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Evento Driveclub em Lisboa - Ben Gouldstone - Senior Game Designer

O Senior Game Designer da Evolution Studios esteve em Lisboa para mostrar DriveClub, uma das principais apostas da PS4 para a altura mais fervilhante do ano.

Ben Gouldstone personifica o entusiasmo e confiança que a Sony deposita em DriveClub. O Senior Creative Designer da Evolution Studios esteve em Lisboa para mostrar um pouco mais do exclusivo PS4, alguns dias antes do lançamento daquela que é uma das grandes apostas da PlayStation para este ano. Mas nem esse estatuto, nem os adiamentos (DriveClub esteve para ser um dos jogos de lançamento da PS4, tendo sido adiado para o início de 2014 e, novamente, para este mês) e muito menos as mudanças na equipa de produção, parecem ter abalado a confiança da Evolution Studios.

Quando DriveClub chegar às lojas e à PSN no dia 8 de outubro, vamos assistir também a um novo modelo de negócio, mais habitual nas plataformas móveis. Os assinantes do serviço PS Plus vão ter acesso a uma versão gratuita (inclui 11 pistas localizadas na India, 10 carros e acesso a todos os modos de jogo), com a opção para fazer upgrade para a versão completa por €39,99. Existe ainda a versão digital completa e, claro, a versão Blu-Ray disponível nas lojas. E sim...também um Season Pass (a Evolution revelou planos para conteúdo adicional que se estende até junho de 2015).

Embora isto possa causar alguma confusão, para Ben Gouldstone o objetivo é claro. "Queremos construir a comunidade o mais rápido possível, sem que existam grandes barreiras iniciais. A PS Plus Edition, por exemplo, serve precisamente para isso. E só precisam de fazer uma compra para o upgrade da versão completa, cujo o preço nós baixámos recentemente. E achamos que esse investimento vale realmente a pena. Mas o conceito central do jogo é alimentar-se do feedback da comunidade. Aquilo que os jogadores querem ter no jogo ou aquilo que gostam mais. Tentamos ter sempre algo que qualquer jogador possa tirar partido e divertir-se"

A natureza social de DriveClub é, claramente, o elemento que o pretende distinguir da concorrência. E isto vai mais além do que apenas o conceito de clubes de pilotos virtuais, que vão ganhando pontos de fama e recompensas em conjunto. Estende-se também à app gratuita que estará disponível para iOS e Android, assim como às capacidade de Remote Play da PS Vita e do smartphone Xperia Z3 da Sony. "As pessoas estão cada vez mais habituadas a estar constantemente ligadas, principalmente aos seus amigos, seja qual for o dispositivo e independentemente do que estejam a fazer. É algo que faz parte das nossas vidas", explica o Senior Game Designer da Evolution Studios. "Com a app de DriveClub, por exemplo, um dos principais objetivos é reflectir o máximo possível do jogo. A única coisa que não podem fazer na app é participar nas corridas. Mas podem aceder ao Live Stream de outros jogadores, em particular os que aceitaram os vossos desafios. E com o advento do Remote Play, tanto na Vita como no Xperia Z3, vão poder estar sempre ligados ao jogo. Achamos que todo esse sentido de comunidade e de partilha é realmente importante, e que pode vir a tornar-se a norma nesta nova geração".

Apesar da gestação algo atribulada, DriveClub parece ser um sonho antigo da Evolution Studios, que de um jogo de corridas arcade e completamente "over-the-top" como Motorstorm, passa agora para algo mais realista. Ben Gouldstone assume que o conceito do jogo "era algo que já existia há algum tempo no estúdio. Mas foi algo que nunca conseguimos fazer até à chegada desta geração. Todas as capacidades de conectividade e os próprios hábitos das pessoas, como já referi, encaixam perfeitamente na visão que a Evolution tinha para o jogo. Por isso foi a altura ideal para mudar o nosso estilo. Para além disso, o desenvolvimento de todos os aspectos sociais do jogo foi algo que levou o seu tempo, para termos a certeza de dar aos jogadores a qualidade que merecem e que esperam. Isso também nos permitiu responder ao feedback da comunidade, o que resultou em aspectos com o sistema de tempo dinâmico, o ciclo noite/dia ou o Photo Mode".

