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Gunman Clive HD Collection - Análise

Cowboy da velha guarda.

Dois jogos pelo preço de um, mas os originais da 3DS estão melhores.

Bertil Horberg, produtor sueco indie da Horberg Productions, diz no seu mais recente "tweet" estar a trabalhar num port de Gunman Clive para a Game Boy e que para isso teve que aprender um pouco do código para o processador z80, que equipa a consola portátil da Nintendo. O resultado é visível numa imagem que Bertil divulgou uns "tweets" atrás e que nesta análise reproduzimos na coluna do lado esquerdo. Olhando para a imagem, Gunman Clive parece caber perfeitamente na portátil, com aquela estética retro inconfundível, na linha de Mega Man, Castlevania e outros.

Este modelo de jogo sempre resultou muito bem em portáteis, porque Gunman Clive é um jogo de acção e plataformas em 2D "old school" e por isso em perfeita sintonia com muitos dos clássicos que marcaram a experiência na portátil. O jogador controla um "cowboy" ao longo de uma série de níveis e onde enfrenta diversos inimigos, no ambiente típico do faroeste do século XIX, disparando sobre tudo o que avança na sua direcção, ao longo de pequenos mas desafiantes segmentos, antes de terminar numa inevitável batalha diante de um "boss" artilhado até às entranhas e quase sempre o osso mais duro de roer.

Os bosses constituem as partes mais desafiantes.

Gunman Clive começou na 3DS e em plataformas mobile como Android e iOS antes de chegar ao PC. Ganhou uma sequela, que melhorou grande parte do jogo original e agora recebeu um tratamento de alta definição, de modo a caber na doméstica Wii U. Pese embora as boas mecânicas "old school", um dos elementos que mais distingue o jogo é precisamente a arte. Como que desenhado a lápis e quase monocromático (especialmente em Gunman Clive), no movimento da personagem revela influências daquela técnica usada para fazer os antigos desenhos animados, com uma série de fotogramas para o movimento.

Talvez pela afeição à versão 3DS, a primeira que pude jogar, parece-me que na portátil o jogo é uma experiência melhor. Embora haja fluidez nos movimentos, combate e nas animações da personagem, não é daqueles jogos 2D "old school" de "scrool" horizontal com muitas coisas a acontecer no ecrã, pelo que numa tela de grandes dimensões e por oposição ao ecrã das portáteis, o jogo revela-se um pouco mais despido. Além disso, as texturas e animações dos originais, na 3DS, eram muito boas, enquanto que na transição alguns desses efeitos ressentiram-se e a imagem acaba por ser demasiado grande, deixando cair aquela estética mais compacta e sólida patente na portátil.

"um dos elementos que mais distingue o jogo é precisamente a arte"

De resto, a colecção de alta definição de Gunman Clive apresenta os dois jogos, sendo que o original é mais curto e apresenta um périplo reduzido, ainda que com uma curva de dificuldade que deixará os fãs de Mega Man desejosos por experimentarem uma luta contra o crono. O jogo incentiva a isso, com registos das nossas passagens intermédias antes do confronto de fim de nível. Algumas batalhas são complicadas e requerem movimentos precisos, mas sobretudo uma leitura muito atenta aos movimentos do adversário. Descoberto o padrão de movimentos torna-se mais simples vencer o obstáculo e seguir em frente.

Não é o Parque Jurássico, mas um momento inesquecível do périplo mundial em Gunman Clive 2.

No segundo jogo, o percurso do nosso herói ganha uma dimensão mundial, níveis disputados com recurso a animais e aviões, e ainda existem diversas personagens, todas com as suas técnicas, armas e formas especiais de movimentação, embora o predilecto seja quase sempre Gunman Clive. No segundo jogo, verifica-se também uma melhoria na produção dos níveis, com mais pormenores em fundo, atenção ao detalhe, mais cores e transformações no cenário. Os "bosses" são muito mecânicos e ainda mais colossais do que no primeiro jogo. Infelizmente, não são jogos muito compridos e em linha reta não precisarão de mais do que uma meia tarde para chegar de uma ponta à outra, desde que lidem rapidamente com os picos de dificuldade.

Destaque para a banda sonora, em ambos os jogos muito tem criada e adaptada aos diversos momentos da acção. É um dos pontos positivos da colecção, dado que nas colunas do televisor torna-se ainda mais empolgante. Pessoalmente prefiro as versões 3DS. Na portátil os jogos estão impecáveis e na alta definição não se destacam ao mesmo nível. Ainda assim, atendendo ao baixo preço, poderão ponderar, caso tenham alguns euros a mais na vossa conta.

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Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.

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