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FIFA 14 - Antevisão

Nova temporada à vista.

Pese embora as sucessivas melhorias e inovações acrescentadas nas recentes edições de FIFA, a Electronic Arts não abranda por um segundo no desenvolvimento do seu jogo de futebol virtual, e por isso mesmo já está a trabalhar há muito tempo na próxima temporada. É bem provável que FIFA 14 seja o último jogo da série a ser lançado antes da passagem para uma nova geração de consolas. Mas enquanto não se opera o salto, debruçamo-nos pela primeira vez sobre algumas das grandes alterações que a produtora canadiana está a ultimar.

FIFA 14 vai dar continuidade ao projeto de evolução marcado nos jogos anteriores. Todos os anos os produtores conseguem implementar novas ideias e fortalecer estruturas do jogo que visam mais autenticidade e realismo. Em bom rigor, o futebol virtual nunca foi tão real e atrativo, mas como isso não chega para fazer uma boa experiência, os produtores sempre apostaram no divertimento e no aspeto competitivo. É a conciliação das duas vertentes que faz de FIFA uma série bem sucedida e premiada mundialmente. Para atingir esta meta, há uma questão que os produtores lançam a si mesmos: o que faz uma experiência de futebol gratificante?

A resposta abrange diferentes pontos de análise que têm servido de princípios de desenvolvimento. Assim, o futebol virtual deve ser um jogo de construção, de trabalho coletivo, e também de antecipação. É isso que cria imprevisibilidade e diferentes desfechos das jogadas. O jogo de bola e sem bola é outro ponto a reter, assim como a paciência na construção de uma grande equipa. Finalmente, o golo como conclusão de um trabalho que envolve treino, preparação e trabalho de equipa. É o momento orgásmico numa partida de futebol, a explosão de adrenalina, o tento de belo efeito passado em revista pelas televisões. Futebol sem golos é como domingo sem missa.

Muitos golos são a expressão de um trabalho de equipa, a identidade de um coletivo, mas também esforços individuais, num talento incomum que só alguns privilegiados possuem. Daí que para os produtores da EA, a excitação dos grandes golos deve acompanhar a construção das jogadas e os rasgos individuais. Como conseguir então esse objetivo? Sebastien Enrique, oriundo do mesmo país que viu nascer o Papa Francisco, El Pibe e a recém estrela eterna Leonel Messi, pauta as informações sobre FIFA 14 como quem efetua o passe preciso para o colega de equipa. As deslocações de sprint não podem mais continuar como trajetos robóticos. O objetivo passa por permitir que jogadores como Messi ou Ronaldo tragam mais personalidade ao sprint e ao drible.

O toque de bola mais perfeito criado por estes artistas repercute-se em diversos tipos de jogadas. Já os jogadores menos habilitados terão dificuldade em tratar bem a bola nos rasgos individuais. Mais criatividade do "sprint" na viragem, no momento em que um jogador faz uma diagonal para a baliza, se vê forçado a superar o defesa e consegue prosseguir para o lado, gelando o defesa, é algo que se poderá fazer com marcada satisfação. Antes tínhamos um pontapé para a bola que lhe dava uma margem de intervalo de corrida até ao próximo pontapé sempre igual, agora a distância terá alterações e só os melhores sprinters poderão tirar partido destas iniciativas.

A Electronic Arts quer aproveitar o talento dos grandes avançados. Os extremos terão oportunidade para chegar mais depressa até junto dos defesas. Disse-nos Nick Channon, em entrevista (que podem ler por aqui), que isto não fará o jogo necessariamente mais rápido. Sendo iniciativas individuais, é normal que depois de a bola chegar aos pés de um jogador mais lento e cerebral, haja uma pausa no ritmo da jogada. Além disso, os defesas irão responder melhor, mas os colegas que acompanham o ataque de algum jogador terão mais maça cinzenta ao serviço.

"A excitação dos grandes golos deve acompanhar a construção das jogadas e os rasgos individuais."

Designado como "Teammate Intelligence", esta função implementada em FIFA 14 trabalha "frame" a "frame". Ou seja, os jogadores que atacam e defendem analisam a jogada com mais atenção. Por isso é que vemos respostas e marcações a quem tem a bola mais imediatas, mas também não há uma marcação de outros jogadores que ficavam em boa posição para receber uma segunda bola. A marcação é mais próxima quando existe mais densidade de jogadores e em espaços abertos os defesas reagem melhor ao desenvolvimento das jogadas. Isto traz mais dinamismo à defesa, mas também é um resultado do fortalecimento do poder ofensivo.

Neste caso, a inteligência dos jogadores e colegas a atacar passa por três tipos diferentes de corridas, uma espécie de desmarcações que permitem desatar um jogo demasiado amarrado. Então, teremos o "checked run", o movimento que permite ao avançado usar um toque sobre um defesa para se lançar numa corrida. As corridas ao longo da linha lateral serão outra novidade. Úteis para o jogador escapar ao fora do jogo, permitem que o avançado inicie uma corrida atrás do defesa e se lance no ataque. Mas destas três variantes, a que nos pareceu mais interessante foi justamente o "backing in defenders", através do qual o avançado efectua pressão sobre o defesa para segurar a bola, podendo estar de costas para a baliza, à espera do momento certo para fugir ou efectuar um passe para outro jogador que corra para as costas dos defesas. No fundo, estes desenvolvimentos visam um reforço das situações de ataque. Muitas destas situações são ilustradas através de jogadas gravadas por televisão, mas já há muito trabalho de animação por computador que foi mostrado.

