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Everybody 1-2 Switch dá primazia ao factor social

Joy-cons e smartphones numa só festa.

1-2 Switch, o jogo de 2017 lançado juntamente com a Switch, nunca foi um verdadeiro substituto ou sucedâneo de Wii Sports. Se o jogo que acompanhou a estreia da Wii encontrou há cerca de um ano em Nintendo Switch Sports uma espécie de sequela espiritual, já 1-2 Switch obteve primazia pela componente social, numa competição em que o multijogador e as funcionalidades do Joy-Con não só são exploradas como permitem uma melhor compreensão do seu alcance. 1-2 Swicth é um jogo bem sucedido. Na estreia da Switch a Nintendo voltou a olhar para uma audiência porventura afastada dos videojogos e quis seduzi-la, tendo ela experimentado ou não as funcionalidades do Wii Remote.

A diferença também está nos comandos. Ainda que ambos possam reconhecer os movimentos dos jogadores e possibilitar acções no ecrã ou simplesmente numa espécie de confronto directo com o adversário, o Joy Con avança mais no sentido do rumble e das sensibilidades ao movimento, reconhecendo ordens anteriormente inalcançáveis. Tornaram-se célebres as imagens surpreendentes dos jogadores em confronto pela ordenha das vacas, a ver quem conseguia mais desse precioso líquido. Os movimentos das esferas dentro da caixa de madeira, na tentativa de perceber quantas estão no interior, entre outros desafios curtos e rápidos, são alguns dos desafios presentes.

Dir-se-á que falta a 1-2 Switch aquela competição que existe em Nintendo Switch Sports. Na verdade essa é uma lacuna do jogo. Depois de experimentado e voltado a jogar faltam motivos que determinem um regresso aos comandos, ou então o jogo acaba relegado para esses eventos festivos quando se juntam as pessoas numa congregação de vontades mútua em experimentar os estranhos mini jogos da consola. É a pensar nisso que a Nintendo volta à carga, com um Everybody 1-2 Switch ainda mais dilatado, com mais mini jogos e a apontar nos desafios à ordem da centena, no mesmo espaço. Se a derradeira é quase uma missão impossível num ambiente familiar - a facilidade seria levar o jogo para um casamento ou funeral -, a sobredosagem de desafios e mini-jogos, muitos deles de grande simplicidade e outros mais engenhosos, parece tomar conta da embalagem.

A observação reparte-se entre o ecrã e o ecrã do telemóvel.

O que oferece de diferente e singular é o jogo como fenómeno multiplayer, festivo e integrado numa espécie de ambiente arcade. É a congregação de uma moldura humana. Para um jogador é um produto inexequível. Digno de um “show” dirigido por MC Horace, apresentador figurante, funciona em dois segmentos. Numa modalidade até 8 jogadores, com Joy-cons ligados, ou no modo smart até 100 jogadores, numa convocatória de smartphones. Não é difícil ter o telemóvel ligado à Switch e cumprir com os requisitos de ligação. O processo é fácil e muitos mini jogos são intuitivos e simples ao ponto de praticamente nenhum utilizador se sentir frustrado ou acabar apartado do grupo.

É neste incremento da vertente multiplayer que Everybody 1-2 Switch acaba por se distinguir do original, sobretudo ao recentrar a prioridade mais na competição entre os jogadores e menos na qualidade dos mini jogos adaptados às funcionalidades dos Joy-con. Encontram-se ideias interessantes e partidas como o enchimento de balões geram uma azáfama, entre quiz e sessões aleatórias de mini jogos dentro de blocos de períodos ao estilo Mario Party capazes de suscitar paródia, mas aqueles mini-jogos mais elaborados foram trocados por outros mais acessíveis. 1-2 Switch pode ter a sua componente social mas é uma óptima forma de conhecer as peculiaridades do comando. Agora a Nintendo presume que isso é um dado adquirido e que a fronteira a derrubar é o alcance dos jogadores. A multidão conta. Ao convocar os smartphones como forma de interação dilui-se boa parte desse importante reconhecimento. Ao mesmo tempo parece querer distanciar-se do eixo familiar, ao passar da sala para o salão.

Com jogos como “bingo” ou “quiz”, a fórmula mais adequada a festas, estão garantidas opções para jogadores menos acostumados a pegar num comando. O pressuposto aqui é de que o número de pessoas atentas ao que se passa seja quase superior às gargalhadas expectáveis, para que se revezem e nessa substituição por outras ao fim de algum tempo se assegure a transição e se valide a manutenção do jogo. Everybody 1-2 Switch é o reforço da componente social e multiplayer, um jogo arcade vai com todos.

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