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Fire Emblem Echoes: Shadows of Valentia - primeiras impressões

Grandes diferenças na adaptação do clássico FE Gaiden de 1992 para a NES.

Com a Nintendo Switch a entrar no seu terceiro mês após o lançamento mundial no passado mês de Março, a 3DS, que vem de 2011, prepara-se para receber mais um update sob a forma de New Nintendo 2DS XL, permanecendo como uma plataforma portátil dedicada de eleição. Estamos aliás na recta final do lançamento de mais alguns jogos, entre os quais se destaca Fire Emblem Echoes: Shadows of Valentia, que sairá no próximo dia 19 de Maio. Não faltam por isso razões para manterem por perto a portátil que vos acompanhou nos últimos anos, mesmo que agora haja uma nova consola algo concorrente no sector portátil. Espera-se que a Nintendo continue a apoiar a 3DS em 2017, sendo expectável o anúncio de mais alguns jogos por ocasião da E3, com eventual lançamento para o final do ano.

Mas se essa ainda é matéria do foro dos deuses, já o novo Fire Emblem é certo e seguro que se trata do "remake" de Fire Emblem Gaiden, lançado pela Nintendo para a NES em 1992, apresentando-se então como um jogo substancialmente diferente. As mecânicas divergiram em significativa medida face ao que viria a ser a espinha dorsal da série e não mais voltaram a ser acolhidas. Sendo o original totalmente desconhecido dos ocidentais, talvez esta adaptação tenha o condor de colocar alguma justiça num episódio que primou pela diferença. Muitos dos traços da obra original mantêm-se, embora adaptados aos tempos modernos.

O esforço em criar Shadows of Valentia passa por acrescentar um jogo diferente, com mecânicas específicas e algo divergentes face ao que nos acostumamos jogar em tempos recentes, mas ao mesmo tempo com o desafio e a complexidade das batalhas do modelo actual. É uma interessante forma de celebrar os 25 anos do segundo jogo (nunca editado na Europa) até porque estamos a falar de um original 8-bit, o que porventura torna a designação "remaster" como opcional, na medida em que estamos perante um jogo que em termos visuais nada tem que ver com Gaiden e se refaz por completo a partir do motor gráfico das edições Fire Emblem 3DS.

A evolução das personagens é enorme. Em termos de design e arte Echoes aproxima-se mais de FE Fates.

Para mim, Fire Emblem Fates foi o melhor jogo editado pela Nintendo em 2016. Foi por isso com entusiasmo que parti para as primeiras horas de jogo. Os primeiros momentos inculcam uma trajectória de continuidade e a cena de abertura é suficientemente dramática para nos deixar imediatamente ligados ao enredo, com foco numa guerra entre irmãos (Alm e Celica). Há muito por descobrir sobre o diferendo que opôs duas pessoas do mesmo sangue, sendo certo que o guião nos levará aos meandros dos respectivos exércitos.

O estilo, traço e design das personagens é inconfundível, assim como as vozes das personagens, num trabalho de localização mais uma vez bem conseguido, especialmente porque todos os diálogos foram brindados com vozes, o que enaltece ainda mais o trabalho de localização e o esforço em conferir mais riqueza à trama. Vale a pena salientar que o jogo saiu há um par de semanas no Japão e em breve será lançado no ocidente, pondo mais uma vez termo aos lançamentos desfasados entre continentes, algo que é sempre de saudar. Sendo que o enredo ocupa mais uma vez uma posição central (é impossível não sentir nalguns segmentos animados uma influência da Guerra dos Tronos, veiculada na guerra do norte contra o sul, no fundo os interesses conflituantes de dois reinos), esperem abundantes diálogos, assim como um acompanhamento próximo e desenvolvido das personagens. Mas partindo para as mecânicas e novidades, Shadows of Valentia deixa-nos confiantes quanto à boa execução.

Desde logo porque deixamos de ter apenas as típicas batalhas em formato tabuleiro. Normalmente tácticas amparadas por um refinado sistema de combate que pode culminar com a morte, em definitivo, de uma personagem, conhecem agora uma ampliação através das masmorras, onde é possível percorrer, encontrar items e trocar umas palavras com npc's. Esta componente tem-se revelado crucial, já que é a partir destas masmorras que podemos obter melhor equipamento e descobrir coisas úteis, desde que saibamos tirar partido das informações facultadas pelas personagens estrategicamente colocadas.

Há uma transição constante entre os dois exércitos, o que amplifica a definição das classes para as personagens, sendo interessante potenciar os atributos de cada personagem em função da classe definida. Existem diferenças, a começar pela ausência do sistema de afinidade que anteriormente proporcionava mais alguns efeitos. As nossas unidades actuam individualmente. Outra importante noção é a possibilidade de jogarmos ou não com o sistema de morte permanente, uma opção que é activada no início.

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Atenção ao uso excessivo conferido a determinada personagem, isso diminuirá a sua resistência ao ponto de a deixar mais vulnerável a ataques inimigos. O posicionamento das personagens no tabuleiro é quase como um jogo de xadrez, com riscos muitas vezes calculados, mas quando uma jogada corre mal por força de um imprevisto, e em situações isoladas, podemos recorrer a um precioso item chamado Mila (uma relíquia). Graças a este objecto é possível recuar no tempo e refazer as movimentações. A sua utilização é limitada mas tem o efeito de remediar efeitos desastrosos.

Depois da retumbante entrada com FE Awakening e da passagem para Fates, FE Echoes perfila-se como a derradeira entrada da série na 3DS. O tempo dirá que futuro está reservado para Fire Emblem, podendo continuar numa eventual evolução do sistema caso a Nintendo opte por introduzir uma nova portátil dedicada ou fazer subir a série ao escalão da Nintendo Switch, quando bons ventos empurram o sistema de encontro ao sucesso atingido por outras plataformas. Mas qualquer que seja o futuro, Echoes promete uma despedida à medida das expectativas dos fãs. É um jogo capaz de combinar modernidade com mecânicas clássicas e diferenciadoras. É difícil vê-lo como um remake, tanto que o original nunca foi lançado no ocidente, sendo esta uma boa oportunidade para o descobrir, bem como as suas nuances.

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Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.
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