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flOwer

Faça uma pausa e relaxe com flOwer.

Depois da mais do que agradável impressão com que ficámos ao jogar a versão de antevisão, na qual flOwer nos agradou com a sua simplicidade e calma, é chegada a hora de conhecer do princípio ao fim este poema em forma videojogável e ver o que nos tem para contar. Precisamente um dos aspectos mais bem implementados pois em flOwer temos uma história, temos uma mensagem que nos tentam passar através de todas as reacções aos nossos actos, temos um apelo à tranquilidade não só em forma videojogável.

Se flOwer fosse um anúncio publicitário teria um slogan como aquele que nos dizia, “relaxe, tenha uma pausa com...” pois é isso mesmo que tenta incutir, não no jogador, mas na pessoa que tem o comando na mão, este é um jogo que deve ser desfrutado e não jogado, e pode ser feito por qualquer um. Mesmo apelando ao relaxamento, flOwer não quer com isto dizer que apenas deve ser jogado quando estamos aborrecidos com algo ou chateados, deve ser jogado quando procuramos relaxar ou até mesmo quando estamos alegres e precisamos de uma experiência leve e agradável, livre de quaisquer obrigações relacionadas com objectivos de progressão, mas mantendo na mesma no jogador um sentimento de que o que está a fazer o vai levar a algum lado e o que está a fazer terá um efeito.

Todo o jogo de cores é atraente e apela ao jogador para que continue a colorir o que por vezes parece ser uma tela.

Sendo um poema, mesmo que em forma videojogável, flOwer tem uma história a contar, uma mensagem a transmitir. Transportando o jogador para um cenário que certamente é familiar a muitos, a vida agitada e confusa na cidade, flOwer conta-nos como o poder das flores e das cores podem ajudar-nos a ter um ambiente à nossa volta mais agradável e reconfortante. Os níveis estão ligados entre si por uma história e até o próprio menu progride consoante o jogador avança no jogo.

Dedicado a contar uma história, flOwer coloca o jogador no controlo de uma pétala que é carregada pelo vento e deve florescer as flores nos cenários. Uma vez florescidas, as flores, dependendo da sua cor, causam efeitos diferentes como fazer surgir mais flores, abrir novos caminhos, dar autenticamente vida e cor aos cenários ou aumentar a nossa velocidade. Tudo feito de uma forma extremamente simples. Recorrendo ao sensor de movimentos, movemos as pétalas desta forma e podemos pressionar qualquer botão para aumentar a velocidade com que o vento nos transporta. Se em outros jogos o uso do sensor de movimentos é criticado e tido como pouco confortável, a experiência ganha com flOw permite que flOwer seja fácil e cómodo. Não queremos sequer imaginar como seria o jogo se não fosse controlado desta forma pois parece tão natural.

Um dos aspectos que nos conquistou instantaneamente foi a componente visual, é um jogo muito colorido e a forma como joga com as cores, por vezes quase parecendo pintar autênticos quadros é uma das qualidades mais facilmente apreciadas. Visualmente flOwer parece carregar uma leveza hipnotizadora que nos facilmente coloca na disposição pretendida, quer seja pelo movimento da relva ou então pelo movimento do vento e das pétalas que transportamos. O clima também tem uma participação activa e alterna entre o céu cinzento e até chuvoso, para um céu azul por onde raios de sol que passam por entre as nuvens brancas acariciam a relva e as flores. A banda sonora complementa de forma mais do que perfeita e não só encaixa no jogo como é um dos elementos contribuidores para imergir o jogador. Temas calmos e descontraídos, onde algumas guitarras acústicas ocasionalmente se fazem ouvir, misturados com efeitos sonoros concebidos para ajudar a manter a atmosfera relaxante, ajudam o jogo a encontrar o estado ideal para se apresentar perante o jogador.

Cores bonitas, música agradável. Assistir ao movimento da relva causado pelo vento enquanto transporta as pétalas consegue ser muito relaxante.

A única falha de flOwer, se é que pode ser considerado tal, é a curta duração necessária para terminar o jogo. Por força de todos os outros aspectos, este torna-se mais notório pois assim que começamos a jogar dificilmente paramos e quando notamos, já o jogo está a terminar. Para completar flOwer são precisas cerca de duas a três horas e a responsabilidade de aumentar a longevidade fica a cargo dos troféus, mas dificilmente vão resistir a esta rica e interessante experiência, sendo muito fácil voltar. Precisamente outro dos encantos de flOwer. Como é tão fácil de assimilar e de desfrutar, podem jogar durante cinco minutos como durante cinquenta, o jogador é que decide quanto tempo quer passar a flutuar pelos jardins virtuais que a ThatGameCompany nos presenteia.

flOwer é uma experiência extremamente rica e que mostra o outro lado poucas vezes reconhecido nos videojogos, o de se assumir como uma forma de arte que não perde o objectivo principal de entreter. Desviando-se das pretensões de grandiosidade ou contornos de exagero, flOwer consegue ser intimista e pessoal. Neste momento é um dos melhores jogos existentes na Playstation Store e um que não se vão arrepender de adquirir, a família à vossa volta vai agradecer.

8 / 10

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PS4, PS3

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Sobre o Autor
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Bruno Galvão

Redator

O Bruno tem um gosto requintado. Para ele os videojogos são mais que um entretenimento e gosta de discutir sobre formas e arte. Para além disso consome tudo que seja Japonês, principalmente JRPG. Nós só agradecemos.

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