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Fossil Fighters Frontier - Análise

Viveiro de dinossauros.

Um jogo de role play nipónico com dinossauros poderia resultar num bom produto. Mas decisões sobre o modelo fazem de FFF uma opção mediana.

Almejando o sucesso conquistado pela série Pokémon, todos os anos surge por via de inúmeras produtoras uma torrente de jogos inspirada no clássico da Game Freak, arriscando muitas vezes produções apressadas e ligeiras, acabando diluídas na procura pelo conceito mais acessível de um sistema de combates por turnos baseado em monstros (dinossauros, no jogo vertente) ou criaturas antropomórficas. Fossil Fighters Frontier, dos japoneses da Red Entertainment e Spike Chunsoft, é uma produção conjunta, e renovada, de uma série que arrancou na Nintendo DS, mas que nunca conquistou o grande público.

O novo jogo para a Nintendo 3DS visa a audiência das séries animadas como Beyblade ou Inazuma Eleven. É um produto marcadamente asiático, deveras moldado aos novos fenómenos da animação e por isso mais afastado dos compradores "hardcore", dispostos a investir em jogos que sabem ser sinónimo de qualidade. Não que falte um mínimo de estrutura e conteúdo a Fossil Fighters Frontier, mas desde a cena de introdução, que todo o jogo parece encaminhar-se para um registo infanto/juvenil asiático de qualidade discutível, acrescentando a isso uma produção que raramente sobe o tom do ligeiro, esperado, com poucos valores de produção, se atentarmos no patamar de evolução singrado por outros jogos na 3DS, principalmente as produções da Nintendo.

Não que seja de todo uma oportunidade perdida. Depois das longas e por vezes angustiantes sequências de aprendizagem, com imensos diálogos forçados, previsíveis e que nos dão a impressão de estar ali mais para ocupar espaço e projectar um certo sentido narrativo que nunca chega realmente a prender, a variedade de missões que posteriormente ocorrem no terreno ganha mais algum interesse, especialmente pela forma invulgar como obtemos os dinossauros que iremos convocar em combate.

Pondo isto em termos simples, somos um candidato ou candidata a uma posição de protector de um parque jurássico, chamado Warden, onde encontramos fósseis de dinossauros e os transformamos em vivossauros. Pelo meio iremos utilizar "buggys" com os quais poderemos explorar diversas áreas de jogo e enfrentar os mais assustadores dinossauros, num elemento inusual mas com pouca profundidade. A história é simples, mas depressa temos que assimilar a disposição das diversas áreas que compõem as instalações Warden, na Ásia. Depois recebemos mais um colega, estamos prontos para a aventura.

Por isso, boa parte do jogo é dispendida em escavações e recolha de fósseis, posteriormente transformados em novas criaturas. Já como vivossauros, poderemos utilizar estes répteis em autênticos confrontos titânicos, tirando partido das suas habilidades e ataques exclusivos. Estas criaturas sobem de nível e adquirem novas técnicas e golpes, facilitando a vida nos confrontos. Derrotados os oponentes obtemos valores monetários que poderemos utilizar, posteriormente, na melhoria do nosso bólide, permitindo uma melhor exploração. Todavia, este processo é algo lento e com muitas subidas de nível à mistura até que possamos fazer algo mais e diferente, nomeadamente a exploração de outra área.

O processo de escavação não produz grandes dificuldades. Podendo ser interessante ao princípio, pelo modo como fazemos estalar a terra e libertar a pedra presa e mais sólida à volta dos ossos do dinossauro, lá para a frente é um processo rotineiro que não mostra nada de novo.

O sistema de combate, que na prática leva 3 criaturas a defrontarem outras 3, numa espécie de grelha quadriculada, segue as coordenadas típicas dos confrontos por elementos, sendo necessário antever e gerir a equipa por forma a enfrentar os adversários com alguma margem de sucesso. O sistema é por turnos e cada vivossauro possui um elemento que marca as suas vantagens e desvantagens. Além disso, a distância face ao adversário exerce influência sobre os ataques e danos. A melhor opção passa por escolher o vissossauro com o elemento mais adequado, bem como a selecção da posição mais correcta, sob pena de deixarem a criatura à mercê das garras do inimigo.

Existem diferentes áreas por explorar e pontos onde podem fazer parecerias com mais entusiastas como os Paleo Pals, mas depois de conhecido o modelo de combate e a componente de exploração, não sobram grandes novidades. A narrativa não ajuda, pelo seu tom leve e infantil, e só mesmo pelo empenho da descoberta e conclusão do jogo vamos prosseguindo. Em termos técnicos, o jogo está longe de ser uma proeza, com performances gráficas bastante medianas.

Fossil Fighters Frontier, embora retome a tradição das antigas series de role play asiáticas, raramente arrecada a qualidade de produções como Pokémon, bem mais entusiasmantes e dotadas de elementos diferenciadores. Exceptuando o modelo de combate, pouco há a reter, embora estejamos diante de um jogo que apesar de mediano, funciona. Mas está longe de recomendável numa lista de jogos para a 3DS, mesmo dentro do próprio género.

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Fossil Fighters: Frontier

Nintendo 3DS

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Vítor Alexandre avatar

Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.
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