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Gotcha Racing - Análise

Micro Machines voltaram.

12 pistas e condução alucinante, mas com falta de equilíbrio na progressão e poucos modos de jogo.

Oriundo da mesma produtora do famoso "fighting game" Guilty Gear - a Ark System Works -, chega à Nintendo 3DS, por via da Natsume, este "old school racer" com vista de cima para baixo, na linha de jogos emblemáticos dos primeiros anos da década de noventa, como Trash Rally (Neo Geo), Over Top (Neo Geo), RC Pro AM (Game Boy), e Micro Machines. Só pelas referências e recuperação de um estilo e jogabilidade há muito desaparecidos e fora de moda, sentimo-nos tentados a descobrir um pouco mais deste jogo que ainda vai buscar inspiração aos brindes e jogos de cápsulas japoneses, muito populares no Japão, nos quais a troco de um iene o utilizador recebe um prémio.

Em Gotcha Racing o objectivo passa por construir um carro, equipá-lo e prepará-lo para competir com os melhores através de provas em diferentes categorias. Começando na categoria F, a mais baixa, teremos que terminar as corridas dentro das cinco primeiras posições para obtermos créditos, que poderão depois ser trocados por cápsulas. Antes da primeira corrida são oferecidos três brindes: um carro, um motor e um jogo de pneus. Ficamos imediatamente habilitados para competir e obter bons resultados. A partir daí, tudo depende da sorte que vos sai nas cápsulas. Até um máximo de quatro itens podem ser equipados por viatura. Em alternativa, podem recorrer às cápsulas especiais, através das moedas da 3DS. Neste caso os brindes são um pouco melhores e podem até ganhar um carro mais aerodinâmico e rápido.

Os drifts são interessantes e a velocidade é alucinante. Old school.

Se receberem as mesmas peças e acessórios, poderão sempre vendê-las ou então forjar uma peça melhor, recorrendo à opção que deixa combinar peças. Mas convém ter atenção ao resultado antecipado. Se existir uma compatibilidade de 100%, a melhoria é automática. Caso seja inferior ou se situe nos 50%, o risco de perderem ambas as peças é grande. O custo dos brindes através do processo normal é de 50 créditos, pelo que, inicialmente, terão que vencer sucessivas corridas, para que possam obter mais bolas. Os prémios aumentam consoante a dificuldade da prova. Por exemplo, o grande prémio da categoria F oferece um prémio de 800 créditos para o vencedor, mas também exige um mínimo de créditos disponíveis para que haja participação, sucedendo o mesmo nas outras provas.

A dificuldade que este esquema de progressão apresenta é que ainda leva bastante tempo até que o nosso carro seja tão ou mais rápido que os melhores. Existem diversas características com influência no resultado, como a velocidade máxima, drift, aceleração, travagem, entre outros. Nalgumas corridas, alguns carros dispõem de uma velocidade superior incrível, são maiores, e só depois de muito tempo, paciência, sorte e repetição de corridas ad nauseum é que lá acabámos por chegar um pouco mais perto e eventualmente discutir a primeira posição em todas (pena que não dê para aproveitar a técnica do cone de aspiração do ar para ultrapassar).

"Destaco a fluidez e a precisão no controlo do veículo"

A perspectiva de cima para baixo abrange os dois ecrãs, como se fossem um, o que de certa maneira acaba por ser útil, pois estando o carro quase sempre no ecrã inferior, ficamos com maior visibilidade para a frente, facilitando a leitura do percurso. Em termos de design, o modelo patente em Gotcha Racing não é diferente dos jogos que referimos atrás. Destaco a fluidez e a precisão no controlo do veículo, assim como a diversidade das pistas, a técnica de "drift" e o desenho dos percursos, com muitas curvas interessantes. No entanto, falta mais algum detalhe e originalidade, algo mais que pudesse oferecer uma melhor definição. Os carros revelam-se algo básicos, falta carisma e os percursos podiam ter mais detalhe e pormenores. Embora bem construídos e eficientes, a sua apresentação é algo básica e desprovida de pormenores que fariam a diferença.

Não fiquem surpreendidos se ganharem quase sempre o mesmo prémio, na caixa das esferas.

Por outro lado, em termos de opções, não existe modo online, apenas uma funcionalidade "street pass" que permite a competição com os fantasmas dos outros jogadores em corridas que oferecem mais prémios. O "time attack" está presente e perfila-se como um treino antes da corrida, especialmente nos circuitos que desconhecemos ou quando queremos testar um novo carro ou combinação de peças. Felizmente as corridas não são demasiado compridas e disputam-se quase sempre entre 3 a 4 minutos, o tempo ideal para este género.

Gotcha Racing é uma opção moderada que tem como melhor a recuperação dos jogos de corridas dos anos noventa com vista de cima para baixo mas que falha em se notabilizar por isso. O sistema de cápsulas é um incentivo interessante, que poderia ir mais longe não fosse a dificuldade em obter os melhores prémios e acessórios que atribuem um pouco mais de velocidade ao carro e o deixam capaz de competir pela primeira posição no grande prémio. Leva imenso tempo e muitas corridas repetidas e ganhas até chegarem um pouco mais perto da frente e mesmo isso pode não ser suficiente, pelo que o equilíbrio não é dominante. A ausência de mais opções de jogo limita o alcance desta produção. De um modo geral, torna-se interessante pelo regresso a um género há muito desaparecido.

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Sobre o Autor
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Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.
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