O "protect the ball" é outra inovação através da qual o jogador poderá controlar o tempo de jogo. Enquanto mecânica intuitiva, ativada a partir do gatilho esquerdo, o dribler é capaz de proteger melhor a bola, enquanto ataca e a qualquer velocidade, em qualquer direção. Numa jogada podemos ver um executante a proteger a bola, girar sobre si, efetuando um passe de seguida, procurando que os defesas não toquem na bola. Desta forma, o movimento não é só mais natural, como cria mais oportunidades ofensivas, afastando aquele síndrome do jogo de ténis.

Mas uma das maiores inovações de FIFA 14 vai acontecer em matéria de conclusão das jogadas. Fruto de uma revisão do sistema de remate, estão aprontadas grandes mudanças para os remates à baliza. Confessa Sebastien Enrique, que rematar nunca foi tão bom. E porquê? Desde logo porque os jogadores ajustam o seu corpo no momento do remate. Por outro lado, enquadram-se para a baliza e procuram o ângulo que lhes dá a oportunidade para rematar. Para concretizar estes objetivos, os produtores criaram novos tipos de remates e melhoraram de forma significativa as animações. Exemplos foram dados para diferentes remates como o "pure strike", "off-balance", "rushed" e bola no pé. O produtor argentino aponta para o desaparecimento daquele efeito de aproximação do avançado ao esférico numa espécie de efeito tesoura. Agora, o avançado efetua os passes necessários para chegar à bola e esta aproximação muito mais natural e realista, terá efeitos ao nível da execução do remate, sendo muito mais gratificante conseguir atirar para o fundo da rede.

Com a nova funcionalidade de FIFA 14, Pure Shot, o jogador pode ajustar o seu passe e ângulo de abordagem à bola, recebendo-a da forma mais natural e simples possível.

"O efeito "turbulent" é exemplificado através de alguns livres apontados por Cristiano Ronaldo. A trajetória da bola muda de direção uma e outra vez antes de chegar à baliza, num efeito de ziguezague medonho para os guarda-redes."

Neste sentido também está melhor a física da bola; mais autêntica e realista. Dependendo do jogador que esteja com ela, os voos são mais corretos. Para isso a equipa de produção criou diferentes efeitos como o "low rising", no qual um remate sobrevoa o relvado a baixa altitude mantendo a velocidade até chegar à baliza. O efeito "turbulent" é exemplificado através de alguns livres apontados por Cristiano Ronaldo. A trajetória da bola muda de direção uma e outra vez antes de chegar à baliza, num efeito de ziguezague medonho para os guarda-redes. E ainda foram mostrados os "dipping shots", uma trajetória que leva a bola a ter um efeito descendente grande quando chega junto da baliza. Este sistema de física da bola vem acrescentar novas trajetórias de remate, assim como mais emoção à concretização

Ao nível da jogabilidade e princípios básicos de jogo, estão a ser preparadas alterações como os passes em profundidade com trajetória para fora ou para dentro e os "2nd chance tackles" que funcionam como uma segunda tentativa para tirar a bola ao adversário na eventualidade de falharem a primeira tentativa. A EA também está a preparar novos jogos de habilidades e a melhorar os jogos existentes. Conscientes que muitos jogadores aprendem a partir daqui a jogar e a perceber as novidades, há um interessem em combinar divertimento com aprendizagem. Foram mostrados três destes skill games. O primeiro visa a prática de remates em arco através de várias bolas alinhadas diante da baliza, o segundo é o treino de passes com outros jogadores e no terceiro, uma equipa de cinco jogadores procura retirar a bola à outra equipa dentro de um espaço estreito.

O novo sistema dinâmico da física da bola, Realistic Ball Physics, determina a trajetória da bola em FIFA 14, proporcionando aos jogadores uma grande variedade de novos remates

Haverá uma aposta no modo carreira. Considerado como imprescindível para muitos fãs, a EA desenvolveu uma nova interface, mais explícita, facilitando a navegação. Com menos interrupções é mais fácil navegar entre os menus. O "scouting" também vai ser melhorado, destacando-se a janela de preparação da transferência, que agora fica aberta pelo período de um ano. Melhorou também a pesquisa sobre jogadores do mundo e os seus atributos e definições estão bem mais percetíveis.

Findo este percurso, que não abarca todas as mudanças previstas para FIFA 14, só nos apetecia deitar mãos a uma demonstração e jogar antecipadamente a nova época futebolística. Porém, tal ainda não é possível, mas confiámos que num momento posterior poderemos confirmar o desenvolvimento realizado pela EA e explicitado nesta apresentação. Conciliando autenticidade com realismo e diversão, FIFA 14 deverá ser também o resultado de muitos pedidos dos fãs, que ambicionavam por mais poder ofensivo e por um reforço da construção das jogadas. A isto a EA parece ter respondido com total abertura, apostando também numa redefinição das finalizações, um contexto particularmente relevante para qualquer adepto de futebol. A próxima temporada deverá trazer grandes mudanças, e como os golos são a festa do futebol, talvez os tentos à entrada da área sejam uma ótima iniciativa para comemorar 20 anos de FIFA.

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FIFA 14

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Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.
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