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House of the Dead Overkill

Terror e choque em Bayou City!

Apontar e descarregar chumbo

O avanço dentro dos níveis decorre de modo automático e por isso cabe ao jogador fazer pontaria aos seres mutados, apesar das dificuldades e tentativas para escapar às balas como passadas desajustadas que complicam o processo de pontaria ao alvo até outras criaturas que rastejam pelo chão, ou ainda, em secções mais avançadas, desatarem a correr na direcção dos protagonistas para os morder. Nessa situação a hipótese que sobra, depois de perdidos dois dígitos de vida é agitar incessantemente o controlador Wii remote até desprender a criatura. De resto, a utilização do Wii remote é uma maravilha para este género de jogos. Lembro que jogar Virtua Cop com a pistola era espantoso, mas ao fim de algum tempo o braço direito já pedia descanso. Neste caso a tarefa é menos cansativa e o Wii remote executa a função na perfeição.

Algo que sempre fez furor neste género de jogos respeitava ao carregamento das balas. Por vezes a forma aplicada era apertar o gatilho apontando a arma para fora do ecrã. Cortando com esse esquema os jogadores têm duas alternativas. A mais simples e possivelmente preferida nas situações de maior aperto passa por apertar o botão A. A outra forma, mais aparatosa sugere que se dê uma sacudidela no comando e assim temos o carregador de balas à pinha.

Os produtores desenvolveram o processo de fazer alvo aos objectos. Desta vez é possível alargar a área de visão fazendo pontaria para os dois lados, bem como para cima e para baixo. Não só é útil para descobrir alguns objectos de ajuda como também se pode trancar o alvo mais depressa em certas criaturas que se escondem em zonas mais apertadas do cenário.

Salvar civis inocentes das mãos infectadas só mediante rapidez e precisão. O contador de pontos agradece.

Progredir pela pontuação em busca do resultado máximo é uma das premissas do jogo havendo um medidor de combos que actualiza o multiplicador cada vez que são despachadas cinco criaturas por nível desde que não se atire uma bala ao lado do alvo. Acertar nos seres mutantes dá um festival de gozo, pelo impacto vibratório que se sente cada vez que é aliviada a arma, mas pelo efeito imediato causado nas criaturas em função da zona que é alvejada. Na cabeça é um ponto final na caminhada. Parece mesmo partir cabaças, no entanto é possível acertar nos braços e pernas para suster a caminhada mais rápida. Na zona abdominal convém atirar mais chumbo que o normal, especialmente nos mutantes de grande porte.

De todo o modo é na maior dificuldade que se põe à prova toda a interface do jogo quando as criaturas são em maior número, avançam mais depressa e os carregamentos da arma têm de ser efectuados em momentos específicos sobre pena de se ficar na absoluta disponibilidade das criaturas.

O jogador terá à disposição um bom arsenal de armas. A tradicional pistola é o ponto de partida seguro, mas por cada área percorrida o agente vai obtendo dinheiro que lhe permite ir à loja comprar moderno e mais eficaz equipamento. Caçadeiras automáticas e metralhadoras fazem as delícias da indicador goregasm. Além disso ainda é possível melhorar as armas seleccionadas para um estatuto de prata ou ouro. Com a espingarda nas mãos, depois de apertar o gatilho é ver as criaturas rodopiarem no ar e desfazerem-se em salpicos de sangue.

No entanto, nem só de adversários a abater se faz Overkill já que por cada área há um conjunto de objectos a alvejar. O cérebro dourado, nem sempre escondido em zonas de difícil acesso, permite aumentar a pontuação enquanto que os packs de saúde são úteis para recuperar algum índice de vida. As granadas permitem rebentar com hordas de zombies mas é com o objecto que activa o modo câmara lenta, uma espécie de bruma verde, que se abre o espectáculo para o multiplicador da pontuação. Com a animação fortemente amputada fica mais fácil apontar a mira para a cabeça dos mutantes. Goregasm!

Não parece que seja o melhor circo a assistir no Domingo à noite.

Embora a experiência seja completa e exímia no plano da interface subsistem algumas incongruências que não é habitual encontrar nestes jogos. Por um lado a progressão da campanha principal faz-se com facilidade, especialmente à custa de um sistema de continuação com base na pontuação do jogador. Por cada vida esgotada é-lhe retirada metade da pontuação, mas sendo possível recuperar mais pontos no período imediato, o número de vidas por área é muito elevado. Por outro lado, o boss final não está dotado de particular complexidade na abordagem, de tal modo que a criatura horrenda no fim da primeira área acaba por ser mais exigente. Há sempre a possibilidade de tornar a tarefa mais complexa activando-se a opção de mutantes extra, uma espécie de fornada adicional de zombies, mas que ainda assim não torna o serviço muito mais oneroso.

Depois de completada a campanha inicial os jogadores libertam a opção Director’s Cut, ou seja, a campanha previamente completada, mas alargada a cenas não editadas e com dificuldade suplementar motivada pelo acrescento de inimigos. Percebe-se que o alinhamento devia obedecer a um formato inverso, porém, director’s cut é sempre um convite renovado para voltar a passar o jogo, desta vez limitado por três continues. Por fim e como é apanágio dos jogos deste género o jogador poderá desfrutar de uma série de mini jogos como permanecer vivo diante de hordas de inimigos, ajudar civis inocentes a escapar ao massacre dos mutantes e ainda acertar em alvos em movimento para arrecadar a melhor pontuação. Se para a aventura principal pode ser partilhada por dois jogadores, no caso dos mini jogos o número máximo de comparsas diante do ecrã é de quatro.

Apesar de algumas falhas menores, Overkill permanece como um “shooter” superior e sereno e vem demonstrar como é possível desenvolver com qualidade e engenho para a consola da Nintendo, dentro de um género capaz de apelar aos jogadores mais exigentes e hardcore. O modo normal levará umas três a quatro horas até ficar completado. Podendo parecer pouco a opção director’s cut acrescentará mais um período de idêntica duração e sempre sobra o interesse em repetir a campanha pela pontuação máxima. House of the Dead está de volta do espaço das séries apontadas como mortas e a Headstrong Games ficará para sempre associada a esta inimaginável recuperação, acrescentando-lhe um forte carisma e estilo capaz de gerar em pouco tempo uma obra de culto. Sendo para já o melhor “shooter” disponível na Wii nem será surpresa se a banda sonora colher prémios no final deste ano.

8 / 10

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The House of Dead: Overkill

Nintendo Wii

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Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.

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