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Horizon: Call of the Mountain review | Subir a montanha

Prepara-te para escalar muito.

Eurogamer.pt - Recomendado crachá
Uma das melhores exibições da realidade virtual. Tem momentos de grande imersão e os combates são entusiasmantes, mas as secções de escalada são excessivas.

Pegar num jogo como Horizon e tentar adaptá-lo para a realidade virtual não é uma tarefa fácil, mas a Guerrilla Games, em conjunto com a Firesprite, deu tudo para conseguir fazer isso com Call of the Mountain. Este jogo figura como a ponta de lança do PlayStation VR2 e foi desenhado para mostrar todas as melhorias e novidades do capacete da realidade virtual.

Call of the Mountain não é um jogo em mundo aberto como os jogos da linha principal. É um jogo de ação e aventura, com liberdade de movimentos a 360 graus, em que controlas Ryas, um Shadow Carja que começa o jogo como prisioneiro. A história complementa os eventos que já conheces dos jogos anteriores, mas pesando a importância narrativa, é apenas uma nota de rodapé.

Uma exibição do PlayStation VR2

Não é justo dizer que estamos perante uma demo tecnológica. Call of the Mountain é um jogo completo, mas os produtores incluíram vários momentos em que o intuito é puramente exibir a precisão do capacete e dos seus comandos. Faz sentido, afinal, este é um jogo first-party.

A dado momento, dás de cara com uma parede, várias tintas e um pincel. Podes pintar na parede, com um grau de precisão elevado. Também podes interagir com dezenas de objetos. Pode-se pegar em caixas e atirá-las pelo ar, pegar em martelos e partir loiça (estou a falar a sério), pegar num gongo e dar na campainha, tocar vários instrumentos musicais, e para mim a mais impressionante, empilhar múltiplas pedras para fazer mariolas.

Quando estás a interagir com objetos pesados, o jogo consegue transmitir-te essa sensação. Vejamos o exemplo de empilhar pedras. Quando mais pesada é a pedra, mais difícil é de manejar. Até sentes a necessidade de pegar com as duas mãos para controlar melhor o movimento. São momentos como estes que me fazem acreditar que a realidade virtual tem um futuro.

O quê? Tenho de trepar mais?

Call of the Mountain tem dos momentos mais imersivos que já testemunhei na realidade virtual. No entanto, nem tudo são rosas. Enquanto demonstração do PSVR 2, Horizon: Call of the Mountain tem coisas impressionantes. Mas, enquanto jogo, sofre de um problema: é repetitivo porque tem demasiadas secções de escalada, que se prolongam demasiado. Não era má ideia trocar o nome do jogo para Climb of the Mountain...

Embora as secções de escalada sejam inicialmente espetaculares, sobretudo pelas vistas impressionantes que proporcionam, a meio do jogo começam a tornar-se cansativas. A duração da campanha é aceitável, com 7 ou 8 horas de longevidade, mas a verdade é que idealmente poderia ser um pouco mais curta, porque as secções de escalada repetem-se demasiadas vezes e chegas ao ponto de saturação.

Vais ter que trepar muito, mas pelo menos, as vistas são boas.

O jogo tenta variar a escalada. Primeiro começas a escalar com as mãos, e tens de pressionar nos gatilhos para te agarrares. Mais à frente, desbloqueias outras ferramentas, como as picaretas. Tens que escalar agarrando-te a vigas, pedras salientes, cordas, e em partes específicas, pelos esqueletos metálicos de máquinas enferrujadas. Também tens momentos de adrenalina, com saltos de plataformas para cordas e coisas do género.

Só houve uma vez que senti a necessidade de tirar o capacete e, curiosamente, não foi num salto. Foi numa secção de escalada, em que o ângulo estava sempre a mudar porque tinha de me rodar. O caminhar é surpreendentemente tranquilo. A solução do jogo é mexer os braços, como se estivesses a correr, e resulta muito bem. Gostava de ver isto implementado noutros jogos da realidade virtual.

O combate é a melhor parte

Com menos escalada e mais combate, Call of the Mountain estaria muito perto da perfeição. Entrar em combate com as várias máquinas é uma experiência alucinante. Em grande parte, os movimentos que tens de fazer são realistas. Sacas do arco ao meter a mão atrás das costas, e com a outra mão precisas de sacar a flecha e esticar a corta. Para apontar não tens mira, o que ao início fez-me um pouco de confusão, mas depois habituei-me e a minha precisão foi melhorando.

A dificuldade das máquinas vai aumentando à medida que progrides na história. Primeiro enfrentas os vigilantes, que são as máquinas mais fáceis. Mas eventualmente, terás de enfrentar um Thunderjaw... e é espetacular. O PSVR2 tem feedback háptico nos comandos e capacete, pelo que sentes todo o poder desta máquina. É assustador e entusiasmante ao mesmo tempo. Para te desviares, podes baixar-te ou fazer um movimento com as mãos para o lado, que faz tipo um passo rápido para o lado.

Ver no Youtube

Foi nos combates que me mais imerso neste mundo virtual. Tens que pensar e agir rápido. Para apontar com o arco e flecha, até fechas um olho como o farias na realidade (e esta técnica resulta, acerto sempre em cheio). Arrancar uma peça da máquina, é ainda mais satisfatório aqui do que nos outros Horizon porque envolve mais do que mexer nos botões do comando. Tens uma parte de destreza física.

Há vida para além da campanha?

Sim, Call of the Mountain tem uma série de extras para além do modo história. Antes de mais, há que referir que o modo história tem alguns colecionáveis associados, pelo que tem valor de repetição. Mas fora isso, existe um modo de "passeio", em que sentando numa canoa, tens uma experiência arrepiante do mundo de Horizon. Arrepiante é a palavra certa, porque fiquei com os pelos em pé. É uma experiência curta, mas intensa. Se queres convidar alguém a experimentar a realidade virtual, este é o modo acertado.

O modo Safari é curto, mas intenso!

Há também um modo de desafio, onde podes revisitar as secções de combate do modo história. É uma mais valia porque, como disse, a história tem demasiadas secções de escalada. Se quiseres apenas ação, este modo serve precisamente para isso. Não posso deixar de mencionar que há diversas opções de acessibilidade para calibrares a experiência aos teus gostos / necessidades. Recomendo especialmente ativar a opção de não cair quando estás a fazer escalada (não é agradável e acho que há pessoas que se vão atirar para trás).

Um jogo que mostra a evolução da realidade virtual

Se há jogo que me convence que a realidade virtual tem pernas para andar, é este. Tal como o meio ao qual pertence, ainda não é perfeito, mas não deixa de ser uma experiência impressionante. É uma das melhores exibições que já vi da realidade virtual.

Prós: Contras:
  • Tem momentos de grande imersão
  • As máquinas são mais imponentes na VR
  • Uma boa demonstração das funcionalidades do PSVR 2
  • Os modos extra são uma valiosa adição
  • Os controlos são precisos e realistas
  • Um bom complemento aos jogos anteriores
  • Demasiado foco na escalada
  • A história é uma nota de rodapé

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Sobre o Autor
Jorge Loureiro avatar

Jorge Loureiro

Editor

É o editor do Eurogamer Portugal e supervisiona todos os conteúdos publicados diariamente, mas faz um pouco de tudo, desde notícias, análises a vídeos para o nosso canal do Youtube. Gosta de experimentar todo o tipo de jogos, mas prefere acção, mundos abertos e jogos online com longa longevidade.
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