakening, Infinity Blade continua a pavimentar o seu percurso de luxo no mundo dos jogos móveis com esta sequela. Se já era uma referência, um produto de qualidade distinta num mar de produtos que copiam outros já existentes, e um produto com características singulares, Infinity Blade II surge agora como um produto mais robusto e mais completo com elementos que o elevam automaticamente para um patamar bem superior. É sem quaisquer dúvidas aquele título que vão querer usar para mostrar o poder do vosso sistema iOS.

A sequela tenta logo de imediato corrigir um dos principais problemas colados ao primeiro, a ausência de história, pelo menos compreensível e no sentido tradicional, cuja ausência muito ajudava a dar-lhe o tom de demonstração técnica. O jogo tem início numa espécie de sequência introdutória com o seu tutorial. Aqui, numa espécie de jardim botânico Japonês, o jogador é acompanhado de uma outra personagem e ambos, em diálogo, conversam sobre a sua missão e dão-nos um enquadramento sobre o que se passou no primeiro. Esta componente encontra-se bem mais satisfatória do que no primeiro e apesar deste esforço para a aprofundar, a história não chega a "intrometer-se" na experiência de jogo e a forma como a Chair soube melhorar um elemento sem este incomodar o outro é satisfatória.

Logo aqui temos uma grande demonstração de como os visuais estão espantosos e um toque acima do anterior. É sem qualquer dúvida o melhor jogo em termos visuais presente nos sistemas iOS e uma estrondosa demonstração do que o aparelho nas vossas mãos é capaz de fazer. A diversidade em termos de cenários é maior e os efeitos tradicionais no motor, principalmente vistos nas consolas caseiras, voltam a marcar presença. É uma componente de luxo que é agora elevada tanto em termos dos titãs como dos ambientes e respetivos efeitos.

Estes visuais estão a patrocinar uma jogabilidade que se enquadra nos moldes do primeiro mas numa versão evoluída. A Chair aplicou um grande esforço para moldar os detalhes assim como os pormenores e temos agora controlos com melhor resposta e uma maior profundidade nos elementos que rodeiam os combates. Existe agora mais uma opção para dodge e enquanto o uso do escudo permanece praticamente igual, o uso do sistema parry está agora mais fácil com janelas de tempo de resposta maiores para permitir um bom desfrutar de todo o tipo de armas em Infinity Blade 2.

Isto porque na sequela a Chair introduziu a possibilidade de usarmos armas normais, armas mais pesadas e ainda o uso de duas armas ao mesmo tempo, que após três goles encadeados permitem iniciar um combo bem poderoso. Para compensar a privação do escudo, a Chair tornou os parry muito mais acessíveis e o timming para os combos é essencial pois falhar um não nos permite aceder ao dual-wielding e investir dano largamente superior. As formas de jogar Infinity Blade II são alargadas e a profundidade valorizada pois enquanto uns preferem recorrer ao escudo, outros vão apostar no dodge e no parry para defletir os ataques antes de iniciarem os combos.

Caso o desejem, ou caso a situação a isso o force, podem recorrer a magias e ataques especiais que podem alterar por completo o rumo de um qualquer combate que não estava a correr à feição. Existem vários e a forma de os executar é a mesma, toques ou movimentos no ecrã que exigem uma combinação de velocidade e rigor, não muito, para não serem quebrados antes de se iniciarem. A cena introdutória serve também como uma previsão do futuro e ficamos a saber que podemos ter vários tipos de feitiços ao mesmo tempo e que os próprios inimigos recorrem a alguns ataques especiais enquadrados com a sua personalidade, causando alguns momentos diferentes na jogabilidade.

Outra das novidades é a capacidade para adicionar gems às armas e armaduras para efeitos bónus extra. Desde conferir ataque de fogo ou água, entre outros, a uma arma para maior dano nos titãs a reduzir o tempo necessário entre o uso de cada feitiço/ataque especial, estas pedras são adicionadas aos equipamentos e mais do que dar nova profundidade à já competente personalização de personagens, ajudam a mergulhar o jogador num espírito de procura por itens e é mais uma forma de nos fazer gastar o dinheiro tão duramente ganho.

Logo à partida Infinity Blade II oferece percursos alternativos mas alguns vão ter que ser desbloqueados através do árduo trabalho do próprio jogador. Existem chaves a recolher, ou a comprar, e o percurso até à batalha final ganha mais vertentes de cada vez que o jogador o volta a percorrer. É algo que o primeiro só teve na segunda atualização, passados alguns meses após o lançamento. Com isto a Chair evita que o jogo se torne demasiado igual evitando forçar o jogador a percorrer os mesmos caminhos com aborrecida exatidão.

Infinity Blade II é desde já um produto largamente superior ao primeiro mas nos seus alicerces está a mesma jogabilidade e o mesmo esquema que cativou todo um mundo que se deixou surpreender. A Chair já anunciou atualizações gratuitas com novos itens, novos locais a explorar e novos titãs a chegar numa data ainda por anunciar. Também já anunciou as Clashmobs, desafios online sociais nos quais vamos cooperar com outros jogadores para recolher prémios e itens exclusivos. Isto significa que o investimento e a dedicação vão ser recompensados num futuro próximo e pensar que estamos ainda perante a primeira fase do jogo é entusiasmante.

Infinity Blade II é um dos mais agradáveis, desafiantes e recompensadores jogos que tive a oportunidade de jogar num sistema iOS. É simples e imediato como tantas outras experiências, principalmente nos seus controlos, mas tem suficiente profundidade para cativar os que procuram diversão imediata ou mais prolongada. Reduz o efeito de alguns dos problemas do anterior, nomeadamente a sensação de repetição, e premeia-nos com uns visuais de luxo. Infinity Blade II é sem dúvida uma experiência diferente e sem igual nas plataformas onde se encontra.

9 / 10

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Infinity Blade II

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Bruno Galvão

Redator

O Bruno tem um gosto requintado. Para ele os videojogos são mais que um entretenimento e gosta de discutir sobre formas e arte. Para além disso consome tudo que seja Japonês, principalmente JRPG. Nós só agradecemos.
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