Ao demonstrar DriveClub, e durante o habitual descritivo das características do jogo, a expressão "experiência dinâmica" surgiu com frequência no discurso de Ben Gouldstone (assim como em praticamente todas as intervenções da Evolution desde que o jogo foi anunciado). O responsável da equipa de produção explica esta expressão com um exemplo pessoal. "Dentro do estúdio somos bastante competitivos. Eu pessoalmente adoro fazer os desafios Club Time Trials. E quando lanço um desafio e vejo alguém a levantar-se do outro lado da sala a olhar para mim, como que a dizer que o desafio foi aceite. E depois vêm ter comigo para comprar a sua performance, falarmos sobre como é que fez determinada curva ou como conseguiu bater o meu tempo. São histórias que se desenvolvem em torno de qualquer tipo de evento no jogo. Se retirarmos isso de dentro do contexto do nosso estúdio e o levarmos para a comunidade, temos a capacidade de enviar desafios e depois visualizar a concorrência em live stream. Ou posso ir ao leaderboard e ver os teus tempos em determinada pista e, através do Remote Play na Vita, posso tentar fazer melhor na viagem do trabalho para casa. E depois podes tu pegar no meu tempo e enviá-lo para um amigo do teu clube, que sabes que é capaz de o bater. Este tipo de dinâmica desenvolve-se quase de forma inevitável em DriveClub. E é tudo atualizado automaticamente para o nosso menu dinâmico, com o sistema de notificações e feed de atividade por exemplo".

É cada vez mais óbvio que o envolvimento da comunidade será uma parte importante no sucesso de DriveClub ("quantas mais pessoas jogarem, melhor o jogo se torna", afirma Ben Gouldstone). Por isso o jogo da Evolution Studios pretende posicionar-se para oferecer algo para qualquer tipo de piloto virtual, do mais experiente aos que pretendem apenas cumprir o sonho de acelerar com alguns dos bólides mais desejáveis da atualidade (com marcas como a Ferrari, Aston Martin, Bentley, Pagani, Lotus, Mercedes ou BMW a incorporarem a lista inicial).

"´Queremos atingir esse ponto de equilíbrio entre a simulação e a condução arcade´ - Ben Gouldstone"

"Queremos atingir esse ponto de equilíbrio entre a simulação e a condução arcade", adianta Ben Gouldstone, acrescentando que DriveClube "tem de ser o mais pick-up-and-play possível. Queremos que possam pegar imediatamente no comando e participar em corridas com os vossos amigos, ao mesmo tempo que oferecemos um grau de profundidade adicional para quem pretende tirar o máximo proveito do comportamento de cada carro, ou fazer a curva perfeita. Alguns aspetos do jogo foram pensados para responder à faceta mais arcade. Após um despiste ou um acidente mais grave, são colocados de novo na pista quase imediatamente. Já os Face-Offs, que são os desafios que surgem durante as corridas, acabam por recompensar qualquer estilo de jogo. Se forem um piloto mais experiente e estiverem sempre na frente da corrida, surgem desafios mais adequados às vossas capacidades. Isso também é aplicável a quem fica mais para trás, com a possibilidade de ganhar fama e recompensas para o seu clube. Obviamente que há um vencedor em cada corrida, mas independentemente da vossa classificação, existe sempre algo que possam ganhar. Este sentimento de recompensa constante é amplificado pelo conceito de Clubes, com desafios conjuntos e a capacidade de desbloquear novos carros e decorações para todos os membros".

A Evolution Studios não tem sido tímida em afirmar que DriveClub pretende tirar total proveito da PS4. Uma afirmação corroborada por Ben Gouldstone. "Grande parte dos aspetos sociais, sejam as notificações ou o Remote Play, passando pela interligação com a app, é algo que consideramos realmente next-gen. Mas o poder absoluto da PS4, tem-nos permitido fazer coisas que nunca julgávamos possível. Com o nosso sistema de tempo dinâmico e o Photo Mode, é fácil perdermos uma boa porção de tempo só a admirar o jogo e a tirar imagens. E, claro, basta carregar no botão Share para mostrarem as vossas obras de arte aos amigos".

Uma coisa que ficou evidente durante esta visita da equipa de produção a Portugal, é que o jogo é um daqueles exemplos do que deve ser a nova geração em termos visuais. É realmente impressionante a atenção ao detalhe e a fidelidade gráfica, tanto nos bólides como nos cenários. Particularmente toda o sistema de luz e sombras dinâmicas, que se adequam a cada altura do dia (como quase tudo, é personalizável em cada corrida), especificidades de cada localização e ainda das condições meteorológicas ("É tudo real", afirmou orgulhosamente Ben Gouldstone, durante uma impressionante demo do jogo). Face a isto, seria um pecado se DriveClub não tivesse incluído um Photo Mode.

A Evolution Studios acredita que os pilares principais de DriveClub, em particular o sentido de comunidade, assim como a partilha e o feedback dos jogadores, serão suficientes para que o seu novo título encontre o seu espaço próprio dentro de um gênero que é sempre popular. Nas plataformas PlayStation existem nomes incontornáveis como Gran Turismo, e a concorrência é forte com a série Forza (e especialmente o spin-off Forza Horizon), Grid da Codemasters, o promissor Project cars e até The Crew, da Ubisoft. Este último com um conceito muito similar a DriveClube. Não falta muito para saber se o exclusivo da PlayStation 4 ter um motor suficientemente poderoso para conseguir chegar na frente da corrida

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Pedro Real Nunes

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Há mais de uma década que escreve sobre videojogos e que tenta explicar (nem sempre com sucesso) que ser jornalista nesta área não é passar o dia a jogar.

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