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FIFA 12: Euro 2012 - Análise

Preparem os corações para o Europeu.

O lançamento de um jogo de futebol na altura de uma das fases finais é uma espécie de tradição antiga na indústria dos videojogos. Em tempo de Europeu ou Mundial tínhamos sempre direito a um joguito, para aproveitar a "febre" que surge sempre a quando destas grandes competições. Uns com melhor qualidade do que outros, mas a verdade é que se queríamos ver Portugal a levantar um troféu, isto era o mais próximo que conseguiríamos.

Mas claro estamos em 2012, em plena era do chamado conteúdo adicional por download (ou DLC), e por isso não existe mais a necessidade de um jogo completamente independente, que provavelmente ficaria esquecido na estante logo que o torneio terminasse. Este Euro 2012 é apresentado como uma expansão para FIFA 12, mas terminologias à parte, não é mais do que conteúdo adicional que nos permite jogar a fase final do Europeu que está para vir este ano, dentro do jogo anual da série FIFA Football.

Não sei se faz mais sentido analisar o conteúdo que esta expansão oferece, ou o modelo de negócio em si. Do ponto de vista da EA é uma decisão que eu compreendo, e até concordo. Não só conseguem rentabilizar a tal "febre" que atinge os amantes da modalidade por esta altura, como fará muita gente considerar comprar o jogo principal (FIFA 12) apenas para depois poder jogar esta expansão.

Já do ponto de vista do jogador, que é o mais importante, a qualidade de FIFA 12 é imediatamente uma garantia para este Euro 2012, no entanto, o valor global da expansão depende de uma coisa bastante simples, a relação entre o preço e a quantidade de conteúdo. E é neste ponto que reside grande parte das interrogações que poderão ter com este título.

A fase final em si é bastante curta, e tendo em conta que a fase de classificação não está disponível, o torneio dura no máximo 6 jogos até levantarmos o troféu. Temos o usual conjunto de novos estádios, fogo-de-artifício, e claro, a taça que a Grécia nos levou em 2004. Outra adição digna de relevo são os novos comentários, que adicionam várias linhas de diálogo com referências a anteriores edições da competição, sempre agradável para capturar o espírito da competição.

O que estranhamente fica aquém do que estava à espera é a parte da gratificação, ou seja, a entrega do troféu. Sim existem algumas fitas pelo ar, fogo-de-artifício e jogadores a abraçarem-se, mas tudo muito rápido, pouco para representar a alegria que representa a conquista de uma competição deste tipo. Pelo menos punham uma cerimónia de entrega da taça fiel à realidade, assim parece que acabamos de ganhar a taça da liga.

O torneio principal também pode ser jogado em modo online, o que certamente é muito mais divertido do que jogar contra a IA. No entanto, fora desta competição FIFA Euro 2012 oferece pouco mais. O modo Challenges permite-nos enfrentar uma série de desafios com pouco sentido, existem alguns interessantes, mas na generalidade são coisas banais como ganhar um jogo sem sofrer golos, recuperar de uma desvantagem aparentemente impossível, evitar o prolongamento, e por ai fora.

Já o modo Expedition é interessante, mas no longo prazo torna-se repetitivo e aborrecido. Começamos por escolher um jogador de qualquer país à nossa escolha para ser o nosso capitão, com o resto da equipa constituída por jogadores aleatórios. Começamos no território correspondente ao jogador (ou outro se preferirem), e depois vamos avançando pelo mapa defrontando as equipas dos vários territórios.

"De um modo geral, este pedaço extra de conteúdo para FIFA 12 faz um bom trabalho para retratar a magia do Europeu".

Inicialmente existe apenas um adversário disponível, ou melhor, uma estrada até ao adversário, Chipre no meu caso. Este modo fez-me lembrar o jogo de tabuleiro Settlers of Catan, temos que construir estradas para aceder aos territórios adversários, e só depois os podemos enfrentar. O que torna tudo isto repetitivo, é que temos que derrotar cada um dos adversários nada mais nada menos que três vezes para completar este modo.

Da primeira que derrotamos um adversário podemos escolher ficar com um jogador das suas reservas, a segunda vez um dos seus suplentes, e finalmente à terceira ficamos com um dos titulares para a nossa equipa. É divertido, mas tendo em conta que são 53 nações, três vezes cada uma, num total de 159 partidas para conseguir acabar este modo.

Não tenho nada contra o "grind" mesmo quando adaptado a um jogo de futebol, mas existe algo fundamental quando pedimos a repetição de uma tarefa ao jogador, a recompensa tem que ser proporcional à dedicação exigida. Como já referi, por cada vitória ficamos com um jogador da equipa adversária, mas só depois de conseguir as três vitórias exigidas é que temos direito ao prémio final, uma peça de mosaico. Assim que desbloqueadas as 53 peças do mosaico, abre-se uma imagem para nosso contento, muito pouco incentivo.

De um modo geral, este pedaço extra de conteúdo para FIFA 12 faz um bom trabalho para retratar a magia do Europeu, mas parece-me algo caro para tão pouco conteúdo. Se juntarmos a isto o facto de lhe faltar imensas equipas oficiais facilmente encontramos opções mais completas e a melhores preços nas plataformas de venda de conteúdo digital.

7 / 10

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