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Gylt - Uma pequena aventura

Resident Evil para os mais pequenos.

Image credit: Tequilla Works
Gylt mostra a espanhola Tequila Works a combinar com o género survival horror a sua abordagem filosófica às narrativas. O nome diz tudo, é uma aventura com toques de terror focada no sentimento de culpa e o mau tratar de pessoas à nossa volta.

Gylt da Tequila Works é mais um exemplo de como esta equipa pega em géneros gameplay bem conhecidos e os adapta para experiências de menor escala, cuja narrativa é movida por questões existenciais ou filosóficas. Fez isto com Deadlight, RiME e certamente o fará com Song of Nunu, uma experiência ainda em desenvolvimento, inserida no universo League of Legends da Riot Games.

Apesar do lançamento em 2019 como exclusivo Stadia, Gylt ficou disponível em julho para PC, Xbox Series, Xbox One, PS4 e PS5 (onde o jogamos), por isso pedimos desculpa pela chegada tardia desta página. Algo peculiar é que esta aventura de contornos survival horror quase pode ser descrita como "Resident Evil para crianças", mas a temática de bullying e as consequências do espectador passivo são bem adultas.

Gylt coloca-te no controlo de Sally, uma jovem mulher que tenta encontrar Emily, a sua prima que desapareceu. Ela procura pela prima quando rufias a forçam a fugir, resultando na sua entrada num mundo de pesadelos onde Emily está presa numa realidade distorcida, com monstros a vaguear por locais familiares.

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Após chegar à escola, Sally terá de percorrer os seus corredores e alguns locais em redor, como o salão arcada ou o ginásio, antes de encontrar Emily e conseguir escapar deste pesadelo. Como um survival horror, és incentivado a evitar confrontos (estás equipado com uma lanterna que pode derrotar os monstros e eventualmente apanhas um extintor que os congela), tens de gerir a saúde e bateria da lanterna, e desde o design de níveis, puzzles ou gestão de itens, esse género é explorado de uma forma muito própria.

Gylt não é um jogo para meter medo ou te deixar em pânico com a escassez de recursos, pelo contrário, não tens de te preocupar com isso. Parece um survival horror para os menos habituados ao género, mas que desejam na mesma enfrentar alguns puzzles ligeiros e interpretação de cenários para descobrir as formas de progredir.

O elemento visual acaba por ser o seu melhor valor, existem bons momentos, mesmo nada para figurar nas listas de melhores do ano. A Tequila apostou numa estética em estilo cartoon para contar uma narrativa sobre rufias e crianças num design survival horror. Isto faz de Gylt um trabalho muito peculiar, uma espécie de curiosidade que mesmo sem merecer grandes elogios, poderá entreter os que procuram conhecer as regras survival horror antes de entrar nos pesos pesados.

Gylt é um jogo curto, dura cerca de 4 horas, é simples no seu design e execução, mas consegue entreter. A estética visual é o seu ponto mais forte, o uso de uma criança como protagonista significa que é melhor evitar confrontos. Enquanto survival horror, Gylt parece um jogo de iniciação pensado para os mais novos, pois não é assustador e a gestão de recursos é mínima. Está assente nos mesmos pilares sobre os quais as grandes referências foram construídas.

Prós: Contras:
  • Estética e design visual tem bons momentos
  • Survival horror meigo e para novatos
  • Alguns puzzles interessantes
  • Uma narrativa simples, mas pertinente
  • Pode durar menos de 4 horas
  • Não existem mecânicas de especial destaque
  • Experiência survival horror demasiado simples para os mais experientes

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