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F1 Race Stars: Powered Up - Análise

Carrinhos de choque.

O seu maior problema é precisamente a jogabilidade algo limitada e pouco entusiasmante, fruto de diversos aspectos negativos, desde logo uma sensação de velocidade reduzida, à custa de uma frame rate algo pobre, mesmo que nos encontremos a conduzir um dos carros da categoria mais elevada, os 3000 cc. Estando disponíveis mais duas categorias (1000 cc e 2000 cc), nenhuma delas consegue ser suficientemente atraente. A utilização do sistema Kers permite injectar algum acrescento de velocidade temporário, o que nos permite durante uma volta usufruir dessa vantagem, algo sempre relevante na realização de manobras mais arrojadas como saltos prolongados.

Mas a ausência de um verdadeiro sistema de derrapagens e uma sensação de física pobre, depauperam a condução, o que é quase tudo num jogo que transforma o nosso GamePad num volante de kart. Percebo que tenham eliminado o drift por não ser uma técnica que se compatibilize com o comportamento típico dos fórmulas, mas se é assim então a condução mais arcade também não faz grande sentido, porque como está revela-se por vezes algo monótona sem uma definição clara sobre se é um jogo de fórmula 1 a sério ou mais descontraído. É verdade que a existência de drifts rapidamente o poria na linha da "cópia" de um Mario Kart, mas sem darem por isso, F1 Race Stars já está no mesmo segmento do jogo da Nintendo, ao proporcionar uma atmosfera de fantasia e algum delírio.

Na perseguição aos rivais.

Porém, nem todos os traçados oferecem somente os bónus e poderes especiais com os quais podemos disparar sobre os adversários, anulando as vantagens enquanto se mantém um andamento rápido. A pista do Mónaco, por exemplo, revela-se demasiado apertada e plena de curvas fechadas. Ora, sem um sistema de derrapagens é quase um suplício completar a totalidade das voltas sem evitar embates nos limites da pista ou passar pela relva que retarda o nosso andamento como se fosse cola. Do lado positivo encontramos algumas referências das pistas do país em causa como a famosa bancada do circuito alemão de Hockenheim que integra a corrida da Alemanha ou a curva ascendente em SPA Francorchamps. Visualmente, algumas pistas surpreendem pela sua magnitude, mas não são assim tantas as passagens alternativas e algumas configurações tendem a revelar pouca profundidade, fruto da menor "frame rate". Porém, acredito que com uma jogabilidade melhor, algumas das pistas deixariam melhor impressão.

Conduzir os carros por uma zona demarcada como sendo as boxes é quase obrigatório depois de se verem envolvidos num acidente que deixado o carro em chapa amolgada. Só assim poderão ficar com o carro reparado, polido e pronto para voltar a circular à velocidade máxima. Entre os "power ups", para lá dos tradicionais disparos de mísseis sobre os adversários, podem dar uso a outros trunfos como o safety car e até molhar a pista à custa de uma série de nuvens negras carregadas de água. Os resultados desta lotaria afectam sistematicamente a classificação, por vezes com uma actuação impiedosa da inteligência artificial, ao ponto de ser quase impossível escapar a um ataque vindo de um adversário mais atrás. As passagens pelas boxes também causam atraso. Importa ainda referir que todas as equipas oferecem um "power up" único, pelo que podem ter alguma justificação no momento da escolha deste ou daquele piloto.

Também aqui existem rampas de lançamento.

Entre os modos de jogo, o destaque vai assumidamente para o modo carreira e para a sua divisão pelas três categorias de carros. Este modo é o mais guarnecido em termos de opções (há muitos troféus para conquistar), possibilitando temporadas com passagens pela totalidade das pistas, em eventos que se perfilam como corridas tradicionais, aos quais se juntam outras provas com mais alguma variedade, numa espécie de mini-jogos com objectivos muito precisos, como Slalom, Pole Position ou gestão do combustível.

Quanto às opções exclusivas decorrentes da integração do jogo no GamePad, é possível controlar os carros usando o giroscópio instalado no comando, embora seja uma opção divertida por poucos períodos de tempo. Num contacto mais prolongado com o jogo pode tornar-se cansativo. O jogo pode também ser desfrutado a partir do ecrã do GamePad e podem ser usados mais comandos (Wii remote e comando Wii Pro) nas partidas para vários jogadores em modo local, seguramente a melhor forma de se divertirem com o jogo. Não há modo online porque a produtora optou por se concentrar no multiplayer local para 4 jogadores.

Sem nunca se demarcar suficientemente do original lançado no final de 2012 noutras plataformas, esta versão Powered Up de F1 Race Stars não vem transformar o jogo numa edição 2.0 mas entregar apenas mais algum conteúdo e pouco mais. Mantém os mesmos problemas que se evidenciaram no lançamento da primeira versão, apresentando uma condução que longe de ser entusiasmante, cumpre moderadamente os seus propósitos. Como rampa de lançamento para Mario Kart 8, talvez este jogo da Codemasters tenha aqui a oportunidade para receber alguma luz dos holofotes, ainda que um pouco tarde e com uma expansão algo limitada.

6 / 10

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F1 Race Stars

iOS, PS3, Xbox 360, Nintendo Wii U, PC

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Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.

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