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Frantics - Análise

Balbúrdia na selva.

Um conjunto mais ou menos coeso de videojogos que serão um regalo para os mais pequenos. Ou para quem gosta de sabotar.

A PS4 tem investido em grande em party-games que fazem uso do sistema Playlink - a tecnologia que te permite jogar em grupo através do teu smartphone ou tablet. Depois de Saber é Poder, Hidden Agenda, entre muitos outros títulos do género, chega agora Frantics - um jogo de família que coloca desde 1 a 4 jogadores numa determinada arena com o objectivo de realizar um desafio específico. Sim, apesar de ser sempre mais interessante jogar contra pessoas reais, podes sempre competir contra o computador caso não tenhas contra quem jogar.

Dobrado em português de Portugal e contando com a voz do actor Pedro Granger no papel da Raposa, a personagem principal do jogo e apresentador dos mais diversos desafios (que, diga-se de passagem, possui uma aparência estranhamente similar a Crash Bandicoot), o jogo possui uma quantidade imensa de personalidade: as personagens, todas elas diferentes animais - galinha, cavalo, hipopótamo, elefante, ornitorrinco, crocodilo, vaca, entre muitos outros animais - são simplesmente adoráveis, a sua animação é extremamente hilariante e os gráficos construídos em plasticina são super apelativos ao olhar, sendo que a banda sonora frenética deixará os mais novos entretidos durante uns bons tempos.

Os controlos por smartphone funcionam muito bem.

Para os graúdos, tenho sérias dúvidas que Frantics ofereça quantidade de conteúdos ou complexidade suficiente (o jogo possui 14 mini-jogos) para os manter agarrados ao ecrã - tirando um mini-jogo ou outro que possui mecânicas mais interessantes, os mesmos são tão curtos e, por vezes, interrompidos mais do que uma vez pela Raposa, o que corta um pouco a diversão. Os controlos por smartphone funcionam surpreendentemente bem, sem qualquer lag ou outro tipo de falha que tivesse notado, se bem que não são aplicados de uma forma propriamente revolucionária: o jogo faz apenas uso do giroscópio e touch do telemóvel (ou tablet), algo que resulta particularmente bem nos jogos Corredor Solitário, Campo Traiçoeiro e Justa de Jatos. Nos restantes, é difícil não ficares com a impressão que estás a manipular o telemóvel de forma um pouco aleatória, sem qualquer lógica por trás dos movimentos, à espera que algo relevante aconteça.

A parte mais interessante em Frantics (que foi também aplicada em jogos como "Saber é Poder") prende-se com o facto do jogo oferecer-te imensas opções que te permitem prejudicar/sabotar outros jogadores, algo que cria momentos extremamente divertidos para quem usa estes itens mas igualmente revoltantes para quem os recebe - seguindo um pouco a linha da Blue Shell de Mario Kart ou a carta +4 do Uno. Este título da PS4 vai ainda mais além que os restantes, permitindo-te e por vezes aconselhando-te a criares uma aliança com outros jogadores sendo que o jogo Reis do Poleiro foi mesmo construído em torno dessa mecânica - dois jogadores têm que permanecer obrigatoriamente um determinado número de segundos em cima de uma plataforma para poderem ser coroados vencedores. Se for uma partida de três, o jogador extra terá uma tarefa bem difícil à sua frente, pois terá que destruir a união dos restantes jogadores e arranjar forma de permanecer na plataforma.

A parte mais interessante de Frantics é prejudicar/sabotar outros jogadores.

Frantics arranja sempre maneira de criar "atrito" e disputa entre os jogadores, algo que pode ser visto também nas coroas que cada um recebe caso tenha saído vitorioso de determinado jogo. Ver um dos avatares do jogo a pavonear-se com uma série de coroas na cabeça, coloca-lhe automaticamente um alvo nas costas. Frantics possui, por vezes, uma jogabilidade assimétrica: poderás receber uma mensagem da Raposa onde te será dado um objectivo específico (por exemplo, se determinado animal ganhar um mini-jogo, tu também irás ganhar). E é aqui que jaz a verdadeira diversão de Frantics - o facto de poderes usar armadilhas contra os teus opositores (e vice-versa, claro). Jogos como justa de jatos obrigam-te a percorreres um determinado percurso com jetpacks e, por pior que possa parecer, é extremamente gratificante dificultar a vida aos teus opositores. Aliás, o próprio jogo oferece-te maneiras de o fazeres, espalhando pedras ao longo do caminho que podes usar para atrasares os teus inimigos. E estes são princípios que, felizmente, se vão repetindo ao longo do jogo.

Outros jogos que vale a pena serem destacados são Corredor Solitário e Campo Traiçoeiro. Corredor Solitário funciona quase como um Temple Run ou Subway Surfer, mas com o acréscimo de jogadores extra a competirem em simultâneo - terás de correr ao longo de uma pista repleta de obstáculos que incluem espinhos, painéis, entre uma série de outros objectos dos quais tens de te desviar. Mas a parte mais divertida do jogo é o facto de poderes empurrar os teus adversários contra os ditos objectos: isto significa que, para além de teres que te preocupar em não colidires, terás de prestar atenção a possíveis ataques provenientes dos teus flancos.

Corredor Solitário

Já em Campo Traiçoeiro, terás de obter uma tigela de noodles na outra ponta da arena e regressar ao local de partida, passando por cima de uma série de lajes. O conceito é simples mas altamente viciante, mesmo jogando contra o computador: arranjar forma de te escapulires com os noodles, arranjando uma saída ou, em caso contrário, encurralar um jogador e roubar-lhe os noodles é um conceito muito original e dos melhores que se encontra presente no jogo. O facto de poderes posicionar armadilhas em lajes específicas - como uma pseudo batalha naval - confere-lhe um nível extra de estratégia que gostaria que tivesse sido expandido para o resto do jogo. Os restantes jogos não se destacam propriamente, por vezes muito semelhantes uns com os outros, sendo que parecem reger-se mais por sorte do que por perícia por parte dos jogadores.

Campo Traiçoeiro

Frantics é uma experiência repleta de personalidade mas igualmente efémera.

Ao longo de cada mini jogo, podes também ir recolhendo moedas que poderão ser úteis nos leilões que decorrem antes da batalha final: algo que pode equilibrar seriamente a balança a teu favor ou contra ti, mediante o item que escolheste (e partindo do princípio que o conseguiste obter). Os itens, por norma, são objectos relacionados com os minijogos que tiveste de jogar até chegares a esta fase e podem ir desde armas de gelo, jetpacks, passando por cadeiras de escritório, chapéus que duplicam os pontos, enfim, uma vasta panóplia que poderá ajudar-te seriamente. Podes também obter moedas com missões "escondidas" que te são apenas reveladas pela Raposa no fim de cada mini-jogo, quando o vencedor é definido: este tipo de missões pode ser "Quem te empurrou mais vezes durante a partida", "Quem se manteve mais tempo às tuas cavalitas" ou "Quem colidiu mais vezes contigo".

Leilão

Frantics será uma boa escolha para aquelas famílias ou grupos de amigos que pretendem passar uns bons momentos juntos: nada podia ser mais simples que instalar uma app e emparelhar o smartphone com a Playstation 4, tornando o jogo automaticamente acessível para uma quantidade gigantesca de pessoas, desde os mais novos aos mais velhos. Claro está, o jogo não vai muito para além disto: é uma experiência repleta de personalidade mas igualmente efémera e presumo que se irá tornar repetitiva ao fim de uns tempos...